quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

EXCLUSIVO: os documentos do Brooklin que complicam a Globo

Investigações independentes feitas fora do Brasil por autoridades norte-americanas apontam um forte esquema de pagamento de propina, via Globo, para obtenção de direitos de exclusividade em transmissões de campeonatos esportivos.
O Fifagate mobiliza juízes e promotores nos EUA, França, Suíça e Argentina. Nos documentos do Tribunal do Brooklin, nos EUA, está tudo bem detalhado de como a organização criminosa agia para estabelecer seus objetivos escusos. Confira um trecho do documento: “Os direitos foram transmitidos à TeleGlobo no Brasil. Para isso a T&T Netherland recolheria da TeleGlobo e usaria parte dos fundos para pagar subornos”.

No Brasil a justiça parece estar alheia a gravidade desse caso que mexe com a maior emissora de televisão do país. Bem diferente do que ocorre na Suíça.

O promotor suíço que atua no caso encontrou as empresas que atuavam como pagadoras de propinas. João Havelange é considerado o “pai da propina”. Teixeira e Havelange são acusados pelo recebimento de propina durante duas décadas, pelo menos.
Ricardo Teixeira se encontra numa gigantesca encruzilhada. Nos EUA, as autoridades americanas deverão condená-lo a uma longa pena. Ele sabe que para escapar dos crimes terá que fazer como J. Hawilla, homem da Globo, fez. Hawilla decidiu entregar todo esquema de corrupção e pagou uma multa bilionária para cumprir prisão em casa. Teixeira terá que entregar tudo que sabe, do contrário será procurado como criminoso em qualquer parte do mundo.



Dinheiro nunca foi problema para Ricardo Teixeira. Suas fazendas, apartamentos em Paris, mansão na Flórida e outros bens garantirão o cumprimento das obrigações que virão da Justiça americana.

A juíza americana não está livrando ninguém. Por que aliviaria a Globo?

É importante ressaltar que o julgamento nos Estado Unidos está sendo conduzido pelos departamentos de Justiça e do Tesouro, por meio do FBI, e revela crimes de extorsão, organização mafiosa, fraudes financeiras e lavagem de dinheiro. A juíza do caso, Pamela Schen, não está livrando a cara da Fox Sports americana, da Televisa mexicana, da MediaPro, da Espanha, por que livraria a cara da Globo? 

A Globo está numa encruzilhada

Nos depoimentos as afirmações contra a Globo são contundentes e não há escapatória para a empresa que só na última Copa do Mundo, enquanto governos estaduais e o governo federal ficaram mergulhados em dívidas, no caso do Rio sacrificando até salários de servidores, recebeu mais de R$ 2,853 bilhões em patrocínios, além de vergonhosos R$ 30 milhões, doados pelo Governo do Rio e Prefeitura do Rio, leia-se Sérgio Cabral e Eduardo Paes, para transmissão do sorteio dos grupos da competição, realizado na Marina da Glória. A Globo detém 57% das ações da Geo Eventos, e a RBS, sua afiliada no sul, outros 35%, ou seja 92% da Geo Eventos, que ficou com grande parte da grana da Copa também foi parar na mão da Globo.
Enquanto outras emissoras lutavam para conseguir pagar suas contas, a Globo faturava somente em patrocínios pelos campeonatos que transmitia R$ 2,853 bilhões, além de R$ 30 milhões de governos estaduais. Parece que o fim do império da propina está bem próximo.


Na Câmara dos Deputados

Ganha força na Câmara dos Deputados um movimento que pede a suspensão temporária da concessão pública para a Rede Globo até que tudo seja elucidado e o caso encerrado. Outras emissora deverão entrar na batalha por considerar injusto a forma que a Globo tratou para ganhar os direitos de transmissão.

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