quarta-feira, 6 de julho de 2011

Lula, Dilma e o PT brigaram seis meses para aprovar Pagot no Senado, lembram?

Braço-direito do senador e ex-governador Blairo Maggi (PR-MT), o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, é acusado pela oposição de ampliar para o plano federal práticas ilícitas que supostamente já cometia no governo estadual do Mato Grosso. Ontem, sob suspeita de participar de esquema de corrupção, Pagot pediu licença até 5 de agosto, para evitar a exoneração do cargo.Ex-secretário de infraestrutura da gestão de Blairo, Pagot foi denunciado pelo Ministério Público do Mato Grosso por improbidade administrativa, ao executar obras sem licitação. No Estado, o MP investigou também um negócio suspeito feito com o ex-secretário de Meio Ambiente Moacir Pires. Segundo a denúncia, a empresa de Pires teria sido beneficiada na secretaria comandada por Pagot.

"Ele está repetindo no plano nacional as irregularidades que cometeu no Estado", critica o ex-senador Antero Paes de Barros (PSDB), adversário local de Pagot. "Era um homem de poucas posses e agora enriqueceu. Perto do que fizeram na área de Transportes, o [ex-ministro Antonio] Palocci poderia responder no tribunal de pequenas causas", ironiza o tucano, comparando as denúncias contra a cúpula do Ministério dos Transportes à acusação de multiplicação patrimonial do ex-ministro da Casa Civil.

Nas duas gestões estaduais Blairo, entre 2003 e 2010, Pagot teve cargos de destaque. Além da secretaria de Infraestrutura, chefiou a Casa Civil e a Educação. Articulador político do então governador, coordenou a campanha de reeleição de Blairo.

O processo de votação para o cargo, em 2007, se prolongou por seis meses no Senado e foi alvo de intensa disputa política. O governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva só conseguiu aprovar a indicação de Pagot  no Senado na quarta tentativa, por 42 votos a favor, 24 contra e duas abstenções.

Desde que assumiu o cargo, o diretor-geral do Dnit já foi alvo de duas tentativas de CPIs, articuladas pelo senador Mário Couto (PSDB-PA), mas barradas pelo governo. Para Couto, é preciso destrinchar os relatórios do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre ações do órgão. "O TCU aponta o superfaturamento de obras. É uma das estatais que mais chamam a atenção, que mais tem problemas", diz Couto. O parlamentar tenta, pela terceira vez, conseguir assinaturas necessárias para a investigação.
DO BLOG DO CEL

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