A gestão da prefeita de Natal, Micarla de Souza, não tem parâmetros nos pouco mais de quatrocentos anos da cidade. É de total incompetência administrativa, não fez uma palha se quer que beneficiasse a população e para completar é cheia de rolos. Para citar alguns:
- Convênio com o ITC para combater a dengue: R$ 8 milhões;
- Irregularidades na Urbana: R$ 14 milhões;
- Superfaturamento em aluguéis de imóveis feitos pela Prefeitura.
Além disso, os postos de saúde estão em total abandono, sem remédios e péssimo atendimento. Nas escolas falta refeição para as crianças. Pagamentos em atraso aos prestadores de serviços e uma cidade que de tantos buracos poderá desaparecer numa grande cratera. Sem exagero. Existem pontos críticos de alagamentos que qualquer chuvinha para molhar a grama já forma imensos lagos sem peixes. Só borboletas.
É de se perguntar: o que uma criatura dessa faz à frente da administração de uma cidade como Natal? Não temos grandes problemas. É apenas uma questão de competência. De saber fazer.
O administrador anterior, Carlos Eduardo Alves, provou isso. Concentrou recursos em alguns problemas mais expostos, como o saneamento básico e, discretamente, fez uma belissíma administração. Sem rolos.
E aí, vem uma borboleta verde que fica batendo asas para cima e para baixo, e não corresponde ao menos 10% dos votos que recebeu. Uma lástima, para não dizer uma vergonha.
Isto tudo, gerou uma insatisfação na sociedade que hoje protesta de forma pacífica e democrática, pedindo o seu impeachment.
Numa demonstração de evolução cívica, estudantes ocuparam o pátio da Câmara Municipal de Natal, após uma fracassada tentativa de instalação de uma Comissão Especial de Inquérito para apurar um dos rolos da atual gestão, a dos contratos superfaturados de aluguéis. É importante destacar que esta insatisfação já vinha sendo demonstrada através das redes sociais com a campanha #FORAMICARLA.
É de se elogiar a atitude desses jovens que já haviam se manifestado antes com o aumento dos combustíveis fazendo uma campanha que foi exemplo para outras capitais.
Como a grana que o governo petista "doa" à UNE não chega até aqui, os nossos jovens não sofrem pressão de falsos líderes e estão dando exemplo ao país do poder de uma sociedade mobilizada.
O movimento conquistou a simpatia da sociedade e gerou notícia em grandes portais da web. Encostaram a borboleta na parede, sem chances de sobrevôo, que acuada passou a brandir que agora vai porque tem o apoio da presidenta madame Rousseff. Pensa ela que vai nos encrupir com essa. A juventude não pode afrouxar o laço e deve exigir a instalação de uma nova Comissão Especial de Inquérito para apurar o que uma borboleta faz com tanto dinheiro que rola debaixo dos nossos lençóis d'água.
- Convênio com o ITC para combater a dengue: R$ 8 milhões;
- Irregularidades na Urbana: R$ 14 milhões;
- Superfaturamento em aluguéis de imóveis feitos pela Prefeitura.
Além disso, os postos de saúde estão em total abandono, sem remédios e péssimo atendimento. Nas escolas falta refeição para as crianças. Pagamentos em atraso aos prestadores de serviços e uma cidade que de tantos buracos poderá desaparecer numa grande cratera. Sem exagero. Existem pontos críticos de alagamentos que qualquer chuvinha para molhar a grama já forma imensos lagos sem peixes. Só borboletas.
É de se perguntar: o que uma criatura dessa faz à frente da administração de uma cidade como Natal? Não temos grandes problemas. É apenas uma questão de competência. De saber fazer.
O administrador anterior, Carlos Eduardo Alves, provou isso. Concentrou recursos em alguns problemas mais expostos, como o saneamento básico e, discretamente, fez uma belissíma administração. Sem rolos.
E aí, vem uma borboleta verde que fica batendo asas para cima e para baixo, e não corresponde ao menos 10% dos votos que recebeu. Uma lástima, para não dizer uma vergonha.
Isto tudo, gerou uma insatisfação na sociedade que hoje protesta de forma pacífica e democrática, pedindo o seu impeachment.
Numa demonstração de evolução cívica, estudantes ocuparam o pátio da Câmara Municipal de Natal, após uma fracassada tentativa de instalação de uma Comissão Especial de Inquérito para apurar um dos rolos da atual gestão, a dos contratos superfaturados de aluguéis. É importante destacar que esta insatisfação já vinha sendo demonstrada através das redes sociais com a campanha #FORAMICARLA.
É de se elogiar a atitude desses jovens que já haviam se manifestado antes com o aumento dos combustíveis fazendo uma campanha que foi exemplo para outras capitais.
Como a grana que o governo petista "doa" à UNE não chega até aqui, os nossos jovens não sofrem pressão de falsos líderes e estão dando exemplo ao país do poder de uma sociedade mobilizada.
O movimento conquistou a simpatia da sociedade e gerou notícia em grandes portais da web. Encostaram a borboleta na parede, sem chances de sobrevôo, que acuada passou a brandir que agora vai porque tem o apoio da presidenta madame Rousseff. Pensa ela que vai nos encrupir com essa. A juventude não pode afrouxar o laço e deve exigir a instalação de uma nova Comissão Especial de Inquérito para apurar o que uma borboleta faz com tanto dinheiro que rola debaixo dos nossos lençóis d'água.
Vão em frente garotos e garotas, vocês estão abafando!
Juventude natalense acampada na Câmara Municipal de |Natal |
Para o governo, o tempo foge
Cada um governe como acha melhor, e uma gestão deve ser medida pelos resultados que oferece ao país, desde que atue de acordo com as leis e com os princípios da ética. Há sinais de que o governo Dilma vive uma disfunção prematura. A administração vai aos trancos e barrancos, as dificuldades no Congresso surpreendem quando se olha o tamanho da base, e a vocação gerencial parece limitada ao terreno mágico da propaganda.
Oito anos e alguns meses depois de chegar ao poder e de lotear politicamente o setor, demonizando quem propunha atrair a iniciativa privada, o governo do PT decidiu promover a concessão de aeroportos ? ainda que de forma confusa ? a fim de tentar evitar o colapso do sistema. Haverá confissão maior de incompetência?
E ainda devemos torcer para que as concessões, se um dia chegarem, não repitam as das estradas federais, que o governo do PT entregou de graça aos felizes concessionários. E nem mesmo exigiu um bom serviço em troca. O resultado está aos olhos de todos. As estradas continuam ruins, bem abaixo da qualidade prometida. O pedágio está sendo cobrado, mas não há obras. É um exemplo de privatização malfeita. Falta de convicção, despreparo técnico e excesso de improvisação costumam dar nisso.
No começo do mandato da atual presidente, divulgou-se a chegada de uma novíssima política econômica, em que o crescimento não mais ficaria constrangido pela luta anti-inflacionária. O resultado foi a deterioração das expectativas, o pânico diante das ameaças de reindexação e um recuo desorganizado ? uma rota de fuga para a ortodoxia de má qualidade.
A consequência é terem contratado para este ano um PIB medíocre, acompanhado de inflação perigosamente alta. O governo promete fazê-la convergir para a meta no ano que vem, mas já sinalizou que vai fazer isso prolongando o aperto monetário, o pé no breque do crescimento. Em resumo, depois das indecisões e vacilações na largada, vão acabar comprometendo pelo menos dois anos ? metade do mandato. E, como a âncora exclusiva do ajuste é a cambial, isso causará um estrago ainda maior na indústria brasileira.
O governo tampouco tem personalidade definida. Procura parecer ortodoxamente ambientalista no debate do Código Florestal e é ortodoxamente anti-ambientalista no atropelo para fazer andar a hidrelétrica de Belo Monte. Radicalizou desnecessariamente nos dois casos. Há terreno para entendimento no Congresso Nacional e na sociedade sobre o novo código, e há também como encaminhar a utilização do potencial hidrelétrico de uma maneira ambientalmente e socialmente responsável.
Bastaria ter disposição para o diálogo, um mínimo de serenidade, menos afobação, achar e chamar gente preparada, e, acima de tudo, ter clareza do que fazer. Coisas que, definitivamente, não parecem fazer parte do atual cardápio, como se a troca de ideias e a busca da convergência fossem um jogo de soma negativa e se confundissem com fraqueza. Governos fracos é que precisam dar permanentemente demonstrações de força. Governos sólidos têm o braço firme para segurar o leme enquanto conduzem com cuidado o barco para o destino.
Vivemos a era das improvisações e das mudanças inexplicáveis de rota. Na última campanha eleitoral, defendi que os direitos humanos passassem a ter importância maior na política externa brasileira, sempre vinculados à defesa do direito dos países à autodeterminação. Era uma posição com amplo apoio na sociedade, tanto que, antes mesmo de assumir, o novo governo anunciou a centralidade da questão na maneira como o Brasil conduz o diálogo com os demais países.
Agora, infelizmente, e sob pressão do Irã, o governo brasileiro reduziu a importância da visita da Prêmio Nobel da Paz iraniana Shirin Ebadi, uma advogada que luta pelos direitos humanos naquele país. A presidente encontra espaço na agenda para receber artistas que lhe proporcionem mídia favorável, mas não achou importante receber também essa valorosa lutadora, que batalha para ampliar os direitos das mulheres iranianas e de todos os cidadãos daquele grande país.
É a verdade revelada na sua face mais cruel. O governo do PT é a favor de promover os direitos humanos em países governados por adversários do PT. Quando se trata de governos amigos do petismo, prefere-se o silêncio diante das violações, dos abusos, dos massacres. Para os amigos, as conquistas da civilização; para os nem tanto, a lei da selva.
E, por falar em lei da selva, outro assunto enfatizado na campanha eleitoral foi a permeabilidade das nossas fronteiras ao tráfico de drogas e de armas. Minha então adversária negou que houvesse problemas. Depois de definido o resultado das urnas, viu-se com quem estava a razão. Agora, bastou o Jornal Nacional fazer uma série de reportagens sobre a vulnerabilidade de nossas fronteiras, e lá veio o anúncio de um mirabolante plano governamental de ação nessa área, só para faturar um dia de jornais de TV. A propósito: o tal avião de vigilância não-tripulado já começou a voar?
Há problemas sérios em áreas as mais variadas, mas todos têm a mesma natureza: o Brasil precisa urgentemente de um governo portador de convicções firmes, compromisso com a verdade, disposição para o diálogo com a sociedade e capacidade de buscar o bem do país. O relógio está correndo.
Por José Serra
Cada um governe como acha melhor, e uma gestão deve ser medida pelos resultados que oferece ao país, desde que atue de acordo com as leis e com os princípios da ética. Há sinais de que o governo Dilma vive uma disfunção prematura. A administração vai aos trancos e barrancos, as dificuldades no Congresso surpreendem quando se olha o tamanho da base, e a vocação gerencial parece limitada ao terreno mágico da propaganda.
Oito anos e alguns meses depois de chegar ao poder e de lotear politicamente o setor, demonizando quem propunha atrair a iniciativa privada, o governo do PT decidiu promover a concessão de aeroportos ? ainda que de forma confusa ? a fim de tentar evitar o colapso do sistema. Haverá confissão maior de incompetência?
E ainda devemos torcer para que as concessões, se um dia chegarem, não repitam as das estradas federais, que o governo do PT entregou de graça aos felizes concessionários. E nem mesmo exigiu um bom serviço em troca. O resultado está aos olhos de todos. As estradas continuam ruins, bem abaixo da qualidade prometida. O pedágio está sendo cobrado, mas não há obras. É um exemplo de privatização malfeita. Falta de convicção, despreparo técnico e excesso de improvisação costumam dar nisso.
No começo do mandato da atual presidente, divulgou-se a chegada de uma novíssima política econômica, em que o crescimento não mais ficaria constrangido pela luta anti-inflacionária. O resultado foi a deterioração das expectativas, o pânico diante das ameaças de reindexação e um recuo desorganizado ? uma rota de fuga para a ortodoxia de má qualidade.
A consequência é terem contratado para este ano um PIB medíocre, acompanhado de inflação perigosamente alta. O governo promete fazê-la convergir para a meta no ano que vem, mas já sinalizou que vai fazer isso prolongando o aperto monetário, o pé no breque do crescimento. Em resumo, depois das indecisões e vacilações na largada, vão acabar comprometendo pelo menos dois anos ? metade do mandato. E, como a âncora exclusiva do ajuste é a cambial, isso causará um estrago ainda maior na indústria brasileira.
O governo tampouco tem personalidade definida. Procura parecer ortodoxamente ambientalista no debate do Código Florestal e é ortodoxamente anti-ambientalista no atropelo para fazer andar a hidrelétrica de Belo Monte. Radicalizou desnecessariamente nos dois casos. Há terreno para entendimento no Congresso Nacional e na sociedade sobre o novo código, e há também como encaminhar a utilização do potencial hidrelétrico de uma maneira ambientalmente e socialmente responsável.
Bastaria ter disposição para o diálogo, um mínimo de serenidade, menos afobação, achar e chamar gente preparada, e, acima de tudo, ter clareza do que fazer. Coisas que, definitivamente, não parecem fazer parte do atual cardápio, como se a troca de ideias e a busca da convergência fossem um jogo de soma negativa e se confundissem com fraqueza. Governos fracos é que precisam dar permanentemente demonstrações de força. Governos sólidos têm o braço firme para segurar o leme enquanto conduzem com cuidado o barco para o destino.
Vivemos a era das improvisações e das mudanças inexplicáveis de rota. Na última campanha eleitoral, defendi que os direitos humanos passassem a ter importância maior na política externa brasileira, sempre vinculados à defesa do direito dos países à autodeterminação. Era uma posição com amplo apoio na sociedade, tanto que, antes mesmo de assumir, o novo governo anunciou a centralidade da questão na maneira como o Brasil conduz o diálogo com os demais países.
Agora, infelizmente, e sob pressão do Irã, o governo brasileiro reduziu a importância da visita da Prêmio Nobel da Paz iraniana Shirin Ebadi, uma advogada que luta pelos direitos humanos naquele país. A presidente encontra espaço na agenda para receber artistas que lhe proporcionem mídia favorável, mas não achou importante receber também essa valorosa lutadora, que batalha para ampliar os direitos das mulheres iranianas e de todos os cidadãos daquele grande país.
É a verdade revelada na sua face mais cruel. O governo do PT é a favor de promover os direitos humanos em países governados por adversários do PT. Quando se trata de governos amigos do petismo, prefere-se o silêncio diante das violações, dos abusos, dos massacres. Para os amigos, as conquistas da civilização; para os nem tanto, a lei da selva.
E, por falar em lei da selva, outro assunto enfatizado na campanha eleitoral foi a permeabilidade das nossas fronteiras ao tráfico de drogas e de armas. Minha então adversária negou que houvesse problemas. Depois de definido o resultado das urnas, viu-se com quem estava a razão. Agora, bastou o Jornal Nacional fazer uma série de reportagens sobre a vulnerabilidade de nossas fronteiras, e lá veio o anúncio de um mirabolante plano governamental de ação nessa área, só para faturar um dia de jornais de TV. A propósito: o tal avião de vigilância não-tripulado já começou a voar?
Há problemas sérios em áreas as mais variadas, mas todos têm a mesma natureza: o Brasil precisa urgentemente de um governo portador de convicções firmes, compromisso com a verdade, disposição para o diálogo com a sociedade e capacidade de buscar o bem do país. O relógio está correndo.
Por José Serra
DO B. DO LUCIONETO
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