PAZ AMOR E VIDA NA TERRA
" De tanto ver triunfar as nulidades,
De tanto ver crescer as injustiças,
De tanto ver agigantarem-se os poderes
nas mãos dos maus, o homem chega
a desanimar-se da virtude,
a rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto".
[Ruy Barbosa]
ELDER OGLIARI E JOSÉ MARIA TOMAZELA - Agência Estado
O arcebispo de Porto Alegre, d. Dadeus Grings, acusou o Judiciário de corrupção e de invasão à jurisdição da Igreja em nota e em entrevista coletiva nesta segunda-feira. A manifestação revela revolta contra decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo, que condenou a diocese de São João da Boa Vista e o próprio religioso a pagar uma indenização de R$ 940 mil por danos morais a uma família do município de Mogi Guaçu.
"O problema da corrupção no Brasil tem sua base exatamente ali, no Judiciário", afirma o arcebispo. "Todos sabem disso, mas poucos têm coragem de denunciá-lo", prosseguiu. "Nossa presidente (Dilma Rousseff) começou a faxina no Executivo. Quando será a vez do Judiciário, onde o problema é muito mais grave?"
O caso que deixou d. Dadeus Grings indignado ocorreu na década de 90, quando ele era bispo de São João da Boa Vista. O religioso disse que à época foi procurado por cidadãos inconformados com o pagamento de indenização milionária, pela prefeitura de Mogi Guaçu, a família que teve terreno desapropriado para a construção de uma avenida.
Ele tomou conhecimento do processo e escreveu uma série de artigos em defesa do município. A família se sentiu atingida e lhe entregou uma carta. Na resposta, o bispo disse que os advogados da família não lhe deixaram a impressão de lisura. Esta frase, segundo d. Dadeus, foi o motivo da condenação. "Por esta expressão foi condenado a pagar R$ 940 mil, a título de danos morais. É justo?" , questiona. "Era obrigação minha, de pastor, orientar a referida família e chamar a atenção dos desvios", afirma, reiterando que não agiu em causa própria.
Cheguei à conclusão de que a presidente Dilma Rousseff é uma mulher má, perversa mesmo, que atua para prejudicar o povo brasileiro. E como é que faz isso? Ora, demitindo ministros competentes e inocentes, o que, convenham, é ruim para o Brasil. Foi a conclusão a que cheguei, mais uma vez, na solenidade de posse de Aldo Rebelo, novo ministro do Esporte. Todos discursam: a presidente, Rebelo e Orlando Silva, que jurou inocência ainda outra vez e foi aplaudido de pé!
Vênia máxima, a soberana estrelou uma solenidade vergonhosa. Estavam todos saudando ali, na prática, o comprovado — PELO PRÓPRIO GOVERNO — desvio de pelo menos R$ 40 milhões, as ONGs de fachada, as empresas de laranjas, o compadrio, o desperdício. Ou bem Dilma falava coisa com coisa, e a Controladoria Geral da República tem de ser demitida, do ministro ao contínuo, ou o poder fez, nesta segunda, o elogio da corrupção.
Nunca vi razão especial para criticar a ação de Aldo Rebelo. Foi um presidente da Câmara competente e equilibrado e teve uma atuação destemida no Código Florestal. Mas hoje fez um discurso ridículo. Afirmou que Orlando Silva, seu antecessor, também do PCdoB, pode ser “mais do que inocente”; talvez seja “vítima das lutas sociais”.
Ou Aldo explica como as lambanças das ONGs no programa Segundo Tempo ajudam os pobres, ou falou uma grande bobagem. Mais adiante, o ministro disse que seu partido não está acima da crítica. Que bom! Mas é onde tentou colocá-lo. Leiam texto do Globo Online. Volto para arrematar.
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A posse do novo ministro do Esporte, Aldo Rebelo (PCdoB), a quem a presidente Dilma Rousseff chamou, erroneamente, em duas citações de Aldo Rabelo, transformou-se numa sessão de rasgados elogios ao PCdoB, partido que ocupa o ministério há nove anos e que é alvo de denúncias de desvio de verbas de convênios do Ministério dos Esportes com ONGs. Dilma afirmou que a troca de comando no Esporte não estava em seus planos, mas, por causa da situação criada, teve de fazê-lo. Ela qualificou o trabalho de Orlando Silva à frente da Pasta como “excepcional” e disse que o ex-colaborador tem todo seu respeito.
“Esta cerimônia não estava nos meus planos, nos planos do governo. Muitas vezes somos conduzidos a situações inesperadas que temos de enfrentar. E enfrentar, muitas vezes, com tristeza, mas sempre com coragem e determinação. Foi o que fizemos neste caso sem abrir mão de construir o caminho que escolhemos”, discursou Dilma.
“Ele ganha plena liberdade para restituir a verdade e preservar sua biografia. Orlando Silva não perde meu respeito. Desejo-lhe muito sucesso em sua cruzada pela verdade. Perco um colaborador, mas preservo o apoio de um partido cuja presença no meu governo considero fundamental. O PCdoB tem sido, nos últimos nove anos, um parceiro leal e relevante do nosso projeto nacional de governo e de desenvolvimento”.
Na cerimônia, o novo ministro qualificou o seu antecessor como “mais que inocente” é “vítima”. “Talvez mais que inocente, talvez o senhor seja vítima das consequências da luta social e política.” Aldo disse ainda que seu partido não está acima das críticas nem da fatalidades humanas, mas recorreu aos 90 anos de fundação da legenda para dizer que o PCdoB luta por igualdades. Sobre o que fará no cargo, nada disse. De acordo com o novo ministro, o Programa Segundo Tempo, origem da crise que levou à queda de Orlando Silva, é elogiado internacionalmente. “Nas décadas que o Brasil precisou, ele (o PCdoB) defendeu a democracia e a liberdade.”
A presidente ressaltou que, apesar da mudança de comando, o trabalho do ministério permanecerá na mesma linha. Sem citar a Fifa, ou mesmo o nome do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, que estava presente à cerimônia, Dilma ordenou a seu novo auxiliar que sejam estabelecidas bases claras para a organização da Copa. “Ele tem plenas condições de dar continuidade às políticas prioritárias do ministério que hoje está assumindo e estabelecer, desde logo, relações claras com todos os entes envolvidos na preparação da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos. Aldo Rabelo (sic), como nós podemos perceber por esse plenário, é rico em amigos e companheiros que conhecem seu caráter, suas convicções e seu respeito.”
Encerro Não, assim não é possível! Já tinha ouvido essa ladainha na demissão de Antonio Palocci; agora, repete-se o padrão na de Orlando Silva. O curioso é que o ministro do PR e os dois do PMDB que deixaram seus respectivos cargos não mereceram tanta deferência. É que eles não são, nominalmente ao menos, de esquerda, né?
São discursos lamentáveis, que remetem a práticas desastrosas para o país. Dilma não precisava disso, não! É claro que eu não esperava que ela execrasse um ex-auxiliar. Há maneiras decorosas de não esmagar um aliado político sem, no entanto, condescender, na fala ao menos, com práticas notoriamente corruptas.
Dilma que mude, então, de postura! Quando a imprensa voltar a noticiar fatos patrióticos como os havidos no Esporte, ela deve chamar o titular da pasta e condecorá-lo com alguma ordem de mérito. Como sugeriu Lula na quinta-feira passada, quem não presta é a imprensa. Os ladrões de dinheiro público são só uma outra maneira, não reconhecida pelos reacionários, de exercitar o patriotismo.
Todos ali, nesta segunda, deram o seu pior ao país. PS - Há, ainda, uma questão que é de fundo institucional.
Pelo visto, não foi a Vovó Petralha que sofreu a influência do Dia Das Bruxas.
Aldo, também parece estar de Rebelo preso com a roubalheira de Landinho e seus comunas.
Ao tomar posse no Esporte, Aldo Rebelo afirma que Orlando Silva foi "vítima" Camila Campanerut - Do UOL Notícias - Brasília Em cerimônia no Palácio do Planalto, o novo ministro do Esporte, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), tomou posse na tarde desta segunda-feira (31) e elogiou seu antecessor Orlando Silva (PCdoB-SP), afirmando que ele sempre defendeu a democracia e o país. "Pude testemunhar como deputado a sua trajetória. Mais do que inocente, o senhor é vítima, talvez esta seja a palavra mais precisa", disse Rebelo a Silva. O ex-ministro saiu do cargo depois de denúncias de envolvimento em um suposto esquema de desvio de recursos de convênios firmados com ONGs pela pasta. "Aceito com humildade [o cargo], com consciência das minhas limitações, deste desafio que se torna mais leve e menor, exatamente pelo que foi construído e foi realizado até agora", completou.
