De todas as tolices que se dizem sobre a tal “Comissão da Verdade”, a maior delas é a que sustenta que ela não tem nada a ver com revanchismo. Ora… Trata-se de revanche, sim, ainda que ela se situe no terreno da pura narrativa. As pessoas diretamente envolvidas com essa comissão já deixaram mais do que claro que se trata de contar a história segundo a ótica das esquerdas. Como elas perderam aquele confronto — curiosamente, só chegaram ao poder por meio do método que rejeitavam: as “eleições burguesas”!!! —, tentam agora vencer a outra luta: a do “bem” (elas) contra o “mal” (os outros).
O nome disso é revanche. A ideia de que o Estado defina uma “verdade” oficial, diga-se, já é de um autoritarismo escandaloso. O país é livre. As universidades são autônomas. Os historiadores podem trabalhar à vontade. Por que há de ser o aparelho estatal a dizer “a” verdade? O fato de a academia — com raras e honrosas exceções — não reagir ao estabelecimento de uma “verdade oficial” e apoiar a iniciativa dá conta da indigência intelectual média da turma. Sigamos.
Essa Comissão da Verdade não resiste a algumas indagações básicas.
1 - Vai reconstituir, no detalhe, o assassinato do soldado do Exército Mário Kozel Filho, morto a 11 dias de completar 19 anos? Serão listados os participantes do atentado que o matou e os chefes das organizações terroristas?
2 - Serão reconstituídos as últimas horas de vida do tenente da Polícia Militar Alberto Mendes Júnior, que teve o crânio esmagado a coronhadas por Carlos Lamarca e seu bando?
3 - Vão reconstituir, em suma, as circunstâncias da morte de pelos menos 119 pessoas, assassinadas por grupos de extrema esquerda?
4 - Terá a comissão a coragem de contar também esse lado da “verdade”, indicando, reitero, os nomes dos chefes dessas operações — e Dilma Rousseff foi, sim, dirigente de duas organizações que mataram pessoas?
5 - A comissão será independente o bastante para demonstrar que a maioria desses mortos não tinha nem mesmo ligação com a luta política?
1 - Vai reconstituir, no detalhe, o assassinato do soldado do Exército Mário Kozel Filho, morto a 11 dias de completar 19 anos? Serão listados os participantes do atentado que o matou e os chefes das organizações terroristas?
2 - Serão reconstituídos as últimas horas de vida do tenente da Polícia Militar Alberto Mendes Júnior, que teve o crânio esmagado a coronhadas por Carlos Lamarca e seu bando?
3 - Vão reconstituir, em suma, as circunstâncias da morte de pelos menos 119 pessoas, assassinadas por grupos de extrema esquerda?
4 - Terá a comissão a coragem de contar também esse lado da “verdade”, indicando, reitero, os nomes dos chefes dessas operações — e Dilma Rousseff foi, sim, dirigente de duas organizações que mataram pessoas?
5 - A comissão será independente o bastante para demonstrar que a maioria desses mortos não tinha nem mesmo ligação com a luta política?
As minhas perguntas são meramente retóricas porque eu já sei a resposta. Ora, se o objetivo da Comissão da Verdade é reconstituir a história segundo o exclusivo ponto de vista da esquerda, partindo das premissas falsas de que os terroristas de então queriam democracia e só optaram pela luta armada porque não tinham uma alternativa, não é Comissão da Verdade, mas da mentira; não é aposta na pacificação, mas na revanche.
Os xingamentos todos eu já conheço; espero contra-argumentos.
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