Editado por Andréa Haddad em 17/01/2011 às 16:04 hs.
Mas o assunto é outro. Em 12 de novembro, o ainda presidente Lula levou a nova presidente eleita Dilma Rousseff para a reunião do G-20 na Coréia do Sul a fim de apresentá-la ao mundo. No último dia do encontro, ele não resistiu e, em entrevista, falou uma besteira: “A presidenta Dilma não vai fazer discurso algum dizendo que recebeu uma herança maldita do presidente Lula porque ela ajudou a construir tudo que nós fizemos até agora. O Obama recebeu uma herança maldita, que foi uma crise financeira sem precedentes. E eu recebi uma herança maldita, que era um país andando para trás. Nossa geração não terá herança maldita”.
Sem perder tempo, no dia 30 do mesmo mês e com a mesma falta de senso de ridículo de seu inventor, Dilma mandou ver numa fala de improviso em Tucuruí (PA): “Eu vou continuar essa herança bendita do presidente Lula, eu tenho a missão e a responsabilidade de dar continuidade…”
Em oito anos, a gestão Lula se caracterizou pela criação de cargos públicos, concursados e de confiança, e pela concessão de robustos reajustes para o funcionalismo. A herança deixada para a presidente Dilma Rousseff é uma folha de pessoal da União fixada em R$ 199,8 bilhões, um incremento de R$ 15,4 bilhões em relação aos R$ 184,4 bilhões de 2010.
Os funcionários civis do Executivo na ativa passaram de 485.741 em dezembro de 2002 para 568.490 em novembro de 2010. O maior aumento ocorreu na Advocacia Geral da União (AGU), que teve o quadro de servidores inchado em 334%, passando de 1.683 em 2002 para 7.820 em 2010.
A Presidência da República aparece em segundo lugar no ranking dos órgãos do governo em que o quadro de funcionários mais cresceu. O número de servidores passou de 3.147 para 7.820 funcionários, o que representa um aumento de 148%.
Se esta é uma “herança bendita” imaginem o que poderá ser a “maldita” que ainda está escondida, mas vem surgindo à brida solta.
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