quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019
Artigo de Rodrigo Constantino, publicado na Gazeta do Povo,
aborda as declarações feitas pela jornalista Lara Logan, da CBS, que
aponta para um problema tão claro nos EUA quanto aqui: o jornalismo
abandonou, de fato, os conceitos de objetividade e verdade - e dá-lhe
narrativas enviesadas:
A jornalista Lara Logan, correspondente para assuntos externos da CBS, revelou
nesta segunda ao SEAL aposentado Mike Ritland que a mídia tem um forte
viés ideológico de esquerda. Não diz novidade alguma, e o ex-âncora da
mesma CBS, Bernard Goldberg, chegou a escrever um livro décadas atrás
sobre esse assunto, chamado justamente Bias (viés). Mas quando vem de
alguém de dentro, a denúncia ganha mais peso.
Logan admitiu que a entrevista era “suicídio profissional” para ela,
mas não conseguiu deixar de concordar com Ritland quando ele afirmou que
havia um “absurdo viés” na imprensa. A “acusação” não deveria ser
surpresa alguma, porém, pois é um fato objetivamente determinado. Algo
como 85% dos jornalistas são democratas registrados. Quase ninguém é
republicano. Esperar uma postura ética de total isenção com tanta
inclinação ideológica à esquerda seria no mínimo ingenuidade.
Não obstante, a mídia nega o viés, preferindo acreditar em sua
própria imparcialidade. Essa postura ridícula gera ainda mais
desconfiança e perda de credibilidade. Todos conseguem perceber, ainda
mais na era das redes sociais, a clara torcida partidária de boa parte
dos veículos de comunicação.
Ironicamente, é a Fox News, minoritária nesse meio, que costuma ser
acusada de viés, no caso de direita, claro. Só que a Fox tem mais
“progressista” em sua grade do que a CNN tem de conservador. Ainda
assim, bastou a emissora ultraesquerdista contratar uma colaboradora
republicana para a choradeira ser enorme, lideradainclusive pela estrela socialista do Partido Democrata, Alexandria Ocasio-Cortez.
Sarah Isgur, que foi porta-voz do republicano Jeff Sessions, foi
contratada pela CNN como editora política para a cobertura da eleição de
2020. Automaticamente as redes sociais foram tomadas por críticas
severas, justamente de quem costuma dizer que defende o pluralismo e a
tolerância. Os esquerdistas ficaram revoltados, e o ex-porta-voz de
Obama chegou a questionar porque diabos a CNN contrataria uma direitista
para a cobertura eleitoral de 2020.
As críticas traem a verdadeira mentalidade dessa turma: só pode ter
esquerdista ali. Querem abertamente uma hegemonia plena, e ainda têm a
cara de pau de falar em isenção e pluralidade. Cobertura objetiva e
debate plural são coisas do passado para o “jornalismo” moderno,
dominado por “progressistas”. E depois disso tudo ainda tem quem finja
que a mídia não é uma propagandista de esquerdistas…DO O.TAMBOSI
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