Rebelo defendeu o legado de Silva e citou que o programa Segundo Tempo --alvo dos supostos desvios no ministério-- foi elogiado internacionalmente e era uma tentativa de ampliar a pratica esportiva no país, já que a área foi deixada em segundo plano durante décadas, segundo ele. Na cerimônia, Silva aproveitou para se defender novamente das acusações durante seu discurso. "Eu fico feliz de poder olhar nos olhos de cada um de vocês, da senhora, presidenta, e dizer: 'eu sou inocente'", afirmou, arrancando aplausos do público que acompanha a posse. Silva lembrou de realizações do ministério e agradeceu à presidente Dilma Rousseff e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao citar seu partido, o ex-ministro elogiou a postura do PCdoB e se disse confortável com os rumos que a presidente Dilma dá ao Brasil. Silva também elogiou Aldo Rebelo e afirmou se orgulhar do colega. O ex-ministro citou ainda sua família e disse que ela foi sua fortaleza "durante o tsunami que enfrentou". Aldo Rebelo se comporta como um irresponsável.
Se queria fazer média com o partido, compactuou com a roubalheira e também pode ser considerado integrante da turminha de bandidos chefiados por Landinho.
Se disse realmente o que pensa e acredita, torna-se realmente, um integrante da turminha de bandidos.
Se mentiu, só para ser político, revela-se como um integrante da turminha de políticos bandidos que perambulam pelo Congresso Nacional.
Aldo é experiente e sabe que teria outros meios de discursar em sua posse, sem se enfiar de cabeça no lamaçal de Landinho e seus ladrões.
Se o fez, pode ser considerado um deLLes. DO COM GENTE DECENTE
Para FHC, ataques a Lula em redes sociais são um equívoco UIRÁ MACHADO - DE SÃO PAULO O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou hoje que considera um "equívoco" as manifestações contra Lula nas redes sociais. "Não endosso isso", disse o ex-presidente após debate no iFHC (Instituto Fernando Henrique Cardoso), no qual o ministro Cezar Peluso, presidente do Supremo Tribunal Federal, defendeu a chamada PEC dos Recursos. Após a notícia do câncer, internautas iniciaram uma campanha para que o ex-presidente fizesse o seu tratamento contra a doença no SUS (Sistema Único de Saúde). FHC afirmou que presta a Lula sua "solidariedade nesse momento de dificuldade" e disse desejar que ele se "restabeleça prontamente". O ex-presidente disse ainda que é preciso "respeitar a saúde" e lembrou que tem uma relação antiga com Lula.
Desde FHC passou a defender a discriminação da maconha, ando com dois pés atrás.
O problema não é só o respeito à saúde do Pinguça. O problema maior é a falta de respeito com que eLLe sempre tratou seus adversários. Ou já esquecemos a foma jocosa, desrespeitosa e safada com que tratou o caso da "bolinha de papel" atirada contra um LEGÍTIMO REPRESENTANTE DA OPOSIÇÃO, EXERCENDO O LEGÍTIMO DIREITO DE FAZER CAMPANHA EM QUALQEUR LUGAR DO PAÍS?
Ali, não estava o homem Serra. Alí estava a DEMOCRACIA DE UM PAÍS, representada por um candidato de oposição e não um marginal. Ou já esquecemos a forma jocosa, safada, desrespitosa com que tratou o Dossiê contra a FILHA DE SERRA e o que fizeram seus paus mandados sobre o caso? Ou já esquecemos a forma nojenta, criminosa, preconceituosa, odienta e odiosa quando disse que o DEM deveria ser 'EXTERMINADO" da vida política de Santa Catarina, como um Hitlerzinho vagabundo querendo eliminar com os judeus tupiniquins? Exemplos do homem e do político LuLLa não faltam.
Deixar de confundí-los, como gostaria FHC, vai uma grande distância.
Principalmente, quando personagem e ator fazem questão de andar em completa mistura, por absoluta vontade própria. DO COM GENTE DECENTE
A constatação não é feita com satisfação, muito pelo contrário. Basta ler o Estadão todo santo dia. As notícias são desesperadoras. A falta de compostura virou grife. Com o perdão da expressão, mas parece que quanto mais canalha, melhor. Os corruptos já não ficam envergonhados. Buscam até justificativa histórica para privilégios. O leitor deve se lembrar do símbolo maior da oligarquia nacional – e que exerce o domínio absoluto do seu Estado, uma verdadeira capitania familiar – proclamando aos quatro ventos seu “direito” de se deslocar em veículos aéreos mesmo em atividade privada. Certa vez, Gregório de Matos Guerra iniciou um poema com o conhecido “Triste Bahia”. Bem, como ninguém lê mais o Boca do Inferno, posso escrever (como se fosse meu): triste Brasil. Pouco depois, o grande poeta baiano continuou: “Pobre te vejo a ti”. É a melhor síntese do nosso país.
Trecho do artigo "República destroçada", de Marco Antonio Villa, O Estado de S.Paulo
Leia abaixo:
República destroçada
Marco Antonio Villa - O Estado de S.Paulo
Em 1899 um velho militante, desiludido com os rumos do regime, escreveu que a República não tinha sido proclamada naquele mesmo ano, mas somente anunciada. Dez anos depois continuava aguardando a materialização do seu sonho. Era um otimista. Mais de cem anos depois, o que temos é uma República em frangalhos, destroçada. Constituições, códigos, leis, decretos, um emaranhado legal caótico. Mas nada consegue regular o bom funcionamento da democracia brasileira. Ética, moralidade, competência, eficiência, compromisso público simplesmente desapareceram. Temos um amontoado de políticos vorazes, saqueadores do erário. A impunidade acabou transformando alguns deles em referências morais, por mais estranho que pareça. Um conhecido político, símbolo da corrupção, do roubo de dinheiro público, do desvio de milhões e milhões de reais, chegou a comemorar recentemente, com muita pompa, o seu aniversário cercado pelas mais altas autoridades da República. Vivemos uma época do vale-tudo. Desapareceram os homens públicos. Foram substituídos pelos políticos profissionais. Todos querem enriquecer a qualquer preço. E rapidamente. Não importam os meios. Garantidos pela impunidade, sabem que se forem apanhados têm sempre uma banca de advogados, regiamente pagos, para livrá-los de alguma condenação. São anos marcados pela hipocrisia. Não há mais ideologia. Longe disso. A disputa política é pelo poder, que tudo pode e no qual nada é proibido. Pois os poderosos exercem o controle do Estado - controle no sentido mais amplo e autocrático possível. Feio não é violar a lei, mas perder uma eleição, estar distante do governo. O Brasil de hoje é uma sociedade invertebrada. Amorfa, passiva, sem capacidade de reação, por mínima que seja. Não há mais distinção. O panorama político foi ficando cinzento, dificultando identificar as diferenças. Partidos, ações administrativas, programas partidários são meras fantasias, sem significados e facilmente substituíveis. O prazo de validade de uma aliança política, de um projeto de governo, é sempre muito curto. O aliado de hoje é facilmente transformado no adversário de amanhã, tudo porque o que os unia era meramente o espólio do poder. Neste universo sombrio, somente os áulicos - e são tantos - é que podem estar satisfeitos. São os modernos bobos da corte. Devem sempre alegrar e divertir os poderosos, ser servis, educados e gentis. E não é de bom tom dizer que o rei está nu. Sobrevivem sempre elogiando e encontrando qualidades onde só há o vazio. Mas a realidade acaba se impondo. Nenhum dos três Poderes consegue funcionar com um mínimo de eficiência. E republicanismo. Todos estão marcados pelo filhotismo, pela corrupção e incompetência. E nas três esferas: municipal, estadual e federal. O País conseguiu desmoralizar até novidades como as formas alternativas de trabalho social, as organizações não governamentais (ONGs). E mais: os Tribunais de Contas, que deveriam vigiar a aplicação do dinheiro público, são instrumentos de corrupção. E não faltam exemplos nos Estados, até mesmo nos mais importantes. A lista dos desmazelos é enorme e faltariam linhas e mais linhas para descrevê-los. A política nacional tem a seriedade das chanchadas da Atlântida. Com a diferença de que ninguém tem o talento de um Oscarito ou de um Grande Otelo.
