segunda-feira, 26 de março de 2012

Agora falta o PT escolher um nome legítimo para disputar a Prefeitura de São Paulo; por enquanto, tem um interventor da ditadura lulista

O jornalismo pautado pelo PT deveria se perguntar por que Lula deu um murro na mesa e decidiu que o candidato à Prefeitura de São Paulo seria Fernando Haddad —  E SEM PRÉVIAS. O PSDB, fato inegável, realizou as suas na cidade. O resultado foi compatível com um processo que de fato existiu, que não se limitou a cumprir uma formalidade.
Serra é, assim, o legítimo pré-candidato do PSDB à Prefeitura — candidato oficial tão logo se realize a convenção. Desafio um dos “cientistas políticos” tornados bocas de aluguel do PT a demonstrar que não. E faço a pergunta: “E Haddad? É o candidato legítimo do PT”?
Por que o partido não realiza uma prévia entre ele e Marta Suplicy pra gente ver no que dá? Mas quê… A direção do partido abortou o processo porque ele perderia feio. Se existe hoje um candidato imposto, que referenda os piores hábitos da política, é Haddad. As bocas de aluguel silenciam a respeito porque, afinal, são pagas para pensar outra coisa — é o “negócio” como ciência.
Para o bem e para o mal, o PSDB não tem um “coroné” como Lula. É para o mal porque a ausência de um líder unificador traz contratempos, é evidente. O partido demora, muitas vezes, a reagir e permite certa canibalização interna. Mas é “para o bem” porque o partido sobreviverá à saída de cena deste ao daquele ao longo da história, como sobreviveu. Sérgio Motta e Mário Covas se foram, e a legenda está aí. Na ausência de Lula, como está demonstrado, o PT se esfarela — e, curiosamente, o governo também. Rezar para que o Apedeuta se recupere plenamente, para os petistas, é mais do que um voto da decência humana, como é o meu. Também é uma questão de sobrevivência política.
Vamos, petistas, coragem! Vamos, “analistas”, coragem! Que o PT renuncie à prática velha do dedaço e realize prévias entre Haddad e Marta Suplicy — e sem interferência da máquina federal (assim como Geraldo Alckmin não interferiu na disputa tucana).
Que o PT escolha o legítimo representante do partido (ou “legítima”), a exemplo do que fez o PSDB. Fazer digressões desairosas sobre a eleição interna do PSDB — ignorando como se deu a “nomeação” do candidato do PT e chamando isso de “análise isenta” — é coisa de vigarista intelectual.
Por Reinaldo Azevedo
REV VEJA

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