Leiam uma nota de Lauro Jardim, na VEJA desta semana. Voltei.
“O
bispo Macedo foi informado recentemente de que o prejuízo estimado para a
Record será de cerca de 100 milhões de reais em 2012. A previsão é da
própria diretoria da emissora. No ano passado, o vermelho foi de R$ 60
milhões de reais, depois de sete anos no azul”
Voltei
E os números são esses mesmo com a Igreja Universal do Reino de Deus sendo um dos principais “clientes” da emissora, “comprando” horários noturnos por um preço que ninguém mais pagaria, muito acima do que cobram as demais emissoras pelo mesmo horário — incluindo a Globo, líder de audiência. Não é preciso ter má vontade para entender que isso pode caracterizar uma forma de subsídio da emissora pela igreja, o que é ilegal, já que os recursos de entidades religiosas são isentos de impostos.
E os números são esses mesmo com a Igreja Universal do Reino de Deus sendo um dos principais “clientes” da emissora, “comprando” horários noturnos por um preço que ninguém mais pagaria, muito acima do que cobram as demais emissoras pelo mesmo horário — incluindo a Globo, líder de audiência. Não é preciso ter má vontade para entender que isso pode caracterizar uma forma de subsídio da emissora pela igreja, o que é ilegal, já que os recursos de entidades religiosas são isentos de impostos.
A Record tem
investido há muito tempo num núcleo de dramaturgia. O que parecia ser
uma tática esperta — imitar a Globo — tem-se mostrado contraproducente: é
caro e nunca consegue chegar lá. Atende mais à vaidade e a uma obsessão
do que a um plano de negócios. A Record não percebeu, por exemplo, os
caminhos sutis pelos quais se operaram mudanças na emissora líder.
Querem um exemplo?
A Globo tem
hoje duas novelas no ar — a das 19h e a das 21h — que trazem a classe C
para a ribalta. Fez isso sem apelar para o popularesco. O que há de
eventualmente estereotipado evita, no entanto, o grotesco. Os dramas
humanos, no fim das contas, são sempre os mesmos. É preciso ver com que
roupagem e com que linguagem chegam ao público. O chato de perseguir
obsessivamente quem está na frente é não saber nunca que rumo o outro
pode tomar.
A Record
também investiu numa área semelhante ao jornalismo. O item nº 1 da
imprensa é credibilidade, o que, por várias razões, a emissora não
conseguiu, levando ao ar, muitas vezes, coisas parecidas com
reportagens, que poderiam ser veiculadas em qualquer um desses blogs de
aluguel que andam por aí, onde o ódio substitui o compromisso com os
fatos. Muito dinheiro gasto para pouco retorno. A criação do canal
exclusivo de notícias, a Record News, foi um dos maiores fiascos da
história da televisão no Brasil.
Na seara
propriamente religiosa, a Igreja Universal do Reino de Deus, de Macedo,
enfrenta o crescimento espantoso da Igreja Mundial do Poder, liderada
por Valdemiro Santiago, que saiu das hostes macedianas para ter o seu
próprio empreendimento. Enquanto a Universal, vamos dizer assim,
“aburguesou-se” um tanto e descobriu as atrações da vida mundana na
Record — com suas quase-peladas e seus quase-pelados do reality show “A
Fazenda” —, Santiago decidiu recuperar a linguagem primitiva da
Universal, falando “aos simples”. No meio evangélico, há um consenso:
Valdemiro cresce na seara de Macedo, daí a existência de uma verdadeira
guerra entre ambos — e é o dono da Universal e da Record que está na
defensiva.
REV VEJA
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