O juiz Marcus Vinicius Reis Bastos, da 12ª Vara da Justiça Federal de Brasília, autorizou o depoimento de 42 pessoas na ação penal sobre o “quadrilhão do PMDB”. Trata-se de um desdobramento da segunda denúncia criminal formulada no ano passado pela Procuradoria contra Michel Temer. Foi enviada ao freezer pela Câmara. Mas Edson Fachin, relator do caso no Supremo, desossou o processo. E liberou a primeira instância para investigar os encrencados sem foro privilegiado.
Os investigadores terão de lidar com o desafio de investigar o “quadrilhão” fingindo que não enxergam Temer. É algo tão difícil quanto coabitar um quarto com um elefante e fazer de conta que ele não está lá. A lista das pessoas que serão interrogadas inclui delatores do elefante e de amigos, correligionários e ex-ministros do elefante.
A ação judicial é vasta. Mas alguns fatos envolvem personagens acusados de coletar propinas para o PMDB e em favor do próprio elefante. Os envolvidos são acusados de operar como uma “organização criminosa”. Coisa chefiada pelo elefante, sustenta a Procuradoria. Todos fingem não ver o elefante no processo. Mas ele está lá. Aliás, nada poderia estar mais lá do que o elefante.
Na prática, parte da apuração que seria feita a partir de janeiro, quando Temer não terá mais o escudo da Presidência, será antecipada. Mas ninguém reconhece, para não tumultuar o circo. DO J.DESOUZA
Nenhum comentário:
Postar um comentário