segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Todo mundo elogia Dilma. Também vou: é isso aí, Soberana! Não tenha medo de descumprir a palavra! Ninguém faz isso como Vossa Majestade!


Dilma passou o facão em 40% dos recursos previstos — eu sei que eram cascata, mas estavam no Orçamento — para o Minha Casa, Minha Vida? Não brinquem comigo!
Nunca fui um colunista apocalíptico, mas agora decidi ser integrado, para ficar numa distinção antiga, feita por Umberto Eco. Também vou elogiar: “QUE CORAGEM, PRESIDENTA!” — usarei a forma “presidenta” sempre que estiver puxando o saco da governanta.
Muito bem, soberaníssima! Ninguém descumpre a palavra com tanta elegância quanto Vossa Majestade! Que classe!
Ensine mesmo, Dona Dilma Primeira, que o que se fala em campanha não se escreve; uma coisa é o discurso com o qual se ganha eleição; outro é aquele com o qual se governa. Não dê bola para os críticos, para aqueles que seu antecessor chamava “a turma do contra”! Esse pessoal acha que o povo não tem direito de ser enganado durante a campanha. Sem a esperança, o que é o homem?
Sem contar que fica parecendo que é de hoje que a senhora não cumpre promessas! Que besteira! Lembre a esses críticos desinformados, presidenta, que o governo Lula-Dilma não entregou nem 20% do primeiro milhão de casas prometido; imaginem se conseguirá entregar, até 2014, os 2,8 milhões que faltam!
Nada disso importa! O fato é que estamos diante de um governo corajoso, que não tem medo de cortar na carne… dos outros. Essa é daquelas impiedades que demonstram que estamos diante de um governo sério, comprometido com as contas públicas.
Por Reinaldo Azevedo

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