sábado, 21 de julho de 2018

Eleitorado vai se vingar do Centrão?

sábado, 21 de julho de 2018


Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
O eleitorado deverá dar o troco nos governistas, por tudo de errado que acontece no Brasil há muito tempo. Certo? A “vingança” não é garantida. Parece até duvidoso. Porém, não pode ser descartada na confecção dos cenários eleitorais. Exatamente por isso, não deve ser comemorada, com tanta inocência, a gigantesca adesão do chamado “Centrão” à candidatura de Geraldo Alckmin – que até agora não decola nas enquetes ou “pesquisas”. Uma “revolta” dos eleitores pode causar não uma destruição, mas um forte estrago nos políticos dos partidos alinhados ao centro, ao poder vigente e à corrupção sistêmica.
A candidatura presidencial de Jair Bolsonaro – que não tem e nem conseguiu formar uma base partidária sólida - é o indicador mais ululante de que a bronca do eleitorado tem consistência e tende a crescer com a crise política, econômica e institucional. Por isso, pode ter influência na decisão presidencial. Estudos consistentes indicam que Bolsonaro tem, consolidados, entre 20% e 25% das intenções de voto. Adversários e inimigos tentam se iludir que ele “bateu no teto” e não vai além disso em termos de apoio. Será?
O mais indicado e prudente é não subestimar o poder da insatisfação das pessoas. A classe política brasileira está extremamente desmoralizada. Culpa da combinação entre má gestão da coisa pública e a Corrupção sistêmica resultante do modelo estatal Capimunista Rentista do Brasil. O tal ”Mecanismo” é tão poderoso que trabalha, com todo pragmatismo, para continuar ditando as ordens. Prova disso é a adesão do Centrão a um candidato que ainda não decola, porém tem um discurso supostamente conciliador e conta com muito apoio do poder econômico local e transnacional.
O Brasil vai bem dividido para a urna. A esquerda está com filme queimado, porém não está morta. Prova disto é a imensa intenção de voto no Presodentro Lula (formalmente inelegível - que não será (e nem poderá ser) candidato se a Lei da Ficha Limpa for cumprida). Sem se juntar ao PT e outros partidos de canhota, e se não der uma controlada em suas explosões de ira, Ciro Gomes não tem a menor chance. Mas o perigo que sempre paira no ar – beneficiando a esquerda – é a postura “Estadodependente” do eleitorado brasileiro, facilmente seduzível pelas promessas “socialistas” ou pelo discurso de “ordem, força e radicalismo” do “comunismo”.
Por outro lado, a mesma doença “capimunista” também pode beneficiar um candidato como Bolsonaro – que promete resolver as coisas a partir do poder interventor da caneta de titular do trono do Palácio do Planalto. Curiosamente, Bolsonaro terá de operar um discurso que contraria seu guru econômico, Paulo Guedes. O mito corre o risco de não conquistar novas adesões com as teses do “Liberalismo-Democrático” do Guedes.  
Resumindo: Haja marketagem eleitoral (ou eleitoreira)... E sobram dúvidas: O eleitorado vai mesmo se vingar do Centrão e do candidato por ele apoiado?  Bolsonaro tem condição de real de crescer com um discurso que não combina com seu histórico político e com sua própria personalidade?
Eis as incertezas que serão desfeitas nas dedadas eletrônicas do outubro eleitoreiro.
Uma quase certeza? 2018 produzirá novas lideranças políticas que podem abalar a hegemonia do Centrão.     

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