Os nossos políticos, em sua maioria, são canastrões, representam mal, muito mal, o papel de estadistas. Seriam, no máximo, meros figurantes em Nem Sansão nem Dalila. Grande parte deles não tem ideias próprias. Porém se acham em alta conta. Um deles anunciou, com muita antecedência, que faria um importante pronunciamento no Senado. Seria o seu primeiro discurso. Pelo apresentado, é bom que seja o último. Deu a entender que era uma espécie de Winston Churchill das montanhas. Não era, nunca foi. Estava mais para ator de comédia pastelão. Agora prometeu ficar em silêncio. Fez bem, é mais prudente. Como diziam os antigos, quem não tem nada a dizer deve ficar calado.Resta rir. Quem acompanha pela televisão as sessões do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal (STF) e as entrevistas dos membros do Poder Executivo sabe o que estou dizendo.
O quadro é desolador.
Alguns mal sabem falar.
É difícil - muito difícil mesmo, sem exagero - entender do que estão tratando.
Em certos momentos parecem fazer parte de alguma sociedade secreta, pois nós - pobres cidadãos - temos dificuldade de compreender algumas decisões.
Mas não se esquecem do ritualismo.
Se não há seriedade no trato dos assuntos públicos, eles tentam manter as aparências, mesmo que nada republicanas.
O STF tem funcionários somente para colocar as capas nos ministros (são chamados de "capinhas") e outros para puxar a cadeira, nas sessões públicas, quando alguma excelência tem de se sentar para trabalhar.
Vivemos numa República bufa. A constatação não é feita com satisfação, muito pelo contrário. Basta ler o Estadão todo santo dia. As notícias são desesperadoras. A falta de compostura virou grife. Com o perdão da expressão, mas parece que quanto mais canalha, melhor. Os corruptos já não ficam envergonhados. Buscam até justificativa histórica para privilégios. O leitor deve se lembrar do símbolo maior da oligarquia nacional - e que exerce o domínio absoluto do seu Estado, uma verdadeira capitania familiar - proclamando aos quatro ventos seu "direito" de se deslocar em veículos aéreos mesmo em atividade privada. Certa vez, Gregório de Matos Guerra iniciou um poema com o conhecido "Triste Bahia". Bem, como ninguém lê mais o Boca do Inferno, posso escrever (como se fosse meu): triste Brasil. Pouco depois, o grande poeta baiano continuou: "Pobre te vejo a ti". É a melhor síntese do nosso país. HISTORIADOR, É PROFESSOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS(UFSCAR) DO BLOG RESIST.DEMOCRATICA
Neste final de semana, um grupelho chamado "blogueiros do mundo" tiveram um encontro em Foz do Iguaçu, pago sabe-se lá com que dinheiro. Além da estatização dos meios de comunicação, para que sigamos o mesmo rumo da Venezuela, Equador, Bolívia e Argentina, as ratazanas também atacaram, pasmem!, a censura dos Estados Unidos à internet em Cuba. É exatamente o oposto e quem acompanha o blog e o twitter de Yoani Sanchez tem uma prova diária do bloqueio que o governo repressor e assassino da ilha-prisão impõe aos cidadãos. Leia aqui.
A Justiça Federal do Ceará decidiu nesta segunda-feira anular 13 questões do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) que vazaram para alunos do colégio Christus antes da prova. O Ministério Público Federal queria a suspensão do exame nacional em todo o país ou a anulação das 13 questões. Já o MEC (Ministério da Educação) queria nova prova apenas para os 639 concluintes do ensino médio do colégio Christus, de Fortaleza.Ainda cabe recurso da decisão.
A jornalista Monalisa Perrone, da TV Globo, foi brutalmente interrompida, na porta do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, por dois cretinos quando fazia uma reportagem sobre a saúde do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ela tinha acabado de entrar ao vivo, no Jornal Hoje. Seria só a manifestação demencial de dois idiotas? Não exatamente.
Há, hoje, sobretudo na Internet, ex-jornalistas sustentados por dinheiro público — patrocinados pelo governo federal ou por estatais — que incentivam esse tipo de manifestação. Inventam teorias as mais estapafúrdias para acusar os grandes veículos de comunicação de conspirar contra o governo, o petismo, Lula, Dilma, sei lá o quê… Alguns idiotas caem na conversa. Basta a gente ver o que vai pela rede. Mal sabem que alguns pançudos estão sendo regiamente pagos, ou por órgãos oficiais ou pela concorrência, para promover esse clima de pega-pra-capar. Aqueles caras não estavam lá por acaso. O vídeo está aqui. Volto em seguida.
Por que promover?
“Ah, Reinaldo, por que promover os caras?” Porque eles podem ser identificados e responder judicialmente pelo que fizeram.
Um deles, aquele cuja cara é mais evidente, informa “O Dia” Online, é Thiago de Carvalho Cunha, que já participou de outras manifestações “contra a mídia”. É coisa de fascistas, que querem impedir na base do grito e da intimidação, o livre exercício do jornalismo. E a Globo, obviamente, é um dos alvos. Eis um bom momento para a reflexão. Um ator contratado da emissora, diga-se, vive fazendo proselitismo “contra a mídia” nos blogs que servem a essa escória, estimulando justamente esse clima. Pertence, na prática, a essa cadeia. É aquele que, no domingo, concedeu uma entrevista à CBN, do grupo Globo, para falar mentiras sobre o meu blog. Como é mesmo? “Cría cuervos y te sacarán los ojos”…
Comentários
Deixo claro que não publicarei comentários que flertem com esse tipo de comportamento — nem remotamente. E também não aceitarei críticas na linha “Bem feito! Quem manda a Globo etc e tal…?” Nada disso! Nós somos aqueles que repudiam a incivilidade. Ponto! Qualquer comentário que se volte contra as vítimas ajuda os fascistas. DO B. RESIST.DEMOCRATICA31.10.2011
POR: JOSE SERRA
A crítica ao loteamento político desenfreado dos cargos federais foi um ponto que repisei bastante na última campanha eleitoral. A necessidade de alianças para obter maioria parlamentar acabou gerando no Brasil um desdobramento nefasto: a partilha da máquina estatal por grupos políticos interessados apenas em se servir dela, e não em servir ao povo.
O caso do Ministério do Esporte foi o mais recente e emblemático. Dia após dia, as notícias brotaram, trazendo exemplos de iniciativas nas áreas que receberam o dinheiro, mas nada fizeram. Ou fizeram muito menos do que os recursos permitiriam fazer.
O problema não é monopólio de um partido ou de uma orientação ideológica. Da direita à esquerda, passando pelo centro e também por quem não chega a ter ideologia, a coisa se repete como um script pré-ensaiado. A turma instala-se na máquina e passa a ordenhá-la em benefício próprio.
A versão supostamente benigna diz que é para turbinar campanhas eleitorais, mas será legítimo desconfiar. É provável, como, aliás, o noticiário também começou a mostrar, que os desvios de conduta estejam a abastecer o patrimônio privado dos envolvidos. Ou, então, talvez estejamos diante de um modelo misto. Uma parte para a legenda e outra para quem coloca a mão na massa.
Mas, se o problema não está localizado numa sigla, ou num ponto do espectro ideológico, onde estará? A resposta é simples: na atitude de quem governa. As pressões são parte da política, mas ceder a elas e dar até o mau exemplo não é uma fatalidade. O governante tem margem de escolha, pode fazer ou não fazer. O partido pedir um ministério “de porteira fechada” é do jogo, mas quem governa deve ter força e convicções para conseguir dizer “não”. E vejam bem: daria na mesma se, em vez da porteira fechada para um partido, se dividisse cada ministério ou empresa estatal entre vários partidos e subgrupos, como, aliás, é feito na Petrobrás e na área elétrica do governo.
O presidencialismo de coalizão não éfenômeno recente no Brasil. Foi suspenso durante o regime militar e voltou com força plena desde a redemocratização, especialmente depois da Constituinte. A pulverização partidária obriga. Mas, infelizmente, os últimos anos mostram que o sistema degenerou, degradou-se por força de circunstâncias político-policiais. Especialmente no governo anterior a este, período no qual governabilidade acabou se tornando sinônimo de reunir apoio para abafar escândalos.
Mas a nova presidente não estava obrigada a prosseguir na mesma toada. E para alguns, o início do governo parecia começar a acenar com uma diferença. Houve quem apostasse num esforço para promover cirurgias em pontos críticos da máquina, drenar abcessos, acabar com a “porteira fechada”. Segundo os portadores dessa boa vontade, isso seria natural, pois a presidente precisava mostrar capacidade de comando, alguma ascendência sobre uma administração praticamente organizada pelo antecessor.
