Outro
dia, um desses delinquentes intelectuais disfarçados de pesquisadores
tentou demonstrar que opções ideológicas têm uma base fisiológica. Se
não me engano — e não vou parar para pesquisar —, o vagabundo é de uma
universidade canadense. Segundo ele, os esquerdistas tendem a ser mais
inteligentes do que os conservadores. Huuummm… Vendo, nesta quinta, os
petistas na CPI lutando bravamente contra a convocação de Fernando
Cavendish, com o deputado Cândido Vaccarezza verdadeiramente inflamado,
não duvidei: é mesmo uma questão de inteligência… A minha tese é outra e
não se sustenta em nenhuma hipótese fisiológica.
Acho que se
trata, em primeiro lugar, de uma questão moral, individual; em segundo,
de uma questão ética, que diz respeito à nossa relação com os outros. Um
esquerdista é, antes de tudo, uma relativista. Tudo o que serve a seus
propósitos é naturalmente bom; tudo o que não serve, naturalmente mau.
Ou por outra: é preciso uma boa dose de sem-vergonhice para ser
esquerdista. Viram Marilena Chaui? Madame Mim, escrevi ontem a respeito,
voltou a dar vassouradas no “projeto neoliberal da USP” e não disse uma
vírgula sobre as 55 universidades federais em greve. Falasse como
militante do partido, vá lá… Mas não! Discursava na condição de
professora, de alguém pago com o nosso dinheiro para pensar com
independência. Mas vamos retomar a questão lá do título.
A reitoria
da Unifesp, uma universidade federal, indicada pelo companheiro Fernando
Haddad — este que tem soluções fáceis e erradas para todos os problemas
difíceis de São Paulo —, recorreu à Justiça para retomar o prédio da
administração do campus de Guarulhos, que havia sido tomado por alunos.
Só para lembrar: a reitoria da USP foi invadida no ano passado por
“revolucionários” de extrema esquerda que não querem a PM reprimindo o
tráfico e o consumo de drogas no campus. A propósito: Marilena mentiu —
sim, o verbo é esse — ao dizer que os policiais estão lá para espancar
estudantes.
Já os alunos
da Unifesp protestam porque o campus de Guarulhos está mais para um
pardieiro do que para uma universidade. É apenas uma das unidades
federais que não oferecem condições mínimas para uma vida acadêmica
decente. Cursos estão funcionando em prédios improvisados — uma escola
infantil…. Os sinais de deterioração e de decadência estão por todo
canto. Ainda assim, deixo claro: sou contra invasões, intimidações etc.
Há outras formas de protestar. Pois bem: como a Justiça determinou a
reintegração de posse, a Polícia Militar teve de executar a ordem no dia
6 — e o fez junto com a Polícia Federal, aquela sob o comando do
petista José Eduardo Cardozo. Tudo conforme manda a lei, a exemplo do
que se viu na USP.
Os petistas
saíram vociferando contra a o governo de São Paulo e contra a Polícia
Militar quando houve a operação da USP. Fernando Haddad, o preclaro
ex-ministro da Educação e pré-candidato a prefeito, responsável pelas
péssimas condições de muitas universidades federais, resolveu tirar uma
casquinha com uma frase de efeito: “Não se pode tratar a cracolândia
como se fosse a USP e a USP como se fosse a cracolândia”. A tirada é
duplamente preconceituosa. Como ele acusava a suposta violência da ação
da PM — mentira!!! —, estava dizendo, na prática, que atos violentos
contra viciados da cracolândia são até aceitáveis, mas não contra
viciados da USP.
Eu estou
entre aqueles que consideram a brutalidade inaceitável em qualquer caso.
E me incluo entre os que acham que o consumo e tráfico de drogas devem
ser reprimidos num lugar e noutro — ou a USP, de fato, vira uma
cracolândia! Não que ela não tenha bolsões de consumo de drogas
ideológicas… Está cheio de gente viciada em petismo por ali,
especialmente no corpo “indocente“… O PT, note-se, está para o
marxismo mais ou menos como o crack está para cocaína: é uma droga mais
barata, de consumo mais popular, destrói os neurônios com muito mais
rapidez e é oferecida por traficantes pé de chinelo. Sigamos.
Ontem,
estudantes voltaram a protestar na Unifesp. Instalações foram ocupadas
de novo, áreas da instituição foram pichadas, e a administração acusa os
estudantes de terem impedido o diretor de sair do prédio, o que eles
negam. Adivinhem o que fez a direção… Ora, chamou a velha e boa PM de
São Paulo de novo — aquela, sabem?, que os petistas classificam de “a
polícia do Alckmin”; aquela que a Madame Mim da Filosofia tacha de
“polícia do neoliberalismo”. E os policiais, obviamente, atenderam ao
chamado porque é sua obrigação. Parece que chegou a haver um princípio
de confronto. Uma aluna diz ter sido atingida por uma bala de borracha. A
ver…
Pois é…
Polícia boa é aquela que atua quando os petistas pedem e quando dela
precisam. Chamem o ministro Gilberto Carvalho, aquele que, por ocasião
do cumprimento da lei no Pinheirinho, saiu afirmando que o PT “tem outro
jeito de resolver as coisas”. Qual jeito? Sabem a tal sensação da
vergonha alheia, que a gente experimenta em lugar do outro? Pois é…
É isto: o
comando petista de uma universidade federal pediu o socorro da PM duas
vezes em nove dias. E a Madame Mim lá, em silêncio, cuidando de misturar
em seu caldeirão os morcegos, as baratas e as teias de aranha das
ideias mortas. E Haddad? O que tem a dizer a respeito?
REV VEJA
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