Alvo de bronca de Dilma diz que se conteve para não reagir
'Tive que me acalmar, senão seria pior', diz representante de municípios
Vaia após discussão sobre royalties do petróleo em encontro com prefeitos irritou presidente em público
FOLHA DE BRASÍLIA
Um dia depois de ser repreendido
em público pela presidente Dilma Rousseff, o presidente da Confederação
Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski, disse ontem que evitou reagir
para não prolongar a cena constrangedora. "Tive que me acalmar, porque
senão seria pior", disse.
A cena ocorreu depois que Dilma
foi vaiada ao discursar durante encontro com prefeitos do país inteiro
num hotel de Brasília, na terça-feira. Havia 2.500 prefeitos no hotel.
Instada pela plateia a se
pronunciar sobre a divisão das receitas de royalties do petróleo, que os
municípios desejam mudar, a presidente afirmou que eles deveriam
desistir de mexer nos campos de petróleo que já estão em exploração e
restringir o debate apenas aos que serão explorados daqui para frente.
A declaração de Dilma foi recebida
com vaias pelos prefeitos e ela irritou-se. Encerrada a solenidade, ela
se levantou e dirigiu-se com o dedo em riste a Ziulkoski, que estava a
seu lado no palco.
Segundo Ziulkoski, a presidente
lhe disse nesse momento que os municípios vão perder se insistirem em
alterar as regras dos campos de petróleo mais antigos. "As imagens que
estão lá falam mais do que as minhas palavras", afirmou Ziulkoski.
"[A divisão dos royalties] é um
assunto polêmico que suscita muitas paixões", disse a ministra das
Relações Institucionais, Ideli Salvatti. "A presidente foi muito
corajosa e clara com os prefeitos."
Ziulkoski esteve ontem com dezenas
de prefeitos na Câmara dos Deputados. Eles ocuparam o Salão Verde da
Câmara com camisetas que faziam referência à discussão da véspera: "O
Brasil quer royalties para todos".
Com certeza:
Apanha da mulher com toalha molhada.
FROUXO!
DO GENTE DECENTE
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