Mas, agora, no caso do Ministério do Esporte, evidenciou-se a fraqueza dessa tese. Precisou o STF agir para que o Planalto se mexesse. Talvez não estivesse convencido das vantagens do trade-off na relação com um velho aliado, flagrado em meio a todo tipo de malfeitoria. E ia cedendo à tentação dos panos quentes, que não resolve problema nenhum.
O STF acabou ajudando o governo. Um mau desfecho para a crise no Esporte representaria a renúncia definitiva da presidente da República à ideia da “faxina”, que tão útil tem sido para implantar uma marca. E teria sido assim, não fosse o tribunal. No mundo político os limites da presumida “faxina” presidencial são bem conhecidos, mas, agora, tratar-se-ia de escancará-los ao grande público.
Mais grave, porém, seriam as consequências no médio e no longo prazo. As diversas facções e grupos instalados na máquina olhariam a coisa como uma senha para a impunidade. Construa uma blindagem formal, e seu feudo político estará protegido. Fale grosso e sobreviverá, independentemente do que você fez. O resultado seria acelerar a degeneração.
O governo Dilma Rousseff está numa encruzilhada, num daqueles pontos onde as coisas se definem para o futuro. Ou mostra que tem força para fazer as coisas acontecer na administração e para continuar dissecando os abscessos – e, portanto, sinaliza que está no controle da situação – ou acaba abrindo um período de vale-tudo. Perto do qual o que vimos até agora parecerá brincadeira de criança.
A política é relação de forças e não admite o vácuo. Ou a presidente manda no governo dela, ou saberemos que alguém está a mandar.
O subjornalismo canalha acusa agora os adversários do PT de fazer rigorosamente o que os esbirros do partido fizeram e fazem com aqueles que consideram seus adversários. Comigo não se criam porque: a) não tenho receio dessa escória; b) fico feliz a cada vez que falam mal de mim; por que alguém gostaria de ser elogiado por larápios e ladrões de dinheiro público? Por que alguém gostaria de ser aplaudido por gente que enche a pança com o dinheiro dos pobres? No post acima, mostro como se comportou comigo o cara que se tornou blogueiro de Lula, a sua voz na Internet. Nem por isso mudarei a postura do blog. Seguirei no caminho que abracei. Recebo de Renata Covas Lopes, filha do governador Mário Covas (SP), que morreu no dia 6 de março de 2001, o seguinte comentário: Caríssimo, tem toda razão, sábias palavras: “Não aceitarei que se pague na mesma moeda; não darei a eles o prazer perverso de supor que somos iguais. Pela simples, óbvia e boa razão de que não somos.”
Dolorosos comentários sobre a doença de meu pai… Cheguei a ler que a doença devia tê-lo matado mais rápido. Mesmo assim não os tratarei da mesma maneira! Meu pai já estava bem doente, e Zé Dirceu bradou: “Vamos bater neles nas urnas e nas ruas…E bateram na porta da Secretaria de Educação”. Mesmo assim, não farei o mesmo…
Voltei
Renata tem razão. Vejam este vídeo. O texto que vem a seguir fornece o contexto.
Não fosse pelo sotaque, daria para saber pelo caráter tratar-se de José Dirceu. Transcrevo a sua fala:
“E nós vamos dar a eles esta reposta: mais e mais mobilização, mais e mais greve, mais e mais movimento de rua, e vamos derrotar eles nas urnas também porque eles têm de apanhar nas ruas e nas urnas”. O “chefe de quadrilha” (segundo a PGR) e deputado cassado por corrupção fez aquele discurso em 2000, durante uma assembléia de professores em greve. O sindicato era presidido por Bebel — sim, aquela da greve eleitoreira de 2010, que foi até multada pelo TSE e que preside o sindicato até hoje. É uma profissão boa. Não precisa sujar a unha de giz. Dias depois, em 1º de junho daquele ano, seguindo as ordens do chefão, os trogloditas agrediram covardemente o governador Mário Covas, agressão física mesmo, como vocês viram acima! Já bastante debilitado pelo câncer — morreu nove meses depois —, ele chegou a ter um ponto de sangramento no lábio e outro na cabeça. É assim que eles fazem política: atropelando as leis nas ruas e nos palácios. A escória que mama nas tetas públicas hoje em dia acha que palavras duras sobre a doença de Lula são uma espécie de ofensa à santidade. Já Mário Covas podia, meses antes de morrer, ser espancado em praça pública, sob a incitação de Dirceu. O “chefe de quadrilha” já se manifestou sobre esse vídeo e tentou dizer que era só força de expressão, que “bater nas ruas” queria dizer uma vitoria eleitoral.
Releiam a frase:
“E nós vamos dar a eles esta reposta: mais e mais mobilização, mais e mais greve, mais e mais movimento de rua, e vamos derrotar eles nas urnas também porque eles têm de apanhar nas ruas e nas urnas”.
Não!
Sobre a derrota nas urnas, ela já havia falado. “Bater neles nas ruas” quer dizer “bater neles nas ruas”; quer dizer aquilo que os petistas fizeram com Covas. Mas Renata tem razão; eu mesmo, se me permitem, tenho razão. Não se pode e não se deve pagar na mesma moeda. E assim deve ser NÃO para provar para eles que somos moralmente superiores. Para eles, não precisamos provar nada. Eles nem sequer saberiam apreciar um ato acima da linha de imoralidade. Devemos proceder assim em homenagem à decência, à integridade do nosso caráter, à bonomia da nossa alma... DDO BLOG RESIST.DEMOCRATICA
Relatório de 40 páginas da Polícia Federal descreve o modus operandi do ex-ministro Wagner Rossi (Agricultura), apontado como "líder da organização criminosa" que teria arquitetado fraude no Programa Anual de Educação Continuada (Paec) - capacitação de servidores - para desvio de R$ 2,72 milhões. A PF vai indiciá-lo criminalmente nesta semana, imputando a ele formação de quadrilha, peculato e fraude à Lei de Licitações.
Segundo o relatório, a investigação descobriu "verdadeira organização criminosa enraizada no seio do Ministério da Agricultura". A PF sustenta que "os investigados, muitos travestidos de servidores públicos, atuavam no âmbito de uma estrutura complexa e bem definida, agindo com o firme propósito de desviar recursos da União". Rossi foi o quarto ministro do governo Dilma Rousseff a perder o cargo. Ele caiu em agosto, após denúncias de tráfico de influência, falsificação de documento público, falsidade ideológica, corrupção ativa e distribuição de propinas a funcionários que teriam participado do procedimento administrativo que ensejou a contratação da Fundação São Paulo (Fundasp), mantenedora da PUC-SP.
O relatório é subscrito pelo delegado Leo Garrido de Salles Meira. Além do ex-ministro, ele decidiu indiciar outros oito investigados, inclusive o ex-chefe de gabinete Milton Elias Ortolan. A PF confirmou denúncia da revista Veja, que revelou que o lobista Júlio César Fróes Fialho detinha poderes excepcionais na pasta, embora não tivesse vínculo formal com a pasta. "Toda a trama inicia-se com a associação do lobista com a cúpula do Ministério da Agricultura", assinala a PF. "O plano consistiria em direcionar a execução do programa de capacitação de servidores para determinada instituição de ensino, da qual seria exigida vultosa quantia." A PF destaca que Rossi, Ortolan e Fróes "dando prosseguimento à trama delituosa, associaram-se a dois professores da PUC".
O lobista teria exigido contrapartida de 28% do valor bruto do contrato. Segundo a PF, "a organização criminosa, quando se viu compelida pela consultoria jurídica a efetivar uma pesquisa de preço para dar respaldo à contratação da PUC-SP por dispensa de licitação, passou a forjar diversos documentos".Para a PF, os gestores da Fundasp "foram ludibriados". O plano falhou quando a servidora Joana Luiza Gonçalves da Silva exigiu apresentação de notas fiscais, o que teria provocado intervenção direta de Rossi. (Do Estadão)
Não só civis se locupletaram das gordas indenizações pagas por "perseguições da ditadura". Dêem uma olhada no quadro abaixo. Militares também estão mamando nas sempre gordas tetas públicas. Clique na imagem para ampliar o resumo publicado hoje em O Globo.
