Decisão foi tomada no processo em que o ex-presidente é réu junto com um dos filhos por crimes como tráfico de influência na compra de caças suecos. Defesa de Lula pediu revisão da decisão.
A Justiça Federal em Brasília designou para o dia 21 de junho o interrogatório do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no processo da Operação Zelotes que apura irregularidades na compra de caças suecos durante o governo Dilma Rousseff.
Lula é réu no processo, junto com um dos filhos, por supostos tráfico
de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A denúncia do Ministério Público Federal que deu origem à ação penal
aberta pela Justiça é resultado de investigações sobre compra pelo
governo federal de 36 caças suecos e sobre a aprovação no Congresso de
uma medida provisória que envolveu incentivos fiscais a montadoras.
De acordo com o Ministério Público Federal, os crimes teriam sido
praticados entre 2013 e 2015, quando Lula, como ex-presidente, teria
participado de um esquema para beneficiar empresas junto ao governo
Dilma.
O ex-presidente sempre negou as acusações, dizendo que jamais
interferiu na aprovação de medidas provisórias ou mesmo no processo de
escolha e compra dos caças pelo Brasil.
O interrogatório de Lula stá marcado para as 9h, ainda sem local
definido. Nesse mesmo dia, serão ouvidos Luís Cláudio Lula da Silva
(filho de Lula) e os lobistas Mauro Marcondes s Cristina Mautoni, também
réus no processo.
A nova data foi decidida pelo juiz Vallisney de Oliveira. Ele já tinha
marcado esse interrogatório para 20 de fevereiro mas, a pedido da defesa
de Lula, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília,
desmarcou o depoimento .
O desembargador Néviton Guedes argumentou que Lula só poderia ser
ouvido depois dos depoimentos de testemunhas que estão no exterior. E
determinou um prazo de 4 meses para que isso ocorra.
A defesa de Lula pediu que o juiz reveja a decisão de marcar o
interrogatório de Lula para o dia 21 de junho. O juiz estipulou a data
com base nos 4 meses dados de prazo pelo TRF-1, quando decidiu adiar o
depoimento.
A data foi definida em decisão do dia 13 de março, antes da prisão de
Lula, no caso do triplex no Guarujá . O pedido da defesa para rever a
decisão também também foi enviado antes da prisão de Lula. O juiz
Vallisney ainda não analisou o pedido da defesa.
O interrogatório já chegou a ser adiado por decisão do desembargador
Néviton Guedes, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) – que
determinou que o depoimento só ocorresse depois de ouvidas todas as
testemunhas do processo, inclusive no exterior.
Os advogados do ex- presidente chegaram a indicar mais de 80
testemunhas pra depor – o que foi interpretado pelo Ministério Público,
responsável pela acusação, como forma de adiar ao máximo o julgamento.
Por Camila Bomfim, TV Globo, Brasília
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