quinta-feira, 15 de março de 2012

Este é um governo que fala grosso com os EUA e fino com a Fifa

Vocês certamente se lembram de uma frase do Chico Jabuti durante a campanha eleitoral. Segundo ele, votava em Dilma porque não queria um governo que falasse grosso com a Bolívia e o Paraguai e fino com os EUA. E depois há quem queira negar que esse rapaz seja um poeta… É preciso muita má fé! Pois bem! Elegemos um governo que fala grosso com os EUA e fino com a Fifa! E ainda há quem queira negar o avanço óbvio.
A confusão no que respeita à venda de bebidas alcoólicas nos estádios é uma piada grotesca, mais uma evidência de um governo cujo comando não funciona. Apesar de ter a maior base parlamentar do Ocidente - só deve perder para Raúl Castro (até Chávez enfrenta mais oposicionistas no Parlamento do que Dilma) -, o governo vive na base do susto. Como não sabe para onde vai, todos os caminhos se mostram errados…
Quando Lula “autorizou”, contra a lei, a venda da Brasil Telecom para a Oi - o que foi excelente para Daniel Dantas, que o JEG jurava ser inimigo do governo (que piada!) -, operação financiada pelo BNDES, cravei a frase que está no livro “Máximas de Um País Mínimo”: “Nas democracias, os negócios são feitos de acordo com as leis; no Brasil, as leis são feitas de acordo com os negócios”. O modelo de bom selvagem dos intelectuais de esquerda do complexo PUCUSP descobriu, enfim, as delícias do… capitalismo selvagem!
Pois bem! Bebidas alcoólicas são proibidas nos estádios brasileiros - menos nos jogos da Copa porque, afinal, isso estava combinado com a Fifa. No Brasil, existem leis que garantem a meia-entrada para estudantes e idosos. Sou contra as duas, deixo claro! Mas existem. No caso dos estudantes, a tal lei geral dá um jeito de driblar a exigência, colocando-a como parte dos chamados “ingressos sociais”, que vão atender aos pobres.  É truque. Ocorre que o país tem de suspender a vigência dessas duas leis porque isso também estaria combinado com a Fifa.
Atenção! Governo nenhum tem autorização para celebrar acordos, com outros países ou com entidades privadas, como é a Fifa, que contrariem a nossa legislação. Consultem quem vocês quiserem. Eles são nulos por natureza. Sou um legalista. Posso até achar estúpidas algumas leis, mas são as que temos. O pior de tudo é que não estamos nem mesmo mudando a legislação em caráter permanente para, então, fazer os jogos da Copa! Não! Teremos uma lei ad hoc, só para atender à Fifa.  Depois o governo volta a falar grosso com a brasileirada. Por enquanto, leva pontapé no traseiro e faz o que o nhonhô manda.
Por Reinaldo Azevedo
REV VEJA

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