É
compreensível que o senador Fernando Collor odeie tanto a VEJA. As
capas da revista que espelham a sua trajetória no poder falam por si,
muito especialmente aquela em que Pedro, o irmão, conta tudo. Por que
não lembrá-las? Todas as edições estão disponíveis aos leitores, mesmo
aos não-assinantes, na íntegra. Collor não detesta a revista porque ela
tenha contado mentiras a seu respeito, mas porque os fatos irrefutáveis
relatados em sucessivas edições resultaram na sua queda. O povo de
Alagoas o elegeu senador. Tem uma mandato legítimo como o de qualquer
outro. Mas não tem legitimidade para tentar intimidar a imprensa.
Tampouco se apaga a sua história.
Este senhor precisa entender que a
imprensa livre não existe por vontade dos políticos. Os políticos é que
existem por vontade da democracia, de que a imprensa livre é um dos
pilares.
Vejam. Volto para arrematar.
Voltei
Nos anos de 1991 e 1992, o PT era um partido de oposição e achava que a VEJA prestava relevantes serviços ao país. E prestava mesmo! Ontem como hoje. Se algum parlamentar da base collorida sonhasse em enviar a imprensa para o banco dos réus, o partido certamente reagiria. Por amor à democracia? Não! Esse, tínhamos nós. Os petistas tinham apenas um projeto de poder.
Nos anos de 1991 e 1992, o PT era um partido de oposição e achava que a VEJA prestava relevantes serviços ao país. E prestava mesmo! Ontem como hoje. Se algum parlamentar da base collorida sonhasse em enviar a imprensa para o banco dos réus, o partido certamente reagiria. Por amor à democracia? Não! Esse, tínhamos nós. Os petistas tinham apenas um projeto de poder.
Quando
chegaram lá, elegeram a imprensa livre como sua principal adversária —
justamente aquela que era paparicada na véspera. Afinal, algo havia
mudado: no poder, o PT, como acontece com todo mundo que vence a
eleição, deixou o papel de pedra para ser vidraça; deixou de investigar
para ser investigado. E não se conformou.
Uma banda do
partido não teve dúvida. Juntou-se com o seu adversário de antes — e as
capas acima valem por uma folha corrida — para tentar perseguir o
jornalismo independente. Tentem saber, hora dessas, por curiosidade, o
que fazia o lixão que hoje ataca a revista. Para fazer o que se vê acima
— e o que se viu nos governos que se sucederam —, é preciso ter
coragem. Quem vive de rastros, implorando dinheiro oficial para existir,
nao consegue ser dono nem da própria opinião, tanto menos de um
jornalismo crítico e independente.
A imprensa que tem vergonha na cara não mudou. Essa é a história
Texto publicado originalmente às 4h52
REV VEJA
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