terça-feira, 21 de junho de 2011

Que vergonha, tucanos!

A rápida ação do governo paulista de Geraldo Alckmin(PSDB), demitindo os responsáveis pelo escândalo da Saúde Pública em Sorocaba, não é motivo de orgulho, sob nenhum aspecto. Continua sendo um motivo de vergonha e consternação para uma administração continuada, que teve como governador um Serra, que foi o melhor ministro da Saúde da história do pais, e um Alckmin, que é médico. É de dar engulhos ler comparações de que os tucanos punem os seus corruptos, os petistas não, como se isso atenuasse os fatos revoltantes de Sorocaba. O que não pode haver é a corrupção. O que é inaceitável é a corrupção. É uma vergonha o que está acontecendo em São Paulo. Uma vergonha para os tucanos. Poderia acontecer - e acontece! - em todo o Brasil. Em São Paulo, é inadmíssível. É chocante.
 

Kassabonete deu um baile na Folha.

Aqui não se trata de gostar ou não gostar, mas de registrar o baile antológico que Gilberto Kassab deu na editoria política da Folha São Paulo, no dia ontem. Durante duas horas, o prefeito de São Paulo enfrentou várias saias justas, entre elas vídeos de petistas paulistanos ofendendo a administração, de promessas de campanha colocadas no ar, da Marta Suplicy destilando o seu botox contra o oponente , além de "pegadinhas" tipo "você já fumou maconha"? O resultado foi que Kassab não deu aquilo que os jornalistas mais gostam: uma manchete, derivada, normalmente, de uma escorregada ou de uma resposta dúbia. 

O prefeito usou o espaço para citar vários pontos positivos da sua gestão, até agora escondidos por problemas eternos de São Paulo, como o trânsito, as cheias de verão e a cracolândia. Sobre o PSD, mostrou que é o Kassabonete. Trocou o programático pelo pragmático, elogiou a tudo e a todos, saiu inteiro da bancada da Sabatina da Folha. É claro que a performance gerou aquele ódio incontido do colunista Fernando Barros e Silva, que escreveu hoje no jornal o que vai abaixo, que vamos entremear com alguns "vermelhos".
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Dissimulação nota 10

SÃO PAULO - "Posso dizer a vocês que eu dou 10, pelo nosso esforço, pela vontade de acertar, pela seriedade dos secretários, pelos exemplos que damos." Substituindo-se "secretários" por "jogadores", seria possível atribuir essas palavras a um dos nossos craques de futebol, numa dessas entrevistas típicas à beira do campo, após a partida. O jogador, no caso, é Gilberto Kassab, raposa dos gramados políticos. Estava na sabatina promovida ontem pela Folha e respondia à questão: "Que nota o senhor dá para a sua administração, e por quê?". Impressionou, sobretudo, sua capacidade de falar durante duas horas sem dizer praticamente nada.(Onde estava a capacidade dos coleguinhas do colunista para formular as perguntas certas? Nota zero para os jornalistas da Folha!)

Todo político é dissimulado. O prefeito levou essa regra ao paroxismo.( O que se viu foi um espetáculo de calma e comedimento) Do início ao fim, como um ventríloquo de si mesmo, esteve determinado a reagir de forma impassível (ué, não era paroxismo?) às críticas à sua administração, que foram muitas, e de não externar aquilo que deveras sente em relação aos seus desafetos no DEM ou no PSDB de Geraldo Alckmin. (ahnn, o colunista sabe o que o  prefeito deveras sente no fundo da sua alma...isso sim que é jornalismo verdade) De Dilma a Maluf, Kassab não descartou apoiar ou receber o apoio de ninguém. A performance ladina e a orientação pragmática são uma caricatura da política brasileira, tão bem representada pelo PSD. ( o novo partido nem está formado e o colunista já tem informações precisas sobre o que ele representa. Isso sim, é compromisso com os fatos!)

O prefeito Kassab já estava em descrédito ( de quem? do colunista?) havia algum tempo, mas o político até outro dia ainda parecia capaz de aglutinar várias forças em torno de si em seu novo partido (já tem governadores, senadores, deputados federais e nasce como a terceira ou quarta bancada...mas o cara é fraco, não tem prestígio!). Essa capacidade foi posta agora em dúvida por uma conjunção de fatores: está mais do que caracterizado o uso da máquina na coleta de assinaturas necessárias à criação da legenda; (é mentira, tanto é que o responsável foi demitido e o partido já tem o dobro das assinaturas que precisa) o DEM parece disposto a esgotar todos os recursos legais para melar o jogo de Kassab( o TSE já atestou a legalidade do novo partido); Palocci, que era seu grande aliado no governo federal, caiu, com a suspeita adicional de que a Prefeitura de SP vazou os dados de sua empresa.( afinal de contas, era aliado ou inimigo? se vazou era inimigo, e não vazou era amigo! juntar as duas coisas não tem a mínima lógica!) Como é um partido sem ideais(ainda não tem programa), que se destina apenas a atender as conveniências pessoais de seus membros(ainda não tem membros), um partido que não dissimula seus interesses(ainda não tem quadros), o PSD pode nascer bem menor do que parecia (ao que tudo indica, é exatamente o contrário).

