Sabem aquela
cerimônia de entrega da baciada de títulos de “Doutor Honoris Causa” a
Lula? A apresentadora do evento foi a atriz Camila Pitanga. Então
ficamos assim: um grupo de dirigentes petistas de universidades públicas
resolve entregar a distinção máxima a ao chefe do petismo, sob a
charmosa condução de uma atriz petista, filha e enteada de petistas.
Parafraseando Monteiro Lobato, isento ali não era nem o trinco da porta.
Refiro-me àquela cerimônia em que Lula leu um discurso recheado de
clamorosas mentiras sobre a educação no país. O país tem pouco mais de 6
milhões de universitários — um milhão em cursos à distância, quase
sempre uma picaretagem. Lula afirmou que são 12 milhões. Foi apenas uma
das batatadas. Mas volto a Camila.
O escritor
alemão Thomas Mann, na novela “Tonio Kröger” — pequeno e grandioso texto
—, chega perto de sugerir que a beleza é, por si, uma espécie de
pensamento. Ou mesmo que pode tomar o seu lugar, dispensando-o. Era um
esteta, embora lembre que o culto ao belo pode conduzir à ruína, como em
“Morte em Veneza”… Ô Deus! Tanta coisa boa de que falar em vez de
tratar dessa canalha que está por aí…
Na
cerimônia, Camila anunciou que quebraria o protocolo. Olhou para a
presidente e mandou ver: “Veta, Dilma!”, aderindo à campanha em favor do
veto ao Código Florestal. A governante sorriu apenas.
Temos, como
se vê, uma nova especialista em meio ambiente e agricultura: Camila
Pitanga. Ela é petista. Não me lembro se estava naquela patacoada contra
Belo Monte — acho que não porque o partido não endossava aquilo.
Aqueles eram os naturebas verdes, ainda mais desinformados que os
naturebas vermelhos.
Ah, vendo
Camila, eu me lembro de Thomas Mann e da novela “Tonio Kröger”. Que
vontade, não é?, de proclamar que a beleza é mesmo uma categoria de
pensamento, quase uma moral! As belas e os belos têm sempre uma enorme
vantagem comparativa se souberem administrar tal ativo. Despertam a
nossa tolerância. Só os muito ressentidos se irritam com a beleza. As
almas mais exigentes tendem a se quedar encantadas diante da aparição. O
que queria Arthur Miller com Marylin Monroe? Apropriar-se do
intraduzível. Não suportou.
Muito bem!
Camila, com toda a sua lindeza, exortando “Veta, Dilma!” faz-nos supor
uma intensa ebulição intelectual, provocada pelo estudo e pela reflexão.
Assim, além de toda aquela graça, há a boa causa a engrandecê-la. A
“Bela” também se preocupa com o mundo em que se arrastam as feras.
Irresistível!
Isto mesmo!
“Veta, Dilma!” Expulsa, presidente, para a periferia das cidades
milhares de famílias de pequenos agricultores! Não frustra, grande
líder, as aspirações ecológicas dessa gente justa!
Como encerro
este texto? Assim: “Vai estudar, Camila!” A beleza, como lamentou
Cecília Meireles num poema, se extingue, e as pessoas sobrevivem a ela.
Já o que se aprende se leva até o fim.
REV VEJA
Não há nada que estague + o Brasil do que as novelas, big broder seriados e filmes que vocês atrizes participam e enfiam em nossos lares...vá estudar e crescer criança....
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