08 de dezembro de 2010 | 9h 00
Jacqueline Farid, da Agência Estado
RIO - A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,83% em novembro, ante 0,75% em outubro, segundo divulgou nesta quarta-feira, 8, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou dentro do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que iam de 0,79% a 0,93%, e abaixo da mediana projetada, de 0,87%.
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Segundo o IBGE, a alta do IPCA de novembro é a maior mensal desde abril de 2005 e a mais intensa para meses de novembro desde 2002 (3,02%), segundo destacou a coordenadora de índices de preços do instituto, Eulina Nunes dos Santos.
Ela observou também que a alta do IPCA em 12 meses até novembro, de 5,63%, representa a maior taxa desde fevereiro de 2009 (5,90%). Até o mês passado, o IPCA acumula altas de 5,25% no ano.
Alimentos: maior elevação em oito anos
O grupo de alimentos e bebidas registrou variação positiva de 2,22% em novembro, ante alta de 1,89% em outubro, na maior taxa mensal apurada pelo IBGE desde dezembro de 2002 (3,91%). Esse grupo contribuiu, sozinho, com 0,51 ponto porcentual, ou 61% do IPCA do mês passado. Já o grupo dos não alimentícios registrou em novembro variação positiva de 0,41%, exatamente a mesma registrada em outubro.
Segundo Eulina, o perfil da inflação em novembro "foi muito similar" ao de outubro, com forte pressão dos alimentos sobre o IPCA. Ela sublinhou que, enquanto em 2009 os alimentos, com variação anual acumulada de 3,18%, contribuíram para controlar o IPCA, em 2010 esses produtos, com alta acumulada de 8,95% de janeiro a novembro, representam a principal pressão sobre o índice, com contribuição de 2,02 ponto porcentual para a o IPCA acumulado no período (5,25%).
Ela observou ainda que desde janeiro de 2007 até novembro de 2010 os alimentos aumentaram 38%, enquanto o IPCA acumulou variação de 21,45%. Segundo Eulina, os produtos alimentícios pressionaram a inflação para cima em 2007 e 2008, revertendo a influência sobre o índice para baixo em 2009 e, de novo para cima, este ano. "Este ano está muito clara e forte a influência dos alimentos no IPCA em geral. Esses produtos tem peso muito grande no IPCA e sempre influencia a inflação", disse.
Por sua vez, segundo ela, o grupo de transportes, também com peso importante na despesa familiar, está contribuindo para evitar uma alta maior no índice oficial. Ela explicou que combustíveis, automóveis e ônibus urbano estão com reajustes abaixo da inflação. "Este ano não vimos pressões fortes dos transportes e outros administrados também, como telefonia", acrescentou. O grupo de transportes registrou variação acumulada de 2,11% de janeiro a novembro, contribuindo com 0,41 ponto porcentual para a inflação acumulada no período.
Baixa renda
O INPC, que mede a inflação para a camada de renda mais baixa da população, ficou em 1,03% em novembro, ante 0,92% em outubro. No ano, o INPC acumula alta de 5,83% e em 12 meses, de 6,08%.
Enquanto o IPCA se refere às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos, o INPC refere-se a rendimentos de um a seis salários mínimos.
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