1. Veja & Cachoeira: jornalismo a pique?
por Políbio Braga
No comentário que o editor faz diariamente no Twitcam
o assunto principal desta segunda-feira é uma discussão iniciada e
açulada pelo PT e seus aliados do PIG (Partido da Imprensa Governista),
como Carta Capital e Rede Record, que tentam levar para o centro da CPI
do Cachoeira a questão do “marco regulatório” (controle da imprensa).
A revista Veja é a mais atacada, mas os golpistas também miram jornalões como Estadão, Folha e O Globo, além da blogsfera, onde PT e PIG apanham de modo devastador e quase todos os dias.
O controle da imprensa sempre foi
desejado pelos governantes de todos os Partidos, mas apenas o PT
atreve-se a defender um modelo do tipo cubano para o Brasil.
Esta campanha sórdida contra a liberdade de imprensa tem o objetivo de colocar
sob proteção os bandoleiros políticos do Mensalão, além de suprimir do
noticiário as referências diárias sobre as patifarias que ocorrem com o
dinheiro dos contribuintes.
Nem todo mundo fala tão francamente sobre isto, preferindo colocar-se a reboque dos bandoleiros políticos, como é o caso da revista Carta Capital.
Na edição desta semana, a revista de Mino Carta apresenta uma capa “trabalhada” de Veja, na qual surge a foto de Roberto Civita sobre o título “Nosso Murdoch”. A reportagem principal fala sobre “Veja & Cachoeira, jornalismo a pique”, que tenta apresentar fatos reprováveis de relações permissivas entre o bicheiro e a revista, sem apresentar prova alguma.
Ora, até pela natureza do caso Murdoch, a foto que melhor caberia na capa de Veja
seria a do próprio Mino Carta, do bispo Edir Macedo ou de Silvio
Santos, estes, sim, comensais dos favores e das fartas verbas do governo
– e seus porta-vozes incondicionais.
Carta Capital, aliás, publica nesta edição apenas 10 páginas de publicidade, 4 das quais são de empresas do governo: tres da Caixa Federal e uma da Petrobrás. Há também uma página da Interfarma, a entidade de lobismo que representa a indústria farmacêutica, que patrocina um caderno de 16 páginas de defesa dos interesses do setor. Um dos destaques do caderno é o presidente da Interfarma, o ex-governador Antonio Brito.
Fonte: Políbio Braga
Blogs e veículos de imprensa chapa branca
que atuam como linha auxiliar de setores radicais do PT desfecharam uma
campanha organizada contra a revista "Veja", na esteira do escândalo Cachoeira/Demóstenes/Delta.
A operação tem todas as características de retaliação pelas várias
reportagens da revista das quais biografias de figuras estreladas do
partido saíram manchadas, e de denúncias de esquemas de corrupção
urdidos em Brasília por partidos da base aliada do governo.
É indisfarçável, ainda, a tentativa de
atemorização da imprensa profissional como um todo, algo que esses
mesmos setores radicais do PT têm tentado transformar em rotina nos
últimos nove anos, sem sucesso, graças ao compromisso, antes
do presidente Lula e agora da presidente Dilma Roussef, com a liberdade
de expressão.
A manobra se baseia em fragmentos de grampos legais feitos pela Polícia
Federal na investigação das atividades do bicheiro Carlinhos Cachoeira,
pela qual se descobriu a verdadeira face do senador Demóstenes Torres,
outrora bastião da moralidade, e, entre outros achados, ligações
espúrias de Cachoeira com a construtora Delta.
As gravações registraram vários contatos entre o diretor da Sucursal de "Veja" em Brasília, Policarpo Jr, e Cachoeira. O
bicheiro municiou a reportagem da revista com informações e material de
vídeo/gravações sobre o baixo mundo da política, de que alguns
políticos petistas e aliados fazem parte.
A constatação animou alas radicais do partido a dar o troco. O presidente petista, Rui Falcão, chegou a declarar formalmente que a CPI do Cachoeira iria "desmascarar o mensalão".
Aos poucos, os tais blogs começaram a soltar notas sobre uma suposta conspiração de "Veja"
com o bicheiro. E, no fim de semana, reportagens de TV e na mídia
impressa chapas brancas, devidamente replicados na internet, compararam
Roberto Civita, da Abril, editora da revista, a Rupert Murdoch, o
australiano-americano sob cerrada pressão na Inglaterra, devido aos
crimes cometidos pelo seu jornal "News of the World", fechado pelo próprio Murdoch.
Comparar Civita a Murdoch é tosco exercício de má-fé, pois o jornal inglês invadiu, ele próprio, a privacidade alheia.
Quer-se produzir um escândalo de imprensa sobre um contato
repórter-fonte. Cada organização jornalística tem códigos, em que as
regras sobre este relacionamento — sem o qual não existe notícia — têm
destaque, pela sua importância.
Como inexiste notícia passada de forma
desinteressada, é preciso extremo cuidado principalmente no tratamento
de informações vazadas por fontes no anonimato.
Até aqui, nenhuma das gravações divulgadas indica que o diretor de “Veja” estivesse a serviço do bicheiro, como afirmam os blogs, ou com ele trocasse favores espúrios. Ao contrário, numa das gravações, o bicheiro se irrita com o fato de municiar o jornalista com informações e dele nada receber em troca.
Estabelecem as Organizações Globo em um dos itens de seus Princípios Editoriais: "(...) é altamente recomendável que a relação com a fonte, por mais próxima que seja, não se transforme em relação de amizade. A lealdade do jornalista é com a notícia".
E em busca da notícia o repórter não pode escolher fontes. Mas as
informações que vêm delas devem ser analisadas e confirmadas, antes da
publicação. E nada pode ser oferecido em troca, com a óbvia exceção do anonimato, quando necessário.
O próprio braço sindical do PT, durante
a CPI de PC/Collor, abasteceu a imprensa com informações vazadas
ilegalmente, a partir da quebra do sigilo bancário e fiscal de PC e
outros.
O "Washington Post" só pôde elucidar a invasão de um
escritório democrata no conjunto Watergate porque um alto funcionário do
FBI, o "Garganta Profunda", repassou a seus jornalistas, ilegalmente,
informações sigilosas.
Só alguém de dentro do esquema do mensalão poderia denunciá-lo. Coube a Roberto Jefferson esta tarefa.
A questão é como processar as informações obtidas da fonte, a partir do interesse público que elas tenham. E não houve desmentidos das reportagens de "Veja" que irritaram alas do PT.
Ao contrário, a maior parte delas resultou em atitudes firmes da
presidente Dilma Roussef, que demitiu ministros e funcionários, no que
ficou conhecido no início do governo como uma faxina ética.
Fonte: O Globo
COMENTO: o temor de que a lentidão com que está sendo conduzido o
processo do MENSALÃO não seja suficiente para livrar a cara da
cumpanherada está fazendo o partido - que pretendeu ser o defensor da
ética e dos bons costumes e que na prática se mostrou mais sujo e podre
que os demais - jogar-se de corpo e alma em tramóias e subterfúgios para
criar cortinas de fumaça que encubram sua patifaria maior. Usam de
tudo, desde a desmoralização de membros do poder judiciário ao
lançamento de livro com mais crimes e barbáries cometidas durante a
"ditabranda". Neste último caso, certamente, outra pantomima como a do
canalha que também escreveu livro contando ter transportado cadáveres de
guerrilheiros do Araguaia em helicóptero e que sumiu quando foi
revelado que o patife só obteve habilitação para pilotar helicópteros
depois do final do "episódio Araguaia".
DO MUJAHDIN CUCARCAHA
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