segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Viva o elogio! A salvação do Brasil está no adesismo!


PT e PMDB andam se estapeando nos bastidores, como vocês viram. Os petistas, tentando defenestrar os peemedebistas da Funasa, por exemplo, denunciam um desvio de espantosos R$ 500 milhões num período de quatro anos — o levantamento conta com o endosso da Controladoria Geral da União. Eis uma denúncia, que parece ter fundamento, grave o bastante para mobilizar a oposição certo? Engano seu, cara pálida! Os oposicionistas estão preocupados com outra coisa. Eles se ocupam, neste momento, em, bem, em…, deixe-me ver… Bem, sei lá eu.
Todos nós, quando na escola, tivemos aula de interpretação de texto. Em algum momento, um professor já lhe pediu, leitor, que grifasse as idéias principais de um texto, certo? Vamos fazer essa experiência? Leia o que vai no Estadão Online e procure grifar, nem que seja mentalmente, o que lhe parecer mais importante. Volto depois.
Por Marcelo Portela:
Partidos de oposição e o governo federal devem evitar o confronto direto e buscar aliança em torno de temas importantes para o País. É a proposta que defende o senador Aécio Neves (PSDB), para quem algumas questões, como o valor do salário mínimo, são de interesse comum e não podem ser transformadas em “bandeiras de caráter político” simplesmente pelo embate.
Considerado um dos principais nomes da oposição, o senador defende uma aproximação com a base de sustentação do governo da presidente Dilma Rousseff. “Vocês vão, nesse futuro Congresso, se deparar em muitos momentos com alianças de partidos que estão na oposição, como o PSDB, o Democratas e o PPS, com setores da base do governo em torno de temas que são importantes para o País”, afirmou nesta segunda, 17, durante a primeira visita oficial que fez a seu sucessor, Antônio Anastasia (PSDB), depois da posse do atual governador.
Para Aécio, a discussão sobre o reajuste do salário mínimo, por exemplo, deve ser feita com base em “uma análise mais técnica”. Ele afirmou que o PSDB lutará por um valor maior que os R$ 545 anunciados pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, na semana passada. Mas não adiantou se a legenda vai bater o pé por R$ 600, valor defendido pelo candidato tucano à Presidência, José Serra, durante a campanha eleitoral.
“O governo, sempre quando manda uma proposta de salário mínimo, mantém uma margem de discussão política, uma margem de aumento. Acredito que essa negociação ocorrerá. Não devemos fazer do salário mínimo, como de nenhum outro tema, até belas bandeiras de caráter político. É uma discussão extremamente séria”, disse.
Outro exemplo dado pelo senador foi a questão municipalista que, segundo ele, terá “campo fértil” para negociação com setores do governo federal. “Eu acho que haverá temas que aproximarão os partidos da oposição de setores da base do governo, que não se distanciarão, tenho certeza, do discurso que fizeram na campanha eleitoral”, afirmou.
Mas Aécio não descartou a possibilidade de confronto caso não haja acordo com o governo. Para o senador, cabe aos parlamentares a definição de uma agenda de “grandes temas nacionais e buscar interlocução dentro do próprio governo, quando possível e necessário”. “Quando não for possível, vamos obviamente para o embate político”, alertou.
Voltei
E aí, leitores? Já grifaram? E qual é a idéia principal? Pois é…
Atenção! Em nenhuma democracia do mundo - NENHUMA! -, lideranças de oposição se vêem na contingência de declarar que não se opõem ao país e buscam sempre o melhor para todos… Uma oposição, SÓ POR SER O QUE É, já é tão patriótica quanto o governo. Pode haver zonas de convergência entre adversários? Sim!  Isso é de tal sorte óbvio que só merece destaque caso se queira dar mais visibilidade à concordância do que à discordância. A quem cabe provar que está acima das divergências? Ao governo ou à oposição? A resposta é óbvia.
Digam-me: dadas as coisas que temos aí, Aécio — ou outros líderes da oposição — não vêem razão para, quando menos, sugerir alternativas ao governo? Até quando os oposicionistas vão se comportar como se pedissem desculpas por existir? E quem não se desculpa promete liderar um grupo de carneiros bem-comportados.
Quais seriam as nossas referências nessa forma de oposicionismo? França? Inglaterra? Itália? EUA? Alemanha? O Chile, aqui do lado? Não, não! Em todos esses países, existe oposição clara, definida, sem receio de ser o que é porque sabe que é a sua existência que define a democracia. As oposições andam enfrentando problemas na Venezuela, na Nicarágua e na Argentina, por exemplo. Mas que se note: nesses países, ela está sendo cassadas e caçadas pelos respectivos governos; não são elas a se dedicar à sujeição voluntária.
Huuummmm… “Reinaldo já criticou hoje o Chalita e agora está criticando Aécio. Vai ver o Serra mandou, né?” ´}E, vai ver… O país agora está assim:
- o governo Dlma tem de ser preservado de qualquer crítica porque está no começo;
- Aécio tem de ser preservado de qualquer crítica para não parecer se está a serviço de Serra;
- Cabral tem de ser preservado de qualquer crítica para não que não pensem que se está explorando a tragédia.
Vamos fazer um país só de elogios! Crítica mesmo, severa!, só àqueles que estiverem fora do poder, nem que seja o poder na oposição. Vocês verão que belo país nós teremos daqui a, sei lá, uns cinco ou dez anos! Aliás, nós já estamos vendo, não é mesmo? Segundo essa perspectiva, como sou mais bobo do que os outros, então escrevo o que manda o candidato derrotado em 2010, não é mesmo?
Tenham paciência! Parece que há gente que acha a democracia uma coisa muito bacana, desde que não seja exercitada!
Por Reinaldo Azevedo

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