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A mais recente pesquisa do Datafolha demonstrou que a imagem de Michel Temer continua no lodo. Estabilizada no fundo do poço, a taxa de aprovação do presidente oscilou de 5% para 6%. O índice de reprovação, foi de 71% para 70%. Submetido a essas oscilações de um ponto percentual, o ministro palaciano Moreira Franco entrou em êxtase. Foi como se a glória lhe subisse à cabeça —pelo elevador de serviço.
“Comemoramos mais uma boa notícia”, escreveu Moreira no Twitter. “Cai a reprovação do governo e a popularidade do presidente Michel Temer cresce, segundo o Datafolha.” Esquecendo-se de lembrar (ou lembrando-se de esquecer) que os 70% de reprovação conservam Temer no pedestal reservado aos presidentes mais impopulares da história, Moreira atribuiu a façanha de um soluço na margem de erro da pesquisa “às reformas pontuais que foram realizadas e já refletem na melhoria da vida de muita gente.”
Em verdade, o fenômeno que envolve Temer é de outra natureza. O presidente tornou-se uma espécie de teflon às avessas. Por ora, boas notícias como a queda dos juros e a inflação abaixo da meta não grudaram nele. Diferentemente do que Moreira tenta fazer crer, o brasileiro ainda não enxergou luz no fim do túnel. Pior: tomados pelo mau humor, muitos parecem avaliar que já roubaram até o túnel.
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Josias de Souza
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