Por Valdo Cruz
13/04/2018 13h42- DO G1
Antes de assumir a Presidência da República temporariamente nesta
sexta-feira (13), a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF),
ministra Cármen Lúcia, pautou a retomada do julgamento da ação que restringe o alcance do foro privilegiado no plenário para o dia 2 de maio.
O julgamento foi interrompido no ano passado, quando oito ministros
votaram a favor de restringir o foro privilegiado. No entanto, o
ministro Dias Tofolli pediu vistas para analisar melhor o processo. No
último dia 27 de março ele devolveu o processo para a presidente do STF.
Agora, ela decidiu incluir o assunto na pauta de maio. A de abril já
estava fechada.
A restrição ao foro privilegiado é uma proposta do ministro Luís
Roberto Barroso. Ele defendeu que a autoridade só tenha direito ao foro
privilegiado em relação a atos praticados durante o seu mandato político
ou cargo em curso. Ou seja, irregularidades praticadas anteriormente
não teriam foro privilegiado e ficariam com a Justiça de primeira
instância.
Apesar de ministros terem a permissão de mudar votos até o final do
julgamento, a expectativa é que a proposta de Barroso tenha, no mínimo,
maioria para sua adoção. Com isso, vários inquéritos tramitando hoje na
Justiça, alguns inclusive da Operação Lava Jato, podem sair da esfera do
Supremo Tribunal Federal e seguir para a primeira instância.
Nos bastidores, políticos vinham apoiando a restrição ao foro desde que
fosse alterada, também, a jurisprudência do STF sobre a possibilidade
de prisão após condenação em segunda instância. Nesse caso, eles teriam
direito a ficar recorrendo em todas as instâncias, até o trânsito em
julgado final, postergando a execução de uma sentença.
Agora, se a jurisprudência não for alterada, esses réus ficariam
sujeitos a uma execução de sentença caso sofram uma condenação em
segunda instância, tal como ocorreu recentemente com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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