domingo, abril 22, 2018
Como
aconteceu no dia da denúncia do Ministério Público Federal (MPF) e no
velório de Marisa Letícia, o contribuinte vai pagar todas as despesas
com a bajulação a Lula na manifestação antes da prisão e nas visitas ao
ex-presidente em Curitiba, feitas por parlamentares do PT.
Reportagem
do jornal Estado de S. Paulo mostra que deputados e senadores pediram
reembolso de passagens de avião, pedágios, corridas de táxi e Uber, além
de alimentação desde o dia 5 (quando a ordem de prisão foi expedida) em
São Paulo, na região do ABC e em Curitiba. Os valores podem aumentar,
porque as bancadas têm 90 dias para enviar às respectivas casas
legislativas documentos comprobatórios para pedir reembolso de despesas.
Há
pagamentos de pedágio, abastecimento de veículos, táxi e Uber,
passagens aéreas compradas às vésperas do voo, pão de queijo, refeições e
lanches.
Entre
5 e 7 de abril, o senador Humberto Costa (PE) voou de Brasília para São
Paulo e depois para o Recife. Os bilhetes custaram ao Senado R$
1.463,78. Costa disse, via assessoria, que viajou a São Paulo “no
exercício das suas atividades parlamentares” e “atendeu a uma convocação
de reunião do comando do PT”, e usou a cota parlamentar para retornar a
Pernambuco, seu Estado de origem.
A
deputada Maria do Rosário (RS), que gastou R$ 135,36 em corridas de
Uber entre São Paulo e São Bernardo nos dias 6 e 7, disse que “as ações e
agendas exercidas pelo mandato estão voltadas ao exercício das
atribuições políticas parlamentares, cumprindo rigorosamente princípios
éticos e regimentais quanto ao uso de recursos da cota estipulada pela
Câmara”.
O
deputado Sibá Machado (AC) comprou uma passagem aérea no dia 7 por R$
580,06 de São Paulo para Brasília. Na véspera, tomou um táxi do
Aeroporto de Guarulhos até o sindicato no ABC por R$ 228,42. Seu colega
de Casa Nelson Pellegrino (BA) comprou passagem de Salvador para São
Paulo no dia 6 (R$ 348, 78) e gastou R$ 54,90 numa cafeteria do
aeroporto. Machado e Pellegrino não responderam à reportagem até a
conclusão desta edição.
No
dia 9, o deputado Paulo Teixeira (SP) gastou R$ 165,28 em táxis em
Curitiba e São José dos Pinhais, onde fica o aeroporto Afonso Pena, e
abasteceu o carro (R$ 140) em São Bernardo no dia 5. Sua assessoria
disse que ele participou, no dia 5, de reunião da Executiva Nacional do
PT e da bancada em São Bernardo e, no dia 9, esteve em Curitiba para
reunião da Comissão Executiva Nacional do PT.
O
deputado Vicente Cândido (SP) abasteceu o carro em São Bernardo por R$
202,17 no dia 7 e, na véspera, pagou R$ 57 por um almoço na cidade. A
assessoria confirmou que ele visitou Lula, entre outras atividades.
O
gabinete do ex-presidente da Câmara Marco Maia (RS) gastou com
combustível R$ 290,02 em São Paulo e R$ 68,40 com pedágios nos dias 6 e
7. Ele disse que foi à vigília convocada pelo PT no sindicato e enviou
assessores de carro de Brasília para São Paulo – por isso o pagamento de
pedágio e combustível.
DESCONTROLE TOTAL
Câmara
e Senado não fiscalizam a aplicação da cota mensal dos parlamentares –
cujos valores variam conforme o Estado de origem. Os comprovantes de
despesas são verificados apenas na conformidade dos tipos de gastos
previstos. Os deputados e senadores são responsáveis pela veracidade e
por garantir que a aplicação seja ligada ao mandato, em compromissos
políticos, funcionais ou de representação parlamentar. É proibido o uso
da verba para fins eleitorais.
Para o economista Gil Castello Branco, da ONG Contas Abertas, é discutível enquadrar como atividade parlamentar despesas com atos em defesa de Lula ou visitas ao petista na cadeia. “A verba é pública e tem que ser usada no exercício da atividade parlamentar”, disse. “As notas podem ser legítimas, o problema é a finalidade. Até que ponto os parlamentares estão dentro do exercício da atividade parlamentar quando estão indo visitar um condenado, cujo processo legal foi cumprido?" Do site Diário do Poder...DO A.AMORIM
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