domingo, 13 de janeiro de 2019
O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, informou que o italiano Cesare Battisti será
extraditado à Itália pelo Brasil. Heleno disse que o Brasil está
acertando os detalhes do voo com autoridades bolivianas, depois de se
reunir com o presidente Jair Bolsonaro, no Palácio da Alvorada. Heleno afirmou que um avião Polícia Federal fará a transferência de
Battisti, que estava foragido do Brasil e foi preso pela Interpol na
cidade boliviana de Santa Cruz de La Sierra. Havia a possibilidade que
ele fosse levado direto da Bolívia para a Itália.
“Um avião da Polícia Federal nosso está indo buscar, e o avião tem
problema de autonomia, ele tem que pousar no Brasil”, afirmou o
ministro. “Não é uma escala, porque ele vai ter que trocar de avião. O
avião é brasileiro e não tem autonomia para fazer Europa.” Heleno afirmou que os horários da operação ainda estão sendo definidos entre autoridades policiais e diplomáticas dos países.
O ministro disse que o presidente Jair Bolsonaro ficou “feliz” com a
prisão de Battisti, mas negou que ele queria tirar proveito político da
extradição: “Ele não quer capitalizar nada, quer botar para fora um
bandido, nada além disso".O ministro disse considerar ótima a prisão e negou que o Battisti já
estivesse fora do Brasil, por ter fugido para a Bolívia, sem que a PF
tenha sido capaz de cumprir a ordem de prisão.
“Eu acho ótimo, (Battisti) está devendo”, disse Heleno. “Está fora nada. Gastamos muito dinheiro com esse bandido.” Mais cedo, o vice-presidente Hamilton Mourão que pedalou ao redor do Palácio da Alvorada comentou a prisão: "Missão cumprida".
Bolsonaro prometera em campanha que extraditaria o italiano, condenado à
prisão perpétua em seu país natal, por quatro assassinatos na década de
1970. O ex-militante de extrema esquerda nega envolvimento e se diz
vítima de perseguição política. Ele ganhara refúgio no Brasil no governo
Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-presidente Michel Temer revogou o
benefício no fim do ano passado e decidiu extraditá-lo. Em dezembro, o
Supremo Tribunal Federal determinou a prisão dele, mas Battisti escapou. Felipe Frazão, O Estado de S.Paulo
DO J.TOMAZ
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