segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

DEFENSORIA PÚBLICA DE SP VIROU BAGUNÇA POLÍTICO-PARTIDÁRIA - O defensor que fala como militante, diz inverdades jurídicas e parece odiar uma parcela da população de São José dos Campos

Meus caros,
abaixo, há um vídeo único. Nunca antes na história destepaiz se viu algo assim. Trata-se do depoimento do defensor público Jairo Salvador, prestado na Assembléia Legislativa de São Paulo, sobre os eventos do Pinheirinho. Foi postado no YouTube por seus admiradores. Os comentários babam preconceito, violência retórica e ignorância. De saída, noto que a síntese que o defensor faz da questão jurídica é incompetente e acaba sendo mentirosa. Por quê? Porque, na prática, ele sustenta que a Justiça Federal tinha precedência sobre a Justiça estadual para cuidar do caso. E não tinha. Dois tribunais superiores, o STJ e o STF, tiveram a chance de se manifestar a respeito. Ele também se mete a discutir o orçamento da cidade, como se a) fosse de sua competência; b) todo dinheiro em caixa mantido por um ente administrativo — cidade, Estado ou União — fosse uma imoralidade, uma vez que há pobres. É um conceito, na melhor das hipóteses, “quadripedestre” de administração pública; na pior, é vigarice política mesmo.
Como vocês verão abaixo, isso não é fala de defensor público, regiamente pago com o dinheiro de todos os paulistas. ISSO É FALA DE MILITANTE POLÍTICO. Jairo Salvador pode militar onde bem entender, mas não com o nosso dinheiro, não dentro de um órgão público, onde ele TEM A OBRIGAÇÃO DE SER APARTIDÁRIO. O aspecto mais grave de seu pronunciamento é mesmo a salada jurídica que faz, evocando, inclusive, a sua condição de formado em direito. Que volte pra escola e estude esferas de competência da Justiça. Ah, sim: fica visível que ele odeia São José dos Campos e uma parcela considerável de sua população.
Abaixo segue o vídeo. Depois dele, pontuo alguns trechos emblemáticos de sua fala.

