sexta-feira, 27 de maio de 2011

Collor e PC eram quase românticos; os de hoje são uma “famiglia”

A afirmação da presidente Dilma Rousseff de que as acusações contra Palocci são uma tentativa de a oposição disputar o terceiro turno embute uma mentira escandalosa e uma imoralidade política histórica.
Vamos à mentira. Até os gramados de Brasília sabem que, inicialmente, a bala que atingiu o ministro da Casa Civil era fogo amigo. Aliás, ele era o primeiro a fazer essa consideração a seus interlocutores. Os ataques à oposição só começaram depois que Franklin Martins e Luiz Inácio Lula da Silva entraram para valer na guerra.
A imoralidade histórica está na falta de originalidade. A expressão “terceiro turno” foi criada por Fernando Collor quando começaram a pipocar acusações contra o seu governo ético. Collor acusava, então, o PT de Lula de tentar disputar o terceiro turno.
A Rainha Muda, pois, é, em 2011, o Collor de 1991! O ex-presidente é hoje um lulista roxo — com “aquilo roxo”. Não foi ele que mudou, é claro! O PT de hoje é que é moralmente equivalente ao Collor de 20 anos atrás — só que é um profissional nas artes em que aquele  e seu caixa, PC Farias, eram amadores. Aquela dupla era quase romântica. O PT já é uma “famiglia”.
Por Reinaldo Azevedo

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