domingo, 21 de abril de 2019
Esse STF foi forjado por Lula e sua quadrilha para referendar seu plano
autoritário, exatamente como a corte suprema da Venezuela virou um anexo
do chavismo. Coluna de Guilherme Fiuza, via Gazeta do Povo:
Alexandre Toffoli e Dias de Moraes, ou vice-versa, a dupla caipira
que jogou o Brasil em mais um debate inútil, não está sozinha. O debate é
inútil porque ataque de pelanca não é ameaça à liberdade de expressão. E
a dupla não está sozinha porque a construção do cenário para a bravata
autoritária teve a contribuição de muita gente boa (sic).
Na campanha eleitoral de 2018 os justiceiros Luiz Weber e Rosa Fux,
ou vice-versa, declararam que um caso comprovado de fake news poderia
anular a eleição. Você sabe do que eles estavam falando, né? Não sabe?
Explicamos então: essa fake news aí não tem nada a ver com notícia
falsa.
Era apenas uma cópia vagabunda da estratégia eleitoral
norte-americana para transformar Hillary Clinton em vítima do fascismo
imaginário. Em outras palavras: tudo que não viesse da imprensa
mergulhada até o pescoço na campanha da candidata do imaculado Obama era
fake news. Estão até hoje gritando que a derrota foi um golpe do
WhatsApp em conspiração com a Rússia, ou vice-versa. O inquérito
provando que não houve conluio acaba de ser concluído, mas não
interessa. Hoje em dia ninguém precisa de fatos.
A mesmíssima narrativa foi aplicada no Brasil. A formação de uma
espécie de igreja progressista dos últimos dias – na verdade uma
pantomima politicamente correta de alto teor lucrativo – foi tragando
boa parte da sociedade virtuosa nos últimos anos. O truque é simples e
irresistível: você adquire o kit-bondade (1,99) mediante a repetição dos
clichês certos e ganha o salvo-conduto – uma espécie de abadá de bloco
carnavalesco – para entrar no cercadinho vip contra os fascistas. Aí
você pode cair na folia da demagogia humanitária como se não houvesse
amanhã, que ninguém vai te incomodar.
Curiosamente, parte da imprensa que apostou tudo nas fake news da
dupla Janot & Joesley em 2017 – no caso da delação armada (hoje
suspensa) para virar a mesa do Brasil pós-PT – virou combatente contra
as fake news das diabólicas redes sociais em 2018. Apareceram até
agências de checagem de fatos para informar aos mortais onde estava a
verdade (humildade é tudo). Uma cruzada épica para impedir que um golpe
fascista das tias do WhatsApp decidisse a eleição, como nos Estados
Unidos.
Foi nessa onda de resistência democrática para boi dormir que os
tribunais superiores ganharam a missão intergaláctica de combater fake
news – conforme anunciado pela dupla Fux-Weber. Entendeu de onde veio a
varinha de condão usada agora pela dupla Toffoli-Moraes para brincar de
ditadura?
Em outras palavras: no Brasil, como nos EUA e tragicamente em boa
parte do mundo, a liberdade de imprensa tem sido tratada como a garota
de programa que vai realizar o seu fetiche por um dia. A resposta dela
não podia ser outra: ok, meu amor, vamos pro crime, mas não venha me
pedir em casamento amanhã.
E eis que de repente, diante da censura carnavalesca decretada por
Alexandre Toffoli e Dias de Moraes, uma legião de petistas e genéricos
sobe no carro alegórico da imprensa livre, porque é carnaval e ninguém
vai lembrar mesmo das nossas juras de amor à ditadura venezuelana.
Repetindo: deu para entender o cenário do bordel onde a dupla caipira se
sentiu à vontade para avacalhar a liberdade de expressão?
Esse STF foi forjado por Lula e sua quadrilha para referendar seu
plano autoritário, exatamente como a corte suprema da Venezuela virou um
anexo do chavismo. Isso não se consumou aqui porque o Brasil foi para a
rua e impediu. Agora o Brasil precisa se olhar no espelho e decidir se
quer reconstruir de fato suas instituições ou viver numa eterna micareta
democrática. DO O.TAMBOSI
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