O Ministério da Saúde, responsável pela política nacional de oncologia, tem fracassado nas ações para atender doentes de câncer, enquanto a doença avança no Brasil, com o envelhecimento da população. Conforme o tipo de tratamento, nem a metade dos pacientes que procuram o Sistema Único de Saúde (SUS) consegue assistência. E, num contexto em que o tempo é fundamental para a cura ou a sobrevida, a espera média pela primeira sessão de radioterapia chega a ser desesperadora: mais de três meses. Os dados constam de auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU).
Conforme o relatório, as unidades públicas de saúde deveriam ter atendido em 2010 169,3 mil doentes que necessitavam radioterapia, mas só 111,5 mil foram contemplados (65%). No caso das cirurgias oncológicas, os números são ainda piores: de 152,4 mil pessoas, 71,2 mil ou 46% conseguiram passar pelo procedimento. No Rio, os dados são mais dramáticos: só 41% dos pacientes tiveram acesso à radio e 29% às cirurgias.
Quimioterapia vai além da demanda
No caso da quimioterapia, a situação é inversa. O número de procedimentos é maior que o necessário, fruto do excesso de prescrições. Mesmo quando as sessões não surtem mais efeito, segundo o Ministério da Saúde, os médicos as indicariam por "obstinação terapêutica". Mesmo assim, comparado aos parâmetros internacionais, é longa a espera pela assistência. Em países como Canadá e Reino Unido, a quase totalidade dos doentes aguarda no máximo 30 dias, a partir do diagnóstico, para iniciar o combate ao câncer. No SUS, a primeira quimioterapia é feita em 76,3 dias e a primeira radioterapia, em 113 dias.
O quadro resulta de uma cadeia de deficiências, fruto do baixo investimento público. Um estudo do Instituto Nacional do Câncer (Inca), citado na auditoria, diz que o SUS precisa de 375 centros de atendimento a doentes de câncer, mas tinha 264 em junho deste ano. Só para radioterapia, faltavam 135 serviços. "Essa carência de instalações aptas a atender a crescente demanda contribui com a intempestividade no diagnóstico da doença e no tratamento provido pelo SUS", escreveu o relator do caso no TCU, ministro José Jorge.
Ouvidos em pesquisa do TCU, 87% dos oncologistas consideraram a espera por uma cirurgia demorada ou muito demorada; na consulta sobre a radioterapia, o percentual foi de 74%. Oito em cada dez deles responderam que procedimentos importantes para tratamento e diagnóstico da doença não são custeados pelo sistema público. Soma-se a isso o despreparo da rede de atenção primária para detectar o câncer e encaminhar os doentes a unidades especializadas, citado por 84% dos médicos e 77% das associações de apoio aos pacientes.
O câncer é o segundo tipo de doença que mais mata no Brasil. Com a estrutura que propicia, 65,4% dos tumores diagnosticados pelo SUS já estão em estágio avançado. No caso das neoplasias de brônquios e pulmões, o percentual é de 87%. O TCU constatou que o Ministério da Saúde tem descumprido suas próprias normas e não divulga orientações de assistência oncológica. "Dentre os sete tipos de câncer com maior incidência no país (pele não melanoma, próstata, mama, cólon e reto, pulmão, estômago e colo do útero), somente cerca de 40% possuem protocolos clínicos e diretrizes diagnósticas e terapêuticas", dizem os auditores.
Procurado, o Ministério da Saúde reconheceu parte das deficiências e argumentou que, com o reforço das políticas de combate ao câncer, cujos investimentos previstos são de R$ 4,5 bilhões até 2015, a tendência é que a situação melhore. De qualquer forma, até lá os doentes terão de conviver com problemas de acesso. A supervisora do Departamento de Atenção Especializada da pasta, Maria Inez Gadelha, explica que há, sim, uma carência de atendimento nos serviços de radioterapia, mas que ela pode ser menor, já que os dados do TCU são estimativos e consideram uma produtividade mínima dos equipamentos à disposição do SUS.
- O tribunal, e nós também, considera dois turnos de trabalho. Há hospitais que trabalham em três, até quatro turnos - explica a supervisora, acrescentando que, de qualquer forma, nos próximos quatro anos mais 32 serviços devem ser abertos no país e 48 serão ampliados ou atualizados tecnologicamente. - O déficit está em torno de 30%, mas já foi de 45% - pondera. Maria Inez Gadelha nega que a carência por cirurgias de câncer seja tão grande, pois são feitos procedimentos em outras unidades, que não as oncológicas. Questionada sobre o tempo de espera por terapias, ela respondeu: - Isso ocorre e a gente tem trabalhado para melhorar. Realmente, é uma iniquidade.
Tião Viana (PT-AC), Teotonio Vilela (PSDB-AL), Omar Aziz (PMN-AM), Cid Gomes (PSB-CE), Siqueira Campos (PSDB-TO), Wilson Martins (PSB-PI), Anchieta Junior (PSDB-RR), Antonio Anastasia (PSDB-MG), Roseana Sarney (PMDB-MA), André Puccinelli (PMDB-MS) e Sérgio Cabral (PMDB-RJ).
Todos os nomes acima estão na fila de julgamentos do TSE.
A maioria dos processos contra eles se baseiam em acusações de abuso de poder econômico, abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.
É aguardar para ver quem será reprovado no teste. DO C.GENTE DECENTE
Do jeito que a coisa vai, e com a exploração midiática desse "câncer" que tomou a garganta do EX presidante Defuntus Sebentus, não duvido nada se em breve não aparecerem incentivadores à canonização de São Sebento.
Já começaram a usar a imprensa amestrada para fazer o trabalho sujo de mostrar que o Sebento é um vitorioso e já dão conta da cura ser uma certeza.
Para falar a verdade, ainda nem temos a certeza da doença quem dirá da cura, não é? Certo que tratamento no Sírio Libanês é mais do que positiva a possibilidade de cura, pois se fossem tratá-lo no "Memorial de Garanhus" administrado pelo SUSto, o Sebentão certamente estaria com os dias contados, assim como uma imensa maioria de brasileiros pobres e sem plano de saúde que peregrinam em hospitais públicos por meses à fio em busca de um diagnóstico precoce de qualquer doença, e quando conseguem o exame...geralmente é tarde demais.
Não descarto a hipótese de estarem usando mais um artificio de marqueting com a intenção de elevar a moral do Sebento e transforma-lo em um novo semi Deus, coisa comum em países dominados por caudilhotas e ditadoretes.
Na Merdezuela vemos que a aparencia do Loko Chavez não das melhores, mas já dizem que ele venceu milagrosamente a doença e só os ESCOLHIDOS conseguem faze-lo. Uma espécie de super homem midiático que só o socialismo safado pode proporcionar.
Na verdade essa doença que foi descoberta em momento tão oportuno tomou o noticiário brasileiro e mundial e deixou de lado os escândalos de corrupção e de incomPTência da presidANTA Dilmarionete. Mesmo no câncer as Ratazanas Vermelhas são solidárias e tem sorte não?
Sem contar que o cãodidato de preferência do Sebento a prefeitura de SP, o Sinistro Haddad já está metido de novo, novamente, outra vez em problemas de vazamento nas provas do ENEM. Então TOME CÂNCER para aplacar a ira da imprensa independente, e emocionar o povão burro que é culturalmente solidário.
Fizeram a exploração máxima da doença da presidANTA Dilmarionete em busca do voto, nem sabemos da efetiva cura ou se a doença realmente existiu, pois, vindo de um marqueteiro PTralha eles matam a própria mãe para ganhar uma eleição.
Já começaram a aparecer os crédulos de araque que oram em nome da recuperação do EX presidente. Hoje, em uma manifestação dos metalurgicos em SP, já apareceram faixas de apoio e orações coletivas em favor da saúde do Oráculo de Garanhuns. Maior hipocrisia não poderia existir, mas enfim...
Muitos irão se aproveitar dessa situação, inclusive o próprio "paciente". E na verdade, se Deus é brasileiro, só uma doença como essa poderia calar aquela bocarra maldita que só faz se auto elogiar, vomitar sandices, mentir e atacar aos seus oponentes das formas mais odiosas.
Ainda veremos idiotas pagando promessas pela saúde do EX presidente, romeiros a porta do hospital caso ele seja internado, e muita notícia milagrosa plantada no noticiário nacional e internacional.
E os TWITTERES dos comparsas do Sebento "bombando" em postagens de apoio e babação de ovos.
Irão usar imagens do povo crédulo e burro de Banânia para mostrar ao mundo que ele "é o cara" e que se para felicidade de muitos passar desta para outra, certamente não irão faltar pedidos de canonização.
