quinta-feira, 5 de maio de 2011

Governo arreganha as fronteiras para as armas e para as drogas, mas vai lançar campanha do desarmamento amanhã

É, amiguinhos! Vamos ver com são as coisas. Leio no Portal G1 o que segue; prestem bem atenção.

Campanha do desarmamento será lançada nesta sexta no Rio
O Palácio da Cidade, sede da Prefeitura do Rio de Janeiro, foi o local escolhido pelo Ministério da Justiça para o lançamento da nova edição da campanha nacional do desarmamento, chamada de “Tire uma arma do futuro do Brasil”. O ato de lançamento está marcado para as 10h, com a presença do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. A campanha do desarmamento, inicialmente marcada para começar em junho, foi antecipada depois da tragédia que aconteceu em Realengo, na Zona Oeste do Rio, quando um homem de 23 anos entrou atirando em uma escola municipal no dia 7 de abril. A tragédia resultou na morte de 12 crianças e do atirador. Após o lançamento, o ministro acompanha a destruição de um lote de mais de mil armas recolhidas pelo Exército fora da campanha. O ato será realizado no alto forno da usina Presidente Vargas, na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).
Agora leiam esta outra notícia, que incluí no clipping do blog no dia 19 do mês passado. Volto em seguida:
Cortes de gastos paralisam patrulhamento da PF nos rios
Por Graciliano Rocha e Rodrigo Vargas, na Folha:
Cortes de gastos estão paralisando os barcos da Polícia Federal responsáveis pelo patrulhamento dos rios que ficam em rotas de entrada de armas e drogas no país. A Folha revelou ontem que os cortes no Orçamento do governo têm afetado diversas ações nas fronteiras. Em Foz do Iguaçu (PR), na fronteira com Paraguai e Argentina, a Delegacia de Polícia Marítima está trabalhando com um regime de cotas de combustível que reduziu à metade, em relação ao fim de 2010, as operações de patrulhamento com 20 lanchas, segundo policiais ouvidos pela reportagem. O rio Paraná e o lago de Itaipu são considerados zonas críticas. Como a ponte da Amizade tem uma vigilância ostensiva, criminosos cruzam o rio e o lago para escoar armas, drogas e cigarros. É comum a travessia ocorrer durante a madrugada em pequenas embarcações que atracam rapidamente na margem brasileira para deixar o carregamento ilegal. Um outro vazio de fiscalização está no rio Uruguai, que separa a Argentina do Rio Grande do Sul. A região é considerada pela PF um entreposto alternativo para drogas e armas ao mercado consumidor brasileiro. Os cerca de 600 quilômetros de rio contam com a vigilância de apenas três embarcações -duas em Uruguaiana e uma em São Borja. Policiais das duas delegacias relataram à Folha que os cortes reduziram operações.
Voltei
A campanha do desarmamento, que ganhará, como sempre, a adesão dos bacanas bem-pensantes do Brasil — algumas das estrelas andam com seguranças… — transforma a segurança pública numa responsabilidade a um só tempo coletiva (de todos os brasileiros) e individual (entregue a sua arma). O estado, que, constitucionalmente, detém o monopólio do uso da força, exime-se. O gerente desse estado é o governo. É ele quem define as prioridades.
Como se vê, consumiremos energia, tempo e dinheiro recolhendo garruchas enferrujadas, enquanto as fronteiras, por onde entram as armas e as drogas, continuarão ao deus-dará.
Aí indagam alguns: “Reinaldo, é melhor ter menos armas ou mais armas?” A pergunta, lamento!, não faz sentido. É melhor ter menos armas nas mãos de bandidos. Nas mãos de homens de bem, no que respeita à coletividade, tanto faz; no que lhe diz respeito em particular, nenhum estado, que eu saiba, é tão autoritário a ponto de satanizar a autodefesa.
A campanha não piora a segurança pública, é evidente! Em si, ela não é um mal. É apenas inócua. Como substituta, no entanto, de um efetivo programa de vigilância de fronteiras e de repressão ao tráfico de drogas e de armas, aí, sim, trata-se de um malefício e tanto! Ela é o símbolo da omissão do estado e da culpabilização do indivíduo.
O governo sabe o que faz cair o número de homicídios. Quem pode lhe ensinar o caminho é São Paulo, que derrubou esse índice em quase 80% em 12 anos: prender bandido. O resto é conversa mole.
Por Reinaldo Azevedo

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