Assinada há dois dias pela ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente), a portaria acima foi publicada na edição desta quinta-feira (8) do Diário Oficial da União. O texto mandou ao olho da rua o superintendente do Ibama no Piauí.
Chama-se Carlos Máximo. Ocupava o cargo havia escassos cinco meses. Indicou-o o deputado federal Marllos Sampaio (PMDB-PI). A demissão pegou afilhado e padrinho de surpresa.
Na quarta-feira (7), dia em que Izabella rubricou o ato exoneração, o deputado Marllos estivera com o vice-presidente da República Michel Temer. Convidara-o a visitar Teresina, para receber o título de ‘Cidadão Piauiense’.
Marllos apressou-se em veicular em sua página na web nota reveladora do seu “prestígio”. Além de aceitar o convite, a estrela máxima do PMDB declarara-se favorável à construção de rodovia ansiada pelos piauienses: a BR 222.
Menos de 24 horas depois, a influência política de Marllos foi abalroada pela portaria que expurgou seu protegido do comando estadual do Ibama. Atônito, o deputado pendurou-se ao telefone.
Em contato com dirigentes do PMDB, Marllos constatou que não era o único desinformado. Nenhum integrante da cúpula da legenda merecera a delicadeza de um aviso prévio.
Tudo isso num instante em que o partido de Temer acaba de divulgar um manifesto em que 53 dos seus 76 deputados reclamam do tratamento de segunda classe que recebem do governo.
Pouco depois de assumir o Ibama piauiense, o agora demitido Carlos Máximo dissera, em entrevista, ter recebido ameaças de morte e ofertas de propina para reduzir multas ambientais.
As declarações puseram em movimento as engrenagens do Ministério Público. Na noite passada, o padrinho Marllos pendurou na internet outra nota. “Afirmo aqui que tenho total confiança na honradez de Carlos Máximo”, diz o deputado no texto.
O Ibama fora ofertado ao PMDB num rateio suprapartidário de cargos federais localizados no Piauí. Participaram do ‘racha’ outras legendas governistas. Coordenou a divisão o senador João Vicente Claudino (PTB).
“Já comuniquei ao líder da bancada, o senador João Vicente Claudino, e vamos querer saber o motivo da exoneração”, diz no seu site o deputado Marllos, agora menos prestigiado do que há dois dias.
O caso do piauiense é citado por integrantes da tribo dos pemedebê como mais uma evidência da falta de jeito do governo da morubixaba Dilma. Um dos descontentes diz: “Se o Ibama do Piauí fosse chefiado por alguém do PT, duvido que o demitiriam assim, sem a deferência de uma explicação.”
É desse tipo de matéria prima que são feitas as crises brasilienses. Começam pequenininhas, em poltronas de terceiro escalão nos Estados. E desaguam em manifestos federais e rebeliões congressuais. É o preço que se paga por uma coligação alicerçada na cooptação.
DO JOSIAS DE SOUZA
Chama-se Carlos Máximo. Ocupava o cargo havia escassos cinco meses. Indicou-o o deputado federal Marllos Sampaio (PMDB-PI). A demissão pegou afilhado e padrinho de surpresa.
Na quarta-feira (7), dia em que Izabella rubricou o ato exoneração, o deputado Marllos estivera com o vice-presidente da República Michel Temer. Convidara-o a visitar Teresina, para receber o título de ‘Cidadão Piauiense’.
Marllos apressou-se em veicular em sua página na web nota reveladora do seu “prestígio”. Além de aceitar o convite, a estrela máxima do PMDB declarara-se favorável à construção de rodovia ansiada pelos piauienses: a BR 222.
Menos de 24 horas depois, a influência política de Marllos foi abalroada pela portaria que expurgou seu protegido do comando estadual do Ibama. Atônito, o deputado pendurou-se ao telefone.
Em contato com dirigentes do PMDB, Marllos constatou que não era o único desinformado. Nenhum integrante da cúpula da legenda merecera a delicadeza de um aviso prévio.
Tudo isso num instante em que o partido de Temer acaba de divulgar um manifesto em que 53 dos seus 76 deputados reclamam do tratamento de segunda classe que recebem do governo.
Pouco depois de assumir o Ibama piauiense, o agora demitido Carlos Máximo dissera, em entrevista, ter recebido ameaças de morte e ofertas de propina para reduzir multas ambientais.
As declarações puseram em movimento as engrenagens do Ministério Público. Na noite passada, o padrinho Marllos pendurou na internet outra nota. “Afirmo aqui que tenho total confiança na honradez de Carlos Máximo”, diz o deputado no texto.
O Ibama fora ofertado ao PMDB num rateio suprapartidário de cargos federais localizados no Piauí. Participaram do ‘racha’ outras legendas governistas. Coordenou a divisão o senador João Vicente Claudino (PTB).
“Já comuniquei ao líder da bancada, o senador João Vicente Claudino, e vamos querer saber o motivo da exoneração”, diz no seu site o deputado Marllos, agora menos prestigiado do que há dois dias.
O caso do piauiense é citado por integrantes da tribo dos pemedebê como mais uma evidência da falta de jeito do governo da morubixaba Dilma. Um dos descontentes diz: “Se o Ibama do Piauí fosse chefiado por alguém do PT, duvido que o demitiriam assim, sem a deferência de uma explicação.”
É desse tipo de matéria prima que são feitas as crises brasilienses. Começam pequenininhas, em poltronas de terceiro escalão nos Estados. E desaguam em manifestos federais e rebeliões congressuais. É o preço que se paga por uma coligação alicerçada na cooptação.
DO JOSIAS DE SOUZA
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