Eu só acredito nessa doença do Sebento se me mostrarem o atestado de óbito, fora isso, para mim tudo não passa de manobra safada para desviar as atenções da situação bizarra em que o país foi jogado pelas mãos dos ratos vermelhos.
Estava demorando a chegar na União Nacional dos Estudamtes Profissionais.
Essa vem da VEJA:
Eles bebem. Você paga!
VEJA O TCU investiga repasses de dinheiro do governo à UNE. Já descobriu que parte dos recursos foi usada em festas e na compra de uísque, vodca, cerveja... Com o patrocínio do governo, hoje os estudantes ligados à UNE promovem manifestações em prol de causas de interesse do patrocinador Fundada em 1937, a União Nacional dos Estudantes (UNE) foi protagonista de inúmeros episódios de luta por ideais republicanos.
Na década de 40, combateu a influência do fascismo europeu no Brasil. Durante os anos mais trevosos do regime militar, seus principais líderes empunharam armas para reivindicar democracia. Essa gloriosa história pertence ao passado.
A moçada agora quer sombra, uísque, gelo e água fresca grátis em troca de servidão automática ao governo. Contestação é coisa de otário.
Os líderes da principal entidade estudantil brasileira dissipam sua náusea burguesa com garrafas de vodca, uísque, gelo e caixas de cerveja pagos com nosso dinheiro.
Compram tênis e bolsas Puma, Nike ou Adidas, símbolos do "imperialismo", e mandam a conta para os proletários brasileiros que trabalham e pagam impostos. A atuação pelega da UNE de hoje envergonha seus heróis do passado.
Dominada por parasitas do PCdoB desde os primórdios, a entidade perdeu a força, a voz — e o pudor.
Desde 2003, recebeu 42 milhões de reais de dinheiro tomado pelo governo dos proletários brasileiros e entregue aos pequeno-burgueses que fingem estudar.
O Tribunal de Contas da União (TCU) resolveu esmiuçar a aplicação desses recursos e deparou com gravíssimos indícios de irregularidades.
Despesas injustificáveis, descritas em notas fiscais suspeitas, amontoam-se nas prestações de contas investigadas. Somente em um convescote da UNE de 2008, apelidado de Caravana Estudantil da Saúde, o TCU suspeita que mais de 500.000 reais tenham sido roubados.
Essa foi a quantidade de dinheiro que sobrou depois que todas as despesas previstas foram pagas.
A UNE devolveu os recursos? Não.
Como todo militante adulto da corrupção, a entidade dos jovens mandou avisar que gastou o dinheiro do povo com "assessorias".
"Não tenho conhecimento de irregularidades", diz Daniel Iliescu, presidente da UNE que assumiu há quatro meses.
"Se houver e formos notificados pelo TCU, vamos corrigi-las".
Notas fiscais analisadas pelo tribunal mostram que a "revolução pela garrafa" é a nova palavra de ordem da UNE. Sob a fachada de promover Atividades de Cultura e Arte da UNE, em 2007, os pequeno-burgueses da UNE beberam caixas e caixas de cerveja, garrafas de uísque escocês e de vodca. Diz o procurador do TCU Marinus Marsico:
"É evidente o descaso da UNE com o patrimônio público. Fico estarrecido de ver tanto dinheiro do povo usado sem obediência aos princípios da moralidade". Continuem assim, jovens revolucionários da garrafa, um ministério os espera.
Eis aí a UNE, do mesmo PCCdoB.
Ladrões com carteirinha de estudantes profissionais. DO COM GENTE DECENTE
É contra este discursinho vagabundo que me revolto.
É com essa enganação, que prejudica os pobres, que me revolto.
É com esse charlatanismo, que mata MILHARES DE POBRES nas filas dos hospitas que me insurjo.
E alguns ainda querem cobrar alguma coisa?
NÃO SOU E NEM ME PORTO COMO HIPÓCRITA E NEM FICO DANDO UMA DE FALSO MORALISTA.
O que lhe desejo é o que Deus achar que ele merece como disse no texto anterior.
Pelos meus cálculos, não merece muito nãoe uma das provas, justamenhte aquela que agride a população pobre deste país, está no vídeo abaixo onde eLLe é a estrela e não eu que luto contra essas mentiras criminosas, aplaudidas por um monte de idiotas que nunca precisaram do SUS.
Durante nossas vidas, vivemos entre posições extremamente convergentes para determinados tipos de problemas, que são comuns mas que agridem pessoas diferentes. Algumas pessoas, de tão boas, quando acometidas por uma catástrofe, como uma doença incurável, um acidente, nos traz a perda de alguém querido, quase um injustiçado pela fatalidade. Outras não. E a primeira frase ou pensamento que nos vem na cachola diz: "Já vai tarde.!" Chorei na morte de Tancredo, ouvindo o Hino Nacional Brasileiro ser entoado em forma de lamento por Fafá.
Entristeci com a morte de Covas.
Soltei fogos com as mortes de Osama, Kaddaffi e outros vagabundos que nem deveriam ter nascido.
Vou soltar fogos no dia em que morrerem Fidel e Chaves.
Seria cinismo de minha parte, tentar afirmar o contrário.
Não sou cínico.
Nem me venham com a desculpa cretina que diz que se age com o fígado, quem assim pensa. Cascata.
Ajo, sempre que posso, com algo chamado de razão. E a razão, é simples.
LuLLa e sua quadrilha dividiu este país em dois lados: O que presta e o que não presta. E fez isso, destilando o ódio de ser o que é e que conseguiu chegar a ser o que foi ou é.
Segundo eLLes, nós não prestamos. Elles sim.
Segundo o que pensamos, quem não presta são eLLes.
Se penso assim, não é de hoje, por que mudaria quando um câncer lhe atinge o meio mais usado por eLLe para mentir, agredir, destilar seu ódio classista, sua mágoa com tudo e com quase todos? Continuo a pensar da mesma forma: QUERO LULLA LONGE DESTE PAÍS. De preferência preso em Guantânamo.
Já que a justiça brasileira tem medo deste desgraçado e não vai puni-lo, Deus se encarregou de fazê-lo. Minhas diferenças com este cretino são de razões políticas, com a forma com a qual eLLe age com os pretensos adversários que escolheu, assim como Hitler escolheu os judeus para inimigos em nome de sua causa própria de dominação do mundo. Se hoje, este miserável está com câncer, deve ser por ter merecido.
Tomara que antes de morrer, ele reveja o que fez na vida.
Dizem que esta é a melhor hora para digressões.
Se, ao contrário, penar e sofrer por algum tempo, que reflita sobre as sacanagens que fez com adversários e companheiros. Que reflita sobre as mentiras com que enganou a gente humilde deste país.
Se, de outro modo, vier a falecer rápido, que vá descansar no quinto dos infernos que, segundo a Bíblia é o lugar reservado aos pecadores que não aceitam Deus. "...já sentenciei...que o autor de tal infâmia seja...entregue a Satanás para a destruição da carne, a fim de que o espírito seja salvo no Dia do Senhor [Jesus].... Lançai fora o velho fermento....agora, vos escrevo que não vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador" (1 Coríntios 5:3-5,7,11) Está na Bíblia. Por que não deveria estar em mim?
E mais. Covas foi covardemente agredido pelos paus mandados de Dirceu, quando já estava em tratamento do câncer que o vitimou, como mostra o vídeo abaixo. E sou eu quem não devo, (como é mesmo?) agir com o fígado?
Que o Pinguça Geral da Nação sofra tanto quanto merecer. Se tiver que ir para os quintos dos infernos, que siga em paz.
Se tiver que subir aos céus, o que duvido, que também siga em paz.
Carne vermelha provoca câncer.
Definitivamente provado:
O CÂNCER É A DOENÇA DE OUTRO CÂNCER CHAMADO ESQUERDA VERMELHO-PROGRESSISTA.
SÓ FALTA FICAR PROVADO QUE AS BACTÉRIAS VERMELHO-PROGRESSISTAS EXISTEM.
OLHA GALERA, NÃO VOU COMENTAR NADA NESTE POST.
VOU PENSAR.
Em outro post, falo à respeito.
