Investigações
independentes feitas fora do Brasil por autoridades norte-americanas
apontam um forte esquema de pagamento de propina, via Globo, para
obtenção de direitos de exclusividade em transmissões de campeonatos
esportivos.
O Fifagate
mobiliza juízes e promotores nos EUA, França, Suíça e Argentina. Nos
documentos do Tribunal do Brooklin, nos EUA, está tudo bem detalhado de
como a organização criminosa agia para estabelecer seus objetivos
escusos. Confira um trecho do documento: “Os direitos foram
transmitidos à TeleGlobo no Brasil. Para isso a T&T Netherland
recolheria da TeleGlobo e usaria parte dos fundos para pagar subornos”.
No Brasil a justiça parece estar alheia a gravidade desse caso que mexe com a maior emissora de televisão do país. Bem diferente do que ocorre na Suíça.
O promotor
suíço que atua no caso encontrou as empresas que atuavam como pagadoras
de propinas. João Havelange é considerado o “pai da propina”. Teixeira e
Havelange são acusados pelo recebimento de propina durante duas
décadas, pelo menos.
Ricardo
Teixeira se encontra numa gigantesca encruzilhada. Nos EUA, as
autoridades americanas deverão condená-lo a uma longa pena. Ele sabe que
para escapar dos crimes terá que fazer como J. Hawilla, homem da Globo,
fez. Hawilla decidiu entregar todo esquema de corrupção e pagou uma
multa bilionária para cumprir prisão em casa. Teixeira terá que entregar
tudo que sabe, do contrário será procurado como criminoso em qualquer
parte do mundo.
Dinheiro nunca
foi problema para Ricardo Teixeira. Suas fazendas, apartamentos em
Paris, mansão na Flórida e outros bens garantirão o cumprimento das
obrigações que virão da Justiça americana.
A juíza americana não está livrando ninguém. Por que aliviaria a Globo?
É importante
ressaltar que o julgamento nos Estado Unidos está sendo conduzido pelos
departamentos de Justiça e do Tesouro, por meio do FBI, e revela crimes
de extorsão, organização mafiosa, fraudes financeiras e lavagem de
dinheiro. A
juíza do caso, Pamela Schen, não está livrando a cara da Fox Sports
americana, da Televisa mexicana, da MediaPro, da Espanha, por que
livraria a cara da Globo?
A Globo está numa encruzilhada
Nos
depoimentos as afirmações contra a Globo são contundentes e não há
escapatória para a empresa que só na última Copa do Mundo, enquanto
governos estaduais e o governo federal ficaram mergulhados em dívidas,
no caso do Rio sacrificando até salários de servidores, recebeu mais de
R$ 2,853 bilhões em patrocínios, além de vergonhosos R$ 30 milhões,
doados pelo Governo do Rio e Prefeitura do Rio, leia-se Sérgio Cabral e Eduardo Paes, para transmissão do sorteio dos grupos da competição, realizado na Marina da Glória. A
Globo detém 57% das ações da Geo Eventos, e a RBS, sua afiliada no sul,
outros 35%, ou seja 92% da Geo Eventos, que ficou com grande parte da
grana da Copa também foi parar na mão da Globo.
Enquanto
outras emissoras lutavam para conseguir pagar suas contas, a Globo
faturava somente em patrocínios pelos campeonatos que transmitia R$ 2,853 bilhões, além de R$ 30 milhões de governos estaduais. Parece que o fim do império da propina está bem próximo.
Na Câmara dos Deputados
Ganha força na
Câmara dos Deputados um movimento que pede a suspensão temporária da
concessão pública para a Rede Globo até que tudo seja elucidado e o caso
encerrado. Outras emissora deverão entrar na batalha por considerar
injusto a forma que a Globo tratou para ganhar os direitos de
transmissão.
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