terça-feira, 16 de abril de 2019
"Não vou me intimidar", diz jovem alvo de buscas da PF por críticas aos 'juízes' do Supremo
Após ser alvo de mandado de busca e apreensão nesta terça-feira, por
ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), a jovem Isabella Sanches de
Sousa Trevisani foi às redes sociais para dizer que não vai se
intimidar. O ministro Alexandre de Moraes usou a Lei de Segurança
Nacional, editada em 1983, durante a ditadura, para enquadrar a jovem de
22 anos e outros seis investigados por conta de ofensas contra a Corte.
Na manhã desta terça-feira, Isabella fez um live em seu perfil no Facebook para falar sobre a ação da Polícia Federal:
"Essa é a ditadura do Judiciário. Eles querem calar o povo brasileiro
que luta contra eles nas ruas, eles querem impedir, censurar de todas as
maneiras possíveis. Só tenho um recado a vocês: ministro Alexandre de
Moraes, ministros do STF, a vez de vocês está chegando. Vou tacar mais
ovos nos carros, nos prédios, onde eu conseguir. Podem me aguardar, não
vou me calar, isso não vai me intimidar, não vai intimidar o povo
brasileiro. Continuaremos nas ruas contra esse descaso, desrespeito e
arbitrariedade que vêm fazendo contra nós."
Em seguida, ela disse que "o STF vai cair", lembrou o lema de campanha do presidente Jair Bolsonaro e pediu:
"Prisão desses bandidos, ladrões de toga já, fechamento do STF."
O vídeo é acompanhado das hashtags: #NãoVouMeIntimidar e#ForaDitaduraDoJudiciário . No texto, ela escreveu ainda "STF vergonha nacional, fora STF" e que Alexandre de Moraes está censurando a verdade.
A jovem afirmou que não estava em casa no momento em que a PF bateu a
sua porta, mas disse que, se estivesse, teria servido café aos
policiais. E criticou o ministro que determinou as buscas:
"Polícia Federal às 6hs da manhã cumpriu busca e apreensão, a pedido do
ministro Alexandre de Moraes, vale ressaltar, ex-advogado do PCC, do meu
computador. Eu não estava em casa, pois se estivesse teria recebido a
PF com cafezinho e bolo. #PoliciaFederalOrgulhoNacional ", escreveu.
Isabella afirmou que vai entrar com recurso "para derrubar essa decisão arbitrária", a qual chamou de censura.
"FECHEM O STF e CRIMINALIZEM os ministros corruptos, PL 4754 da Câmara
dos Deputados que tipifica crime de responsabilidade dos ministros do
STF. Após coloquem em prática a Pec 52/2015 de autoria do senador
Reguffe que prevê fim de indicações políticas, aprovação dos ministros
mediante concursos prestados e mandato limitado de 5 anos", concluiu
ela, que é de Ferraz de Vasconcelos (SP).
Na decisão, o STF diz que a jovem postou nas redes sociais propaganda de
processos ilegais para alteração da ordem política e social, como numa
publicação de 23 de março, em que se lê: STF vergonha nacional! A vez de
vocês está chegando. O ministro cita ainda que, em outro momento, ela
atribuiu a um ministro da Corte fato definido como crime ou ofensivo à
reputação: "Esta é a recepção para ministro ladrão de toga". Nesse
vídeo, de 29 de março, ela exibe uma cesta de ovos.
O ministro determinou o bloqueio das contas nas redes sociais dos
investigados. A jovem demonstrou preocupação e disse no vídeo ao vivo
que quer falar antes que ocorra o bloqueio de seu perfil.
Isabella foi candidata a deputada estadual no ano passado pelo PRTB,
partido do vice-presidente Hamilton Mourão, e recebeu 512 votos. Nas
redes sociais, adota em algumas postagens o bordão "Brasil, ame-o ou
deixe-o", frase que ficou conhecida como slogan do período da ditadura
militar brasileira. Numa foto postada por um amigo, aparece com uma
camisa em que está escrito "Ustra vive". Carlos Alberto Brilhante Ustra,
que morreu em 2015, foi chefe do Doi-Codi do 2º Exército. A
Arquidiocese de São Paulo, por meio do projeto Brasil Nunca Mais,
denunciou mais de 500 casos de tortura cometidos dentro das dependências
do Doi-Codi no período em que Ustra era o comandante, de 1970 a 1974. Juliana Castro, O Globo
Essa moça É GRANDE!!!!!!!!
ResponderExcluirIsso SIM é uma mulher e um SER HUMANO COM DIGNIDADE.
Aplaudo de pé e efusivamente!!!!!!!