Lula é diagnosticado com tumor na laringe Tatiana Farah ( tatiana.farah@sp.oglobo.com.br) SÃO PAULO - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi diagnosticado com tumor na laringe, segundo boletim médico divulgado na manhã deste sábado pelo Hospital Sírio-Libanês. Lula terá de fazer tratamento com sessões de quimioterapia. A doença foi confirmada após avaliação multidisciplinar. Ainda segundo boletim, Lula passa bem e deverá realizar o tratamento em caráter ambulatorial. A equipe médica que o acompanha é formada por Roberto Kalil, Paulo Hoff, Artur Katz, Luiz Paulo Kowalski, Giberto Castro e Rubens V. de Brito Neto. A descoberta da doença foi anunciada dois dias depois de Lula comemorar seu aniversário de 66 anos na cobertura de sua casa. Ele deu uma festa com bolo, pizzas, e a presença de ministros e políticos
O presidente do Instituto Cidadania, Paulo Okamoto, um dos amigos mais próximos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse neste sábado que Lula vinha reclamando além do comum de uma rouquidão. - A gente vinha percebendo que a rouquidão dele (Lula) vinha aumentando, e ele mesmo estava reclamando disso - disse Okamoto.
Ainda segundo o assessor, no entanto, a notícia de que Lula foi diagnosticado com tumor na laringe surpreendeu familiares e amigos.
O diretor do Departamento de Oncologia do Sírio, o médico Paulo Hoff, confirmou ao GLOBO que Lula está câncer.
- Rouquidão é o sintoma típico desse tipo de tumor - disse ele, confirmando que Lula não tem sentido dores na garganta nos últimos dias. Hoff disse ainda que Lula está no hospital na manhã deste sábado, onde passou por exames. Ele não deve ficar internado, segundo Hoff.
- O tratamento começa nos próximos dias - disse o médico, explicando que o tratamento em caráter ambulatorial, como informado no boletim, poderá ser feito na própria casa do ex-presidente. Lula recebeu o diagnóstico neste sábado, no próprio Sírio Libanês.
O ator José de Abreu, amigo de Lula, contou no microblog Twitter que a doença foi descoberta na sexta-feira, quando o ex-presidente levou a mulher, Marisa Letícia Lula da Silva, para tratar uma dor de cabeça. Lula aproveitou para fazer um check-up e foi localizado um nódulo na garganta. Abaixo, a íntegra do boletim do Hospital Sírio-Libanês:
"O ex-Presidente da República, Sr. Luís Inácio Lula da Silva realizou exames no dia de hoje no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, tendo sido diagnosticado um tumor localizado de laringe. Após avaliação multidisciplinar, foi definido tratamento inicial com quimioterapia, que será iniciado nos próximos dias. O paciente encontra-se bem e deverá realizar o tratamento em caráter ambulatorial. A equipe médica que assiste o Ex-Presidente é coordenada pelos Profs. Drs. Roberto Kalil Filho, Paulo Hoff, Artur Katz, Luiz Paulo Kowalski, Gilberto Castro e Rubens V. de Brito Neto". DO COM GENTE DECENTE
DUVIDO, ELE É ESQUERDOFRÊNICO, MAS NÃO É TONTO... O MAGNIFICO "SUS" ENTÃO...NEM PENSAR O NEGÓCIO É O IMPERIALISTA E BURGUÊS SÍRIO LIBANÊS. PTRALHA QUANDO FICA DOENTE ADORA UM HOSPITAL CAPITALISTA. NENHUM DELES VAI PARA UM SUCATEADO DA REDE PÚBLICA, PORQUE SERÁ NÉ?
Uma investigação da polícia mostra que o governador de Brasília ajudou um PM a fraudar provas para se defender de denúncias de desvio de recursos
POR ANDREI MEIRELES, MARCELO ROCHA E MURILO RAMOS ÉPOCA
AGORA É ELE
O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz. Diálogos gravados pela polícia (acima) sugerem que ele ajudou João Dias a forjar provas para acobertar desvios no Ministério do Esporte(Foto: Carlos Silva/Esp. CB/D.A Press)
Orlando Silva perdeu o cargo de ministro do Esporte, na semana passada, abalado por denúncias de desvio de dinheiro
Seu substituto, Aldo Rebelo, também do PCdoB, recebeu do Palácio do Planalto a missão de moralizar a pasta. Para a Justiça, no entanto, a questão é outra.
Nos próximos dias, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) receberá um processo com nove volumes e quatro apensos, que corre na 10ª Vara Federal, em Brasília.
As informações, a que ÉPOCA teve acesso, mostram que o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), antecessor de Silva, é suspeito de ter se beneficiado das fraudes.
O conjunto contém gravações, dados fiscais e bancários, perícias contábeis e relatórios de investigação. As peças da ação penal vistas por ÉPOCA incluem o relatório nº 45/2010, que contém os diálogos captados em interceptações telefônicas, com autorização judicial, feitas entre 25 de fevereiro e 11 de março do ano passado.
As conversas mostram uma frenética movimentação de Agnelo Queiroz e do policial militar João Dias para se defender em um processo. Diretor de duas ONGs, Dias obteve R$ 2,9 milhões do programa Segundo Tempo para ministrar atividades esportivas a alunos de escolas públicas. Nas conversas, Dias quer ajuda para acobertar desvios de conduta e de dinheiro público.
Ele busca documentos e notas fiscais para compor sua defesa em uma ação cível pública movida pelo Ministério Público Federal. O MPF cobra de Dias a devolução aos cofres públicos de R$ 3,2 milhões, em valores atualizados, desviados do Ministério do Esporte.
SOCORRO
Em outro diálogo (no topo, à esq), João Dias deixa recado para Agnelo: o prazo para arrumar documentos para sua defesa estava no final
COOPERAÇÃO O professor Roldão de Lima (foto maior) é acusado de ter fornecido documentos para a defesa de João Dias (acima, à esq.). O encontro entre eles foi filmado pela polícia. Acima, à direita, carros pertencentes ao policial militar. Entre eles está um Camar
(Foto: Igo estrela/ÉPOCA e Dida Sampaio/AE (2))
Personagem da crônica política de Brasília, João Dias ajudou, com suas declarações, a derrubar Orlando Silva na semana passada. Dias nem precisou apresentar provas de que Silva teria recebido pacotes de dinheiro na garagem do ministério. Suas acusações levaram à sexta baixa no primeiro escalão da equipe da presidente Dilma Rousseff. O pretexto para a demissão foi a abertura, na terça-feira, de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar a acusação de Dias e denúncias de que o Ministério do Esporte se transformara num centro de arrecadação de dinheiro para o PCdoB. Com a queda de Orlando Silva, o foco se transfere para o governador Agnelo Queiroz, contra quem existem suspeitas ainda mais consistentes.
Os principais interlocutores nas conversas gravadas pela polícia são João Dias, Agnelo Queiroz, o advogado Michael de Farias (defensor do policial) e o professor Roldão Sales de Lima, então diretor da regional de ensino de Sobradinho – cidade-satélite de Brasília onde atuavam as duas ONGs de João Dias. Era com Lima que Dias tratava do cadastro das crianças carentes que deveriam ser beneficiadas pelo programa Segundo Tempo.
Na ação cível há um dado impressionante: as ONGs de João Dias receberam recursos para fornecer lanches para 10 mil crianças. Mas só atenderam, de forma precária, 160.
O inquérito foi uma tentativa de produzir um dossiê para inviabilizar a minha candidatura "
Agnelo Queiroz, governador do DF
Pressionado pelo Ministério Público, Dias foi à luta para amealhar elementos capazes de justificar tamanho disparate. Às 12h36 do dia 4 de março de 2010, ele telefonou para Agnelo Queiroz, então diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Dias pediu a Agnelo para “dar um toque” em Lima e reforçar seu pedido de ajuda ao professor. Dias queria que Lima fornecesse documentos para sua defesa.
Na gravação, ele avisa que vai marcar um encontro entre Agnelo e Lima, para que esse pedido seja feito pessoalmente. Menos de uma hora depois, Dias, que estava num restaurante com Lima, telefonou novamente a Agnelo. Entregou o celular para Lima falar com ele.
De acordo com a transcrição dos diálogos, feita por peritos do Instituto de Criminalística do Distrito Federal, Agnelo diz a Lima que precisa de sua ajuda. Afirma que vai combinar com João Dias para os três conversarem, porque Roldão (Lima) “é peça-chave neste projeto”. Qual seria o projeto?
Segundo a investigação da polícia, trata-se de apresentar uma defesa à Justiça Federal capaz de livrar Dias da cobrança milionária. Pouco antes das 13 horas do dia 9 de março, o advogado Michael de Farias disse a Dias para ficar tranquilo, que tudo estaria pronto para ser entregue à Justiça três dias depois. Só faltaria, disse Michael, “agilizar a questão do Roldão (Lima)”. Na gravação, Michael afirma que eles “já vão confeccionar os documentos só para o Roldão assinar, já vai tudo pronto”. Dias diz que dessa forma fica melhor e, em seguida, liga para Agnelo e marca um encontro para uma conversa rápida e urgente. Cerca de duas horas depois, Dias volta a telefonar a Agnelo e adia o encontro.
No final da tarde do dia 9, Dias falou com Lima. O professor Lima disse que ficou até de madrugada numa reunião em que foram fechadas “as planilhas, os projetos”. De acordo com a polícia, Lima estava no escritório do advogado Michael. No dia seguinte à tarde, Michael disse a Dias que já havia “confeccionado a defesa e as cartas de Roldão (Lima)”.
Até aquele momento, Lima não assinara nada. À noite, Dias ligou para dois celulares de Agnelo e deixou o mesmo recado nas secretárias eletrônicas: “O prazo máximo para apresentar a defesa é sexta-feira, preciso muito de sua ajuda”. Às 20h22, Dias finalmente consegue falar com Agnelo e avisa “que sexta-feira tem de apresentar o negócio lá”.
A polícia descobriu, pelas conversas grampeadas, onde Lima se encontraria com Dias para entregar os documentos a ser incorporados a sua defesa.
O encontro ocorreu no Eixo Rodoviário Norte, uma das principais avenidas de Brasília, no começo da tarde da sexta-feira 12 de março. Dias parou seu Ford Fusion e ligou o pisca-alerta. Em seguida, Lima parou seu Fiat Strada atrás e entrou no automóvel de Dias. Eles não sabiam, mas tudo era fotografado por agentes da Divisão de Combate ao Crime Organizado da Polícia Civil do Distrito Federal.
As imagens mostram que Lima carregava uma pasta laranja ao entrar no carro de Dias. Saiu do veículo sem ela. Três horas depois, os advogados de Dias entregaram sua defesa na Justiça Federal.
De nada adiantou todo esse esforço. Um laudo da PF constatou que havia documentos “inidôneos” na papelada apresentada pela defesa de Dias. Três semanas depois, ele e outras quatro pessoas foram presas por causa de fraudes e desvio de dinheiro público no Ministério do Esporte.
Mesmo com todas as evidências registradas nas gravações de suas conversas, Dias nega ter recorrido a Agnelo para ajudá-lo em sua defesa. O professor Lima afirma que, nas conversas por telefone e nos encontros com Dias, só falava de política. Mas admite que, “num dos encontros, João Dias me passou o telefone para conversar com Agnelo”. Lima afirma não se lembrar da pasta laranja entregue no encontro.
As gravações telefônicas revelam também uma intimidade entre Agnelo Queiroz e João Dias, que os dois hoje insistem em esconder.
A relação entre os dois envolveu a intensa participação do PM na campanha de Agnelo para o governo do Distrito Federal no ano passado. Eles afirmam que estiveram juntos apenas nas eleições de 2006, quando Agnelo concorreu ao Senado, e Dias a uma cadeira na Câmara Legislativa – ambos pelo PCdoB.
Os diálogos em poder da Justiça mostram outra realidade. No dia 4 de março de 2010, Dias perguntou a Agnelo como estavam os preparativos para o dia 21 de março, data em que o PT de Brasília escolheria seu candidato ao governo. Agnelo disse que estavam bem, seus adversários estavam desesperados. Em resposta, Dias afirmou que ele e o major da PM Cirlândio Martins dos Santos trabalhavam para sua candidatura nas prévias do PT em várias cidades-satélite de Brasília. Na disputa, Agnelo derrotou Geraldo Magela, hoje secretário de Habitação do Distrito Federal.
Em um encontro filmado pela polícia, João Dias recebeu uma pasta do professor Lima. Logo depois, entregou sua defesa
Em outra gravação, Dias informa Agnelo sobre o resultado de uma pesquisa eleitoral em que ele ultrapassara o ex-governador Joaquim Roriz. ÉPOCA ouviu de integrantes da campanha de Agnelo que, mesmo depois de sua prisão, Dias teve papel importante nas eleições. A campanha de Weslian Roriz – mulher de Roriz, que o substituiu na disputa – mostrou na TV um dos delatores do envolvimento de Agnelo nas fraudes no Ministério do Esporte. Isso teve impacto na campanha do ex-ministro. Quem deu a solução foi Dias: com poder de persuasão, ele convenceu uma tia da testemunha a desqualificar seu depoimento na televisão. Mais tarde, a tia foi agraciada com um emprego no governo. No novo governo, Dias foi beneficiado. Indicou seu melhor amigo, Manoel Tavares, para a presidência da Corretora BRB, o banco do governo do Distrito Federal.
O governador e ex-ministro Agnelo Queiroz respondeu por escrito a 13 perguntas feitas por ÉPOCA. Ele afirma que o inquérito da Polícia Civil é montado. “O inquérito foi uma tentativa de produção de um dossiê para inviabilizar a (minha) candidatura”, diz Agnelo.
“A origem do inquérito infelizmente foi direcionada por uma parte da Polícia Civil, ainda contaminada pelas forças políticas do passado. Uma farsa.” Agnelo diz que ele e João Dias eram “militantes da mesma agremiação partidária, ambiente em que surge o conhecimento” e que é “fantasiosa” a afirmação de que acolheu “indicação de João Dias para cargos no governo”.
O ex-ministro do Esporte Orlando Silva (no alto), do PCdoB, no Palácio do Planalto, após sua demissão, na semana passada. Ele foi substituído pelo colega de partido Aldo Rebelo (acima), que recebeu a missão de moralizar a pasta
(Foto: Sérgio Lima/Folhapress e Lula Marques/Folhapress)
Apesar de continuar na Polícia Militar, Dias tornou-se um próspero empresário. Em outro relatório da polícia em poder da Justiça Federal, de número 022/2010, gravações telefônicas mostram que Dias é o verdadeiro dono de academias de ginástica registradas em nome de laranjas.
“Tal fato é um forte indício de que João Dias está utilizando as academias para ‘lavar’ o dinheiro oriundo de supostos desvios de verbas públicas”, diz o relatório policial. Dias tem quatro carros importados.
O mais vistoso é um Camaro laranja, 2011, importado do Canadá em julho. Em entrevista a ÉPOCA, ele afirmou que adquiriu o Camaro numa transação comercial. O veículo está registrado em nome do motorista Célio Soares Pereira. Célio é o empregado de Dias que diz ter entregado dinheiro no carro do então ministro Orlando Silva na garagem do Ministério do Esporte.
Em depoimento à Polícia Federal, Dias mudou sua versão sobre a entrega de dinheiro a Silva. Ele disse que era “muito pouco provável que o ministro (Orlando Silva) não tivesse visto a entrega dos malotes (de dinheiro)”. Diferentemente de Dias, Geraldo Nascimento de Andrade – principal testemunha de acusação contra Agnelo Queiroz sobre desvio de dinheiro do Ministério do Esporte – confirmou, em todos os depoimentos, ter pessoalmente entregado R$ 256 mil a Agnelo.
Em um vídeo a que ÉPOCA teve acesso, Andrade descreve com detalhes como fez dois saques no Banco de Brasília, transportou e entregou o dinheiro ao atual governador.
Andrade sabe mais. Na gravação, ele liga as fraudes no Esporte ao Ministério do Trabalho. Andrade afirma que notas frias foram usadas para justificar despesas fictícias em convênios do programa Primeiro Emprego. O maior convênio apontado por Andrade, de R$ 8,2 milhões, foi firmado com a Fundação Oscar Rudge, do Rio de Janeiro. Andrade, que morava em Brasília, afirma ter ido ao Rio de Janeiro para sacar dinheiro da conta de um fornecedor da fundação, uma empresa chamada JG. Ele diz que passava os valores para representantes da entidade. A presidente da fundação, Clemilce Carvalho, diz que a JG foi contratada por pregão e prestou os serviços. Filiada ao PDT, mesmo partido do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, ela foi candidata a deputada federal em 2006. Lupi está ameaçado de perder o emprego na reforma ministerial, planejada para o início de 2012. Os ministérios do Esporte e do Trabalho têm, em comum, o fato de ser administrados há anos pelos mesmos partidos da base de apoio ao governo federal. O modelo dá sinais de que começa a ruir.
DO B. RESIST.DEMOCRATICA