0min14s - “Para nós de São José dos Campos, que atuamos na área de preservação do direito à moradia…”
COMENTO
Ele fala em “nós, de São José dos Campos”, mas eu seria capaz de jurar que seu sotaque é de outro lugar. Não me parece que seja da cidade. Preconceito da minha parte? Vamos ver quem é o preconceituoso.
0min36s-1min37s - “Para quem conhece São José dos Campos, a sua formação, a elite que domina a cidade, dá pra entender o que aconteceu. Porque o Pinheirinho é só mais um capítulo de extermínio da pobreza numa cidade que quer se vender como uma cidade perfeita, sem problemas sociais, onde esconde a pobreza, onde mata a pobreza, onde elimina fisicamente a pobreza para que a pobreza não apareça, e a cidade seja vendida como uma cidade perfeita (…) A opção política dos seus governantes é pra exclusão e pra exterminação da pobreza, exterminando o pobre (…)”
COMENTO
Entenderam por que é relevante observar que, muito provavelmente, ele não é de São José dos Campos? Esse homem odeia aquela cidade! Ele a considera uma expressão do horror social. Segundo diz, a elite da cidade mata os pobres, querer eliminá-los. É uma acusação grave. Não é possível que possa sair repetindo isso por aí impunemente. Os covardes fazem acusações genéricas, tentando fugir de processos e punições funcionais; os corajosos dão nomes aos bois. Por que Jairo Salvador não declina os nomes, então, dos assassinos? Eu respondo: PORQUE ELE NÃO TEM O QUE DIZER! Isso não é exercido de defensoria, isso não é exercício de direito. Isso é só ideologia. PARA ELE, O PINHEIRINHO É UMA EXCELENTE MANEIRA DE COMPROVAR UMA TESE.
1min40s-1min50s - Eu vou aqui rapidamente dar o meu testemunho do processo e de coisas que só eu vi e que é importante que todos saibam.
COMENTO
Coisas que só ele viu, entenderam? Logo, que ninguém ouse contestar!
2min-2min23s - A Defensoria Pública vem atuando, desde a sua instalação, em 2007, junto com as lideranças, junto com a combativa liderança do movimento, a associação de moradores, em parceria jurídica com esses moradores, para que a gente possa dar assistência jurídica a eles. E nós tentamos, juridicamente, dentro das normais, dentro das leis do país, conseguir reverter essa situação.
COMENTO
“Combativa liderança” não é linguagem de defensor público, mas de militante do PSTU. Se ele é ou não, isso não sei. Mas é ele quem deixa claro que atuava em parceria com o partido, que é quem mandava no Pinheirinho. O PSTU, aliás, está exultante e já acha que esse é seu maior feito. Atenção! Marrom, o sindicalista que mandava no local, filiado ao partido, simplesmente impediu uma solução negociada para o caso porque considerava que seria ceder ao estado burguês.
7min28-7min30s - “Nós acompanhamos: eu e o Toninho, que estava comigo…”
COMENTO
COMENTO
O “Toninho que estava comigo” é outro militante do PSTU e era um dos chefões do Pinheirinho, conforme deixou claro a moradora Gilmara na entrevista que me concedeu. Gilmara é aquela que os esquerdopatas haviam matado e que ressuscitou.
9min41s - “O que a gente está passando pra população é que não existe lei em São Paulo, não existe lei nesse país, da uma faz o que quer, é só ter força pra cumprir o que quer”
COMENTO
Não, senhor! Justamente porque existe a lei, a determinação do Tribunal de Justiça de São Paulo tinha de ser cumprida. Justamente porque existe lei, uma esfera do Judiciário não solapa a outra. Justamente porque existe lei, a PM teve de cumprir o seu papel. Aliás, fazem o mesmo a União e o governo do Distrito Federal com áreas públicas invadidas no DF. A diferença é que, lá, os agentes partidários disfarçados de homens da lei se calam porque, afinal, seu partido está no poder.
Encerro com algumas indagações
- Quais são os limites de um defensor público?
- Um defensor pode atuar, de forma confessa, como militante de uma causa, em parceria com lideranças de um partido político?
- Um defensor público pode demonizar, assim, toda uma cidade, acusando-a de exterminar pobres?
- Um defensor público pode demonizar uma prefeitura, acusando-a de eliminar a população carente?
- Um defensor público pode incitar - basta ver seu discurso na íntegra - os ouvintes contra a Justiça?
- Um defensor público pode afirmar que “não existe lei em São Paulo” quando uma decisão do Tribunal de Justiça foi endossada pelo STJ e, na prática, pelo STF, que indeferiu o pedido para suspender a reintegração de posse do Pinheirinho?
- Um defensor público, agora, goza, mesmo sem ter sido eleito, da mesma imunidade de um parlamentar?
A Defensoria Pública de São Paulo — e lamento pelos profissionais sérios que há lá —- se transformou num bolsão de militância político-partidária. No caso da cracolândia, tiveram a ousadia de ajudar a fechar uma rua e de instalar uma tenda para abrigar os viciados em crack. Diziam que o faziam em nome do direito de ir e vir. Isto mesmo: em nome do direito de ir e vir de traficantes e viciados, impediam o ir e o vir de quem trabalha, paga impostos e quer ganhar a vida honestamente.
Se a fala deste senhor não tiver nenhuma conseqüência e se ele não for convidado a comprovar a denúncia de que São José dos Campos extermina pobres e que não há lei em São Paulo, então tudo será permitido por lá.
Eu agora me interessei por este órgão. A partir de hoje, vou querer saber qual é o Orçamento da Defensoria, quantos são os defensores, qual é o seu salário, de que benefícios gozam, a que causa se dedicam, se têm ou não vinculações partidárias, essas coisas…
JÁ CANSEI DESSA GENTE PAGA COM O NOSSO DINHEIRO PARA NOS ODIAR!
SE A CÂMARA DOS VEREADORES DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS TIVER O MÍNIMO DE VERGONHA NA CARA, CHAMA ESTE SENHOR NA CHINCHA! É CLARO QUE ELE PODE FALAR O QUE BEM ENTENDER — DESDE QUE ARQUE COM AS CONSEQÜÊNCIAS DE VIVER NUM ESTADO DEMOCRÁTICO.
PS - Não adianta retirar o filme do ar porque já fiz cópia
Por Reinaldo Azevedo
REV VEJA

Nenhum comentário:

Postar um comentário