Então, gente… “Eu estou convencido de que” — como dizia o apedeuta quando estava prestes a soltar uma de suas reflexões no elevador, hehe — a política só voltará a ser alguma coisa respeitável no Brasil, que não nos obrigue a tapar o nariz, quando estiver um tantinho mais próxima do senso de moral e da realidade do homem comum: eu, você, aquelas pessoas que ficam nas filas de ônibus e metrô e que ganharam o pão do dia de maneira honesta.
Por que digo isso?
Abaixo, vocês lerão trecho de um texto de Uirá Machado, na Folha, informando que o companheiro Fernando Haddad está mais “tranqüilo” com o apoio do prefeito Gilberto Kassab (PSD) ao tucano José Serra. Ele se manifestou nestes termos: “Fico mais tranqüilo de que vou poder representar melhor as idéias em que acredito”.
Deixem Tio Rei ver se entendeu direito o que diz o ex-ministro Gugu Dadá da Educação: caso Serra não tivesse entrado na disputa e caso Kassab apoiasse o candidato do PT, antes mesmo de eventualmente eleito, Haddad já estaria ou enganando o eleitor ou enganando os aliados — quem sabe, bom petista que é, poderia estar fazendo as duas coisas.
Quer dizer que uma aliança com Kassab o obrigaria a fazer coisas nas quais não acredita? É mesmo? Pergunta: o que ele faz para manter, por exemplo, o apoio do PR, do patriota Valdemar Costa Neto? Faz por necessidade ou por gosto? Faz com o ar sofrido do donzelo violado ou com os olhos concupiscentes do pervertido?
Com um pouco mais de experiência, Haddad poderia dizer algo mais ou menos assim — vai a dica aí, ô, novato: “Não importa quem nos apóie, a nossa política será sempre a mesma”. Mas não! Ele admite que, a depender dos acordos que faça, pode ir pra cá, pode ir pra lá, pode ser por baixo, pode ser por cima, exercendo a sua própria versão da bela “Elegia - Indo para o leito” , de John Donne, na tradução de Augusto de Campos: “Deixa que minha mão errante adentre. Atrás, na frente, em cima, embaixo, entre.”…
Segue trecho do texto da Folha. Volto para encerrar:
Pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira que a entrada do ex-governador José Serra (PSDB) na disputa não altera seus planos de campanha, mas reconheceu que fica mais “tranquilo” com o novo cenário. “Eu não via com conforto a possibilidade de uma aliança com a atual administração”, disse Haddad em referência ao prefeito Gilberto Kassab (PSD). Após conversa de Kassab com o ex-presidente Lula, setores do PT passaram a defender uma aliança com o prefeito de São Paulo.
Pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira que a entrada do ex-governador José Serra (PSDB) na disputa não altera seus planos de campanha, mas reconheceu que fica mais “tranquilo” com o novo cenário. “Eu não via com conforto a possibilidade de uma aliança com a atual administração”, disse Haddad em referência ao prefeito Gilberto Kassab (PSD). Após conversa de Kassab com o ex-presidente Lula, setores do PT passaram a defender uma aliança com o prefeito de São Paulo.
As negociações, que nunca se tornaram oficiais, foram enterradas neste sábado, quando Serra decidiu concorrer à sucessão de Kassab. O prefeito deve sua eleição ao tucano e já anunciou que o apoiará na disputa. Fernando Haddad durante reunião do Conselho Político de sua pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo. Haddad, que não estava entre os defensores da aliança com Kassab, vê no cenário atual mais espaço para criticar a administração da cidade.
“Fico mais tranquilo de que vou poder representar melhor as ideias em que acredito”, afirmou o pré-candidato durante visita ao bairro da Freguesia do Ó (zona norte). “Está mais adequado o candidato ao dicurso”, completou. Sobre a entrada de Serra, Haddad questionou: “Qual a surpresa? Esta é a sexta eleição do século 21. Ele já participou de cinco. Ele tem estado à disposição do partido”. Durante a entrevista, Haddad também afirmou que não vê como necessária uma possível aliança com o PMDB, cujo pré-candidato é o deputado Gabriel Chalita.
“Pode haver entedimento [com o PMDB]? Pode. Mas não vejo como condição necessária”, disse o ex-ministro da Educação, que descartou a possibilidade de ele ceder a cabeça da chapa a Chalita.
(…)
(…)
Voltei
Escrevo assim para ensinar aos “JEG” — Jornalistas da Esgotosfera Governista — que jamais se deve descuidar da literatura. Mesmo quando o tema é Fernando Haddad e suas vastas emoções e pensamentos imperfeitos.
Escrevo assim para ensinar aos “JEG” — Jornalistas da Esgotosfera Governista — que jamais se deve descuidar da literatura. Mesmo quando o tema é Fernando Haddad e suas vastas emoções e pensamentos imperfeitos.
PS - Nos comentários, por favor: só observações que honrem a alta poesia de John Donne, não o entendimento que Haddad tem da política.
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