Insatisfeitos com declarações de Luiz Antonio Pagot ao Congresso, tucanos vão insistir em CPI e avaliar, durante o recesso, requerimentos em discussão
Luciana Marques e Gabriel Castro
Os tucanos não ficaram satisfeitos com as declarações do diretor-afastado do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, ao Congresso. Por isso, pretendem colher as quatro assinaturas que faltam para a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o escândalo no Ministério dos Transportes, revelado por VEJA. A oposição acredita que a única possibilidade de criação da CPI é no Senado, onde o governo tem menos peso do que na Câmara.
A legenda ainda espera explicações do ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, e do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho. Passos era secretário-executivo da pasta antes de ser efetivado; Carvalho autorizou as férias de Pagot.
Os tucanos também devem avaliar o pedido de cassação do mandato do deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP) por envolvimento no esquema de corrupção dos Transportes. O requerimento foi apresentado pelo PSOL e PPS nesta quarta-feira, no Conselho de Ética. O líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), acredita que primeiro é preciso conseguir provas contra o parlamentar para depois se votar o pedido de cassação.
Aloprados – Em outra frente, o partido não quer perder de vista o caso do Dossiê dos Aloprados. O escândalo ganhou proporções menores diante das denúncias nos Transportes. Ainda assim, os oposicionistas acreditam que o envolvimento do ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, e da ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, na elaboração e divulgação de um falso dossiê contra José Serra em 2006 ainda não foi devidamente explicado.
Os tucanos estão de olho ainda nas supostas irregularidades em licitação envolvendo a Manchester Serviços Ltda, empresa do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), e a Petrobras. De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, a Manchester soube com antecedência pela Petrobras quais eram seus concorrentes em uma licitação de 300 milhões de reais, buscou um acordo com as empresas e ganhou o contrato.
REV VEJA
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