segunda-feira, 26 de março de 2012

Dirceu, “o chefe de quadrilha” fala, e a imprensa, como é mesmo?, repercute… Ou: A “maioria apertada” de 52%…

José Dirceu, o chefe de quadrilha (segundo a Procuradoria Geral da República), escreveu um post em seu blog criticando as prévias no PSDB e atacando José Serra. O “chefe de quadrilha” deve achar que processo legítimo e democrático é o que se deu no PT: Lula chegou lá, deu um “un coup de pied aux fesses” de Marta Suplicy e passou talquinho em Fernando Haddad.
Muito bem! A Folha Online fez um texto a respeito. Isso é sempre curioso. Quase ninguém lê o blog do “chefe de quadrilha”. Ele se faz conhecido porque a imprensa “repercute”, como se diz por aí, o que escrevem por lá. Dirceu, um próspero “consultor de empresas privadas”, tem uma equipe para cuidar da página. Mas isso é o de menos.
O que interessa no texto da Folha é outra coisa. Está escrito lá:
“Para ele [Dirceu], a vitória apertada de Serra nas primárias, com 52% dos votos, é uma prova de que o PSDB está dividido. Ele ainda acusou o tucano de partir para o confronto com o PT”.
Heeeinnn? Vitória apertada com 52%? Eram três candidatos. A vitória seria definida por maioria simples. Bastavam 33% dos votos mais um. Serra obteve 52,1% do total — 19,1 pontos acima do segundo colocado, José Aníbal, que ficou com 33%. Entenderam como são as coisas? O PT define que a vitória “foi apertada”, e a imprensa assume a mentira com dado de realidade.
Dirceu está descontente com Serra porque o tucano criticou o PT — “partiu para o confronto”, segundo o texto. Entendi. Onde já se viu um oposicionista criticar o partido do governo? Em boas democracias do mundo, como Cuba, Coréia do Norte, China, Equador ou Venezuela, isso é considerado crime.
Pedro Tobias, presidente do PSDB estadual, responde a Dirceu:
“José Serra saiu da Prefeitura de São Paulo para ser conduzido, pela maioria dos paulistas, ao Governo do Estado de São Paulo, enquanto o deputado José Dirceu saiu do governo do PT cassado pelo Congresso Nacional e tendo de responder a um processo por formação de quadrilha no Supremo Tribunal Federal.”
Por Reinaldo Azevedo

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