segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Garotinho e Cesar Maia celebram aliança aparando arestas

O deputado federal Anthony Garotinho (PR) e o ex-prefeito do Rio Cesar Maia (DEM) anunciaram nesta segunda-feira (27) a aliança para as eleições municipais em todo o Estado do Rio de Janeiro se esforçando para relevar críticas feitas no passado.
A união, segundo eles, tem como principal objetivo enfraquecer o governador Sérgio Cabral (PMDB).
No início do encontro dos dois partidos, Maia chegou a ser vaiado por integrantes do PR, maioria das cerca de 3.000 pessoas no auditório.
"A nossa coligação começa a ser discutida em função da oposição ao PMDB no Estado todo. É mais importante do que as divergências do passado", disse Maia.
Garotinho citou exemplo do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), para explicar a união dos antigos desafetos.
"Nossas diferenças nunca chegaram ao nível das diferenças do próprio prefeito Eduardo Paes com o [ex-presidente] Lula. Dona Marisa [mulher do ex-presidente] não queria nem vir ao Rio por causa das ofensas que Paes fez ao filho do Lula. Isso foi superado, faz parte do jogo da política", disse o ex-governador.
Garotinho disse no passado que Maia tinha uma "imaginação descontrolada", e era acostumado a "criar mentiras".
O ex-prefeito, por sua vez, já ameaçou pedir a prisão do atual aliado, e criticou o candidato a presidente Geraldo Alckmin (PSDB) em 2006 por buscar apoio de Garotinho. Considerou a estratégia "um desastre".
Os dois se concentraram agora a criticar a gestão de Cabral e Paes. Garotinho chamou o governador de "saguinário, covarde e cruel" e disse que sua coligação, composta por 17 partidos, é feita a partir de compra das siglas.
Paes, por sua vez, foi chamado de "subserviente" e "submisso". Garotinho comparou os dois a personagens de novela das oito da TV Globo "Fina Estampa".
"Nunca vi um governador fazer tanta maldade como Sérgio Cabral. Ele chamou mulheres pobres de favelas de fábrica de marginais, médicos de vagabundos, professores de preguiçosos, bombeiros de vândalos. Agora essa maldade de colocar as lideranças [da greve de policiais e bombeiros] em Bangu 1. Poderia comparar Cabral só àquela Teresa Cristina da novela. Passa o dia inteiro pensando em maldade. E o Paes é sem personalidade. Tudo o que o Cabral manda ele faz. Parece a dupla Teresa Cristina e o Crô."
No evento, num centro de convenções no centro do Rio, integrantes do PR vaiaram César e o deputado Rodrigo Maia (DEM). Só pararam após discurso da ex-governadora Rosinha Garotinho (PR).
"Todos que estão em cargos públicos podem errar. Os dois vão procurar não repetir os erros. As diferenças ficaram para trás", disse ela, citando inclusive o governador Leonel Brizola, morto em 2004, que lançou os dois na política.
Antes do discurso de Garotinho, foi passado um vídeo e o jingle que seria usado em 2010 para sua campanha a governador. Ele desistiu para buscar vaga como deputado federal e aumentar o tempo de TV do partido. Questionados se a aliança entre os dois era prévia para 2014, numa eventual chapa para a sucessão de Cabral, tergiversaram.
Rodrigo Maia e a deputada estadual Clarissa Garotinho (PR), que devem formar a chapa para a capital, foram coadjuvantes na cerimônia que criou a chamada "Aliança Republicana, Democrática e Popular".
Clarissa ainda não confirmou se será a vice na chapa. "Não quero uma aliança construída num arranjo familiar. As coisas estão avançando", disse ela.
RELIGIÃO
O ex-governador, evangélico, e o ex-prefeito, católico, afirmaram que questões religiosas devem ser tratadas nas eleições municipais. Garotinho já fez críticas ao financiamento por parte da Prefeitura do Rio à Marcha de Orgulho Gay e a vídeos promocionais da Riotur para o turismo de homossexuais.
"Quando se escolhe um prefeito, escolhe também um líder que serve de exemplo para o seu povo. Não vai ser tema principal de campanha. Mas as pessoas têm que ter posições claras. Ninguém vai fazer campanha para papa ou bispo, mas as temáticas religiosas vão estar presente."
DA FOLHA.COM

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