Segundo acordo fechado pelo ex-ministro trata de supostos fatos ilícitos de políticos com foro privilegiado.
Por José Vianna, Marcelo Rocha e Ederson Hising, RPC Curitiba e G1 PR
O ex-ministro Antonio Palocci fechou acordo de delação premiada com a Polícia Federal (PF), em Brasília, no âmbito da Operação Greenfield, que investiga fraudes em fundos de pensão. A informação foi confirmada pela RPC, afiliada da TV Globo no Paraná.
Essa delação, sob sigilo, trata de supostos fatos ilícitos de políticos
com foro privilegiado, por isso o acordo foi assinado pelo ministro do
Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, em 28 de outubro deste ano.
Foram 23 depoimentos que retratam a atuação de uma suposta organização
criminosa no governo federal e também crimes envolvendo o sistema
financeiro nacional.
O ex-ministro dos governos petistas também deu informações sobre a atuação supostamente criminosa dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff em fundos de pensão.
Palocci já responde pelas supostas fraudes nos fundos na Operação Greenfield, que está na Justiça Federal, em Brasília.
Outro lado
O Partido dos Trabalhadores (PT) afirmou que Palocci mentiu sobre Lula e
Dilma para sair da prisão e gozar os milhões que acumulou, enquanto
Lula permanece preso sem ter, segundo o partido, cometido crime nenhum.
A assessoria de Dilma rejeitou as afirmações de Palocci, classificadas
como mentiras. Afirmou que o ex-ministro buscava a liberdade e que não
apresentou nenhuma prova.
A defesa do ex-presidente disse que Lula não cometeu qualquer ato
ilícito antes, durante ou após exercer o cargo, que as afirmações de
Palocci contra ele são mentirosas e que foram realizadas para que o
ex-ministro pudesse obter benefícios com a Justiça.
Lava Jato: primeira delação
O ex-ministro fechou o primeiro acordo de delação - que também está sob
sigilo - no âmbito da Operação Lava Jato, em março deste ano. O acordo
dele é diferente de outros da operação.
Além de ter sido firmado com a PF e não com o Ministério Público
Federal (MPF), essa delação tem escopo específico. Conforme o termo,
Palocci deve prestar informações sobre cinco investigações.
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