Presidente eleito disse que aqueles que podem trabalhar devem entrar no mercado de trabalho e não permanecer dependentes do Estado.
Por Fernanda Rouvenat, G1 Rio
O presidente eleito Jair Bolsonaro
afirmou neste sábado (24) no Rio de Janeiro que não pretende acabar com
os programas sociais, mas disse que todos passarão por auditoria.
O objetivo, segundo ele, é fazer com que as pessoas com capacidade para
trabalharm estejam no mercado de trabalho e não sejam dependentes do
Estado.
“Projeto social tem que ser para tirar a pessoa da pobreza e não para
mantê-la num regime de quase dependência. Nós não queremos nenhum
brasileiro dependendo do Estado", afirmou.
Segundo ele, o objetivo é identificar os que podem trabalhar para integrá-los ao mercado de trabalho.
Bolsonaro deu as declarações em entrevista após participar da comemoração do 73º aniversário da Brigada de Infantaria Paraquedista, no Rio de Janeir
Estado de saúde
Durante a cerimônia, Bolsonaro desfilou pela Vila Militar ao lado de
outros ex-paraquedistas. Ele disse ter desobedecido “um pouquinho” as
recomendações médicas, mas destacou que a "vibração" do evento ajuda na
recuperação.
“Não tem problema. Eu não posso é me submeter ao esforço prolongado.
Reconheço que até desobedeci um pouquinho a recomendação médica, mas,
afinal de contas, essa vibração aqui é muito bem vinda e ajuda na
recuperação”, afirmou.
O presidente eleito passou por uma nova avaliação médica nesta sexta-feira (23), em São Paulo. Em razão de uma inflamação, os médicos decidiram adiar para depois da posse a cirurgia que estava marcada para o próximo dia 12.
O objetivo da cirurgia é retirar a bolsa de colostomia que Bolsonaro usa desde que foi operado em razão de uma facada sofrida em um atentado durante a campanha eleitoral.
Ele afirmou que foi orientado a voltar ao hospital no dia 19 de janeiro
para uma nova consulta e, se os médicos constatarem melhora do quadro,
poderá ser submetido à cirurgia no dia seguinte.
Nomes do futuro governo
Questionado sobre quando terminará de anunciar os nomes da equipe de
governo, Bolsonaro disse que tudo precisa ser "muito bem discutido".
“Falta a gente conversar melhor com aqueles que nós pretendemos colocar
nesses ministérios. Todos os ministérios são importantes. Tem que ser
muito bem discutido. A gente não pretende anunciar um nome e lá na
frente trocar”, disse.
Ministro da Educação
Ele respondeu ainda a críticas por supostamente ter trocado o futuro
ministro da Educação. Antes do anúncio do colombiano naturalizado
Ricardo Vélez Rodríguez, o cotado para o posto era Mozart Ramos, do
Instituto Ayrton Senna, que sofreu resistência da bancada evangélica na
Câmara.
Segundo Bolsonaro, não houve pressão. Ele voltou a dizer que não havia
decidido por nenhum nome antes de indicar Rodríguez para o cargo.
“A bancada evangélica é muito importante. Não é só para mim não, é para
o Brasil. Reconheço o valor deles. Essa pessoa indicada, pelo que eu
sei, não é evangélica, mas atende aquilo que a bancada evangélica
defende: os princípios e valores familiares, o respeito à criança.
Formar no final da linha alguém que seja útil para o Brasil, não para o
seu partido”, afirmou.
Mais Médicos
O presidente eleito voltou a criticar o que chamaou de "regime de
escravidão" de médicos cubanos no programa Mais Médicos. Na semana
passada, o governo cubano anunciou o rompimento do contrato pelo qual fornecia médicos para o programa. Com isso, mais de 8 mil profissionais começaram a voltar para Cuba.
Para Bolsonaro, o envio de cubanos para o Brasil “destruiu famílias”.
“Tem muitos cubanos que têm família lá em Cuba e já constituíram novas
famílias aqui. Esse projeto destruiu famílias e nós não podemos admitir
isso. Muita mulher cubana está aqui há um ano sem ver o filho. Isso é um
ato criminoso praticado pelo governo de Cuba – que para mim não é
novidade – e pelo desgoverno do PT”, declarou.
Venezuelanos
Sobre os venezuelanos que chegaram ao Brasil fugindo da crise social no
país, Bolsonaro afirmou que não se pode deixá-los à própria sorte nem
deixar a solução somente para o governo de Roraima.
“Eles estão fugindo de uma ditadura apoiada pelo PT, Lula e Dilma. Não
podemos deixá-los à própria sorte e que o governo de Roraima resolva a
situação. O que falta aos governos do Brasil é se antecipar ao
problema”, disse.
Para o presidente eleito, uma das soluções seria criar um campo de
refugiados, além de se estabelecer um controle rígido. Segundo ele, os
venezuelanos “não são mercadorias para serem devolvidos”.
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