sábado, 24 de novembro de 2018
O presidente eleito está trilhando o caminho correto, apesar das
críticas dos derrotados, escreve o professor Ives Gandra Martins da
Silva, em artigo publicado pelo Estadão:
Indiscutivelmente, a vitória do candidato Jair Bolsonaro e de alguns
governadores foi a demonstração inequívoca de que o brasileiro se cansou
dos governos demagógicos, do aparelhamento do Estado pro domo sua e,
principalmente, da corrupção que vicejou na era Lula-Dilma, por mais de
dez anos. Sem recursos financeiros, sem alianças partidárias de
expressão, sem tempo de televisão e com uma imprensa hostil, venceu
candidatos poderosos, partidos dominantes e toda espécie de ataques
ideológicos e de grupos enquistados no poder, cujo preconceito ostensivo
não abalou os eleitores.
Seus adversários erraram o alvo. O candidato do PT, por não
reconhecer que seu partido proporcionou o maior assalto às contas
públicas, nos 13 anos em que governou o País; o candidato do PSDB, por
ter atirado no inimigo errado (Bolsonaro, e não Haddad); o candidato no
MDB, por ter um discurso mais acadêmico que popular; o candidato do PDT,
por ter mostrado instabilidade, navegando da esquerda para a direita na
busca de apoio e atacando, com seu estilo às vezes grosseiro, quem não o
apoiava; e a candidata da Rede, por continuar, no estilo de Tom Jobim, a
lembrar o samba de uma nota só. Apenas Amoêdo, que procurou estabelecer
inovadora vertente eleitoral, surpreendeu, superando candidatos de
expressão.
Votação semelhante à população de Portugal – 11 milhões de votos –
separou Bolsonaro de Fernando Haddad e mostrou que o povo não mais
suporta promessas não cumpridas e a corrupção desventrada. Lembro o
velho e saudoso amigo Roberto Campos, que dizia que as promessas dos
políticos comprometem apenas as pessoas que as ouvem.
Colocar a Federação dentro do PIB, desaparelhar o Estado, combater a
corrupção, ofertar segurança pública e inserir o Brasil no cenário
mundial, criando parcerias principalmente com países desenvolvidos – e
não países como Cuba, Venezuela e outros vocacionados à ditadura –, esse
foi o mote da campanha vitoriosa que elegeu Bolsonaro e alguns
governadores que o apoiaram, como João Doria. Todos os candidatos que
adotaram o discurso “politicamente correto” para a conquista de
eleitores de todos os matizes ficaram a meio do caminho.
Os desafios, agora, são grandes. As primeiras escolhas de seu
Ministério parecem acertadas. Um cientista para Ciência e Tecnologia,
mundialmente conhecido. Um juiz para o Ministério da Justiça, ícone do
combate à corrupção. Quatro economistas altamente qualificados para a
Economia, para o BNDES, o Banco Central e o Tesouro. Uma empresária
bem-sucedida e parlamentar para a Agricultura. Um diplomata de carreira
para o Itamaraty, livre de teses marxistas ultrapassadas; além de abrir,
de imediato, diálogo com os Poderes (Legislativo, Executivo e
Judiciário).
Nada obstante a crítica dos derrotados e o preconceito dos ideólogos,
parece que os primeiros passos do presidente eleito são corretos,
convergindo para a formação de uma equipe eficiente.
O certo é que a eficiência – que não foi a marca dos governos
passados – é que determina, hoje, o progresso das nações. Os
autodenominados “progressistas” têm suas ideologias ultrapassadas,
porque o futuro prometido se coloca a séculos de distância do presente
sacrificado.
Assim é que entre as 20 maiores democracias do mundo não há um país
“progressista”. China e Rússia renderam-se aos caminhos capitalistas,
para se desenvolverem. As denominadas economias “conservadoras” são
todas elas vitoriosas e as “progressistas”, um rotundo fracasso.
Venezuela e Cuba talvez sejam os exemplos mais agudos dessa
ineficiência.
Aspecto, entretanto, relevante reside em que a democracia está em
constante perigo entre os governos de esquerda, mais preocupados em
aparelhar o governo e se manter no poder do que em preservá-la,
tendendo, à semelhança de Maduro, Ortega e dos Castros, para a ditadura.
É de lembrar que os governos “progressistas” dos séculos 20 e 21
provocaram um profundo recuo no desenvolvimento de seus países, sendo,
pois, “regressistas”; e todos os governos “conservadores”, por adotarem a
economia de mercado, foram “progressistas”, já que provocaram a
inserção dos países na realidade do século 21, que exige eficiência.
A corrupção, por outro lado, tem sido uma constante desses governos “regressistas”.
Não por outra razão, o casal Ceausescu, na Romênia, vivia
nababescamente. Lenin tinha, segundo consta, uma coleção de carros
Rolls-Royce e os Castros, ilhas particulares para seu gáudio e
bem-estar, enquanto seu povo patinava em salários miseráveis. E o que
não dizer do líder endeusado pela presidente do PT, Nicolás Maduro,
talvez o maior símbolo da incompetência administrativa, que implantou
cruel ditadura para o povo venezuelano.
Todas essas considerações eu as faço porque estou convencido de que o
presidente eleito, Jair Bolsonaro, está trilhando, apesar das críticas
costumeiras dos desalojados do poder, o caminho correto, tendo, a meu
ver, a seu favor a disciplina que aprendeu nas Agulhas Negras, hoje
gerando oficiais comprometidos com a democracia, com a luta contra a
corrupção e, principalmente, com o estrito cumprimento da Constituição. É
uma nova geração de militares, cuja formação transcende de muito o
conhecimento das artes marciais, para o conhecimento em profundidade da
realidade brasileira e mundial. Tal percepção, como velho professor da
Escola de Comando e Estado-Maior do Exército há 29 anos, posso atestar,
pois sei que são todos os militares escravos da Carta da República. DO O.TAMBOSI
Para o bem do Brasil, que Deus abençoe o novo presidente.
*PROFESSOR EMÉRITO DAS
UNIVERSIDADES MACKENZIE, UNIP, UNIFIEO, UNIFMU, DO CIEE/O ESTADO DE S.
PAULO, DA ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA E DA MAGISTRATURA DO TRF-1, É
FUNDADOR E PRESIDENTE HONORÁRIO DO CENTRO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA
(CEU)/INSTITUTO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS SOCIAIS (IICS)
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