A VERDADE
O segundo mandato da Exma. Sra. Presidenta da República, Dilma Rousseff, e o quarto do seu partido, o Partido dos Trabalhadores, estão batendo todos os recordes de desfaçatez. Que tem como sinônimo, no dicionário Aulete: falta de vergonha, de pudor; descaramento; atrevimento.
A última demonstração dessa desfaçatez é a inclusão, na medida provisória que cria o Regime Diferenciado de Contratações (RDC) para a Copa e a Olimpíada, um texto que permite ao governo do PT manter em segredo os orçamentos para as obras dos dois eventos.
Se o RDC, que cria a possibilidade de aumentar o valor de um contrato sem limite na mesma licitação, já causa polêmica, a nova manobra é de caráter sorrateiro.
O texto, aprovado com a ajuda dos parlamentares da base aliada, dá ao governo do PT & Cia a possibilidade de gastar o que bem achar que pode, ou necessita, sem que haja qualquer tipo de fiscalização. Em português claro, escancara a porta para o desvio de dinheiro público sabe-se lá para onde, pois impede a contestação inclusive de obras que possam estar superfaturadas.
E não se trata de bagatela. Ano passado, o ex anunciou que o PAC da Copa investiria R$ 20 bilhões em transportes, hotéis e estádios. Valor evidentemente subestimado, como é de praxe.
Mas como se fala de PT, sempre pode ficar pior. O texto do governo também é outra “lei da mordaça” mal disfarçada. Concede ao governo do PT o poder de enviar informações sobre os gastos para órgãos de controle, como os tribunais de conta, apenas quando e se quiser. E com a determinação expressa de que só poderão ser divulgados quando a Exma. Sra. Presidente da República, Dilma Rousseff, julgar conveniente.
A determinação é, no mínimo, temerária. Levem-se em conta inúmeras irregularidades apontadas pelo Tribunal de Contas da União no triliardário PAC, obras que têm resultado em prejuízos de bilhões de reais.
A proposta, apesar de temerária, não é novidade e anda na trilha da decisão do governo do Partido dos Trabalhadores de manter em sigilo, eterno, outros documentos oficiais. E, mostra, mais uma vez, a fragilidade de comando da presidente petista.
Defensora da divulgação desses documentos até o mês passado, enfraquecida pelo imbróglio envolvendo o neo-milionário ex-ministro Antonio Palocci, Rousseff acabou cedendo à pressão de alguns conhecidos senadores que, sem maiores explicações, preferem manter informações históricas longe do conhecimento dos cidadãos brasileiros.
Censura, obras superfaturadas, obras no chão, obras que ficaram só na promessa, números maquiados, gerenciamento paralisado, anúncios de programas superfaturados pelo marketing, ministros consultores de empresas privadas sem poder revelar quanto ganham, com quem faturam e quais os serviços que prestaram. Até agora, essa é a assinatura do segundo mandato de Dilma Rousseff & Cia.
DO B. GENTE QUE MENTE
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