Mais de cinco anos depois, o PT prepara a volta de seu ex-tesoureiro Delúbio Soares, um dos protagonistas do escândalo do mensalão. Fundador do partido e amigo do ex-presidente Lula desde os tempos de sindicato, ele foi o único a ser punido com a expulsão da legenda, em outubro de 2005. Considerado um arquivo ambulante do caso, aceitou o castigo em silêncio, sem entregar os companheiros. Agora, terá a fidelidade premiada com o retorno à sigla. Seu pedido de refiliação deve ser aprovado neste fim de semana, em reunião da cúpula petista em Brasília.
Delúbio assumiu a culpa pelo ex-ministro, mas responde com ele no STF (Supremo Tribunal Federal) por supostos crimes de quadrilha e corrupção ativa. O ex-tesoureiro nega o suborno a parlamentares, mas admite ter recebido e repassado "dinheiro não contabilizado" a aliados. Chegou a dizer que o mensalão seria esquecido e viraria "piada de salão". Depois abaixou o tom. Submergiu. Nas palavras de um amigo, a eleição de Dilma Rousseff selou o fim do "sacrifício" de um militante que já disse ter o PT em seu DNA. Dirigentes do partido ouvidos ontem pela Folha disseram que o pedido de refiliação, avalizado por Lula, será aprovado com folga. "As razões que levaram o PT a afastá-lo ainda se mantêm. Não vejo motivo para aprovar sua volta antes do julgamento do caso", disse o deputado estadual gaúcho Raul Pont, apontado como um dos poucos dissidentes. Nos últimos meses, o PT reabilitou outros personagens do escândalo, como Dirceu, José Genoino e João Paulo Cunha. A volta de Delúbio, após mais de 1.800 dias de degredo solitário, concluirá a fase política do resgate. Na área penal, faltará combinar com o STF, que só deve julgar o caso em 2012. (Da Folha de São Paulo)
DO COTURNO NOTURNO
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