Um levantamento interno realizado pelo PT de São Paulo aponta para uma queda expressiva das candidaturas a deputado estadual e federal no Estado em 2018. O número de filiados dispostos a disputar as eleições pelo partido é, hoje, de no máximo 99 nomes. Em 2014, foram 174 candidatos a cargos legislativos, o que representa uma queda momentânea de 43%.
Os números obtidos pelo Estado mostram que, apesar de Lula liderar as pesquisas de intenção de voto à Presidência em 2018 e ver sua taxa de rejeição cair, a Operação Lava Jato e o impeachment de Dilma Rousseff ainda refletem negativamente no PT paulista, o maior colégio eleitoral do País.
A dez meses das eleições, o PT tem confirmados até agora, de acordo com o levantamento, apenas 65 nomes, 40 deles para deputado estadual e 25 para federal. Outros 34 se mostraram interessados, mas ainda não tomaram uma decisão.
Segundo dirigentes e parlamentares petistas, a queda é consequência das derrotas do PT em São Paulo nas eleições de 2014 e 2016. No ano passado, o número de prefeituras comandadas pela sigla no Estado caiu de 72 para 11 e o total de vereadores foi de 664 para 186. Ao menos 24 prefeitos deixaram o PT antes do pleito para fugir do antipetismo presente no eleitorado paulista. Muitos deles se preparavam para disputar cargos legislativos em 2018.
Em 2014, a bancada de deputados estaduais encolheu de 23 para 15 e a de federais de 16 para dez. O partido que chegou a ter 25% dos votos para cargos legislativos no Estado em 2002 recebeu apenas 11% em 2014. “Isso tem