Sem ter a manchete, tendo em vista a incompetência dos seus jornalistas políticos, a Folha de São Paulo também produziu um editorial contra o prefeito, conforme abaixo. Também colocamos alguns "vermelhos":
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A nota de Kassab

Depois de um bom começo, Kassab conduz administração mediana em São Paulo, mais preocupado com seu futuro político do que com a cidade. Não se pode acusar o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (sem partido), de falta de confiança. Na sabatina a que foi submetido ontem pela Folha e pelo UOL, distribuiu cumprimentos para muita gente, dos engenheiros da prefeitura ao deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) -e até para si próprio. Instado a avaliar sua gestão, atribuiu-se nota 10, "pelo esforço, pela vontade de acertar".

A população faz juízo bem diferente da administração Kassab. Na mais recente pesquisa Datafolha, em março, ele recebeu a pior nota de seu atual mandato, 4,6. Incoerente, ao menos, o prefeito não foi. Na primeira sabatina de que participou, há quatro anos, também reivindicara nota 10. A percepção da população em 2007 era ainda pior. Os paulistanos davam nota 3,9 ao político que entrara no lugar de José Serra (PSDB). ( mesmo assim se reelegeu em 2008) Daí em diante, houve sensível melhora. Sua nota chegou a 6,6. Mas, depois de um começo com projetos inovadores e arrojados, a gestão de Kassab perdeu inventividade e tornou-se mediana.

No que respeita ao trânsito, mazela paulistana típica, medidas como a restrição à circulação de caminhões e a diminuição no número de vagas de estacionamento nas ruas contribuíram para aumentar a fluidez. Mas promessas como a implantação de 66 km de corredores de ônibus não saíram da prancheta (a via preferencial na Radial Leste deve ficar pronta no final do mandato). Na saúde, o compromisso de erguer três hospitais não se concretizou (fez dois até agora). As unidades AMA (Atendimento Médico Ambulatorial) ajudaram a reduzir a espera por serviços, mas a atenção continua precária para quem depende do sistema público de saúde. Ainda há 100 mil crianças à espera de lugares em creches, embora as vagas tenham triplicado (vejam só!) para perto de 200 mil desde 2005. Houve melhorias nos salários de professores, e o "turno da fome" está em extinção, mas o desempenho dos alunos em exames patina. (só em São Paulo?)Iniciativas como a Lei Cidade Limpa ficaram, pouco a pouco, eclipsadas pelo lixo que se acumula nas ruas e pelos alagamentos a cada verão. Espalha-se a percepção de abandono da cidade.(principalmente pela Folha...)

Na visão dos paulistanos (onde está o dado que comprove esta afirmação?), o administrador eficiente deu lugar ao político empenhado só em colocar de pé seu novo partido, o PSD (Partido Social Democrático). A invenção de um reduto que permita ao mesmo tempo apoiar o governo de Dilma Rousseff (PT) e manter as boas relações com facções do DEM e do PSDB parece monopolizar a atenção do alcaide.( a velha tese que não se confirma nunca!) O PSD pode firmar-se em breve. A avaliação de Kassab como prefeito segue no sentido oposto. ( O editorialista discorda do colunista acima, achando que o PSD tem futuro).
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A grande verdade é que a imprensa está pagando o preço de ter construído um discurso contra o PSD que não se confirma na prática. Não é um partido de apoio ao governo. Não é um partido fisiológico. Ainda não é um partido. A Imprensa, movida pelos próprios interesses e simpatias, decidiu carimbar o PSD. A cada dia que passa, os fatos apregoados não se concretizam. E aí bate o desespero nos Fernandinhos da mídia.

Comecem pela presidente...

Da Folha:

O governo federal vai pagar um curso para que até 160 ministros e integrantes do segundo escalão aprendam a falar com a imprensa. A Secretaria de Comunicação Social da Presidência, comandada pela ministra Helena Chagas, lançou um edital para a contração de uma empresa que ofereça o chamado "media training". A licitação está estimada em R$ 872 mil. Ao longo do governo Lula, os ministérios contratavam empresas de "media training" individualmente. Agora haverá uma única empresa para treinar todos. A Secom nega que o curso tenha a intenção de uniformizar o discurso do governo.

Agora até Sarney dá show de moral no PT.

Da Folha, mostrando que nem ele, Sarney, acha que colocar a roubalheira da Copa sob sigilo é uma boa medida:

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse ontem que a Casa deverá derrubar a decisão de tornar secretos os orçamentos estimados pelo governo para as obras da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016. O sigilo foi aprovado pela Câmara na semana passada. Conforme a Folha revelou, foi incluído por uma manobra de última hora na medida provisória que altera a Lei das Licitações e flexibiliza os contratos de obras e serviços dos dois eventos esportivos. A mudança no texto tirou dos órgãos de fiscalização, como os tribunais de contas, o direito de consultar os orçamentos estimados pelo governo antes da escolha das empresas responsáveis pela execução dos projetos.

Pela MP, as informações seriam repassadas em "caráter sigiloso" e "estritamente" a esses órgãos depois de conhecidos os lances das empresas que participarem de cada licitação, quando o governo achar conveniente.Sarney afirmou que é preciso assegurar a divulgação pública das planilhas e o total acesso às entidades de fiscalização. "Não sei por que foi incluído esse sigilo. Não vejo nenhuma diferença entre obras de Copa e outras obras públicas", disse ele. Sarney disse que "devemos encontrar uma maneira" de restaurar o texto original, sem o parágrafo 3º do artigo 6º, que trata do sigilo.
DO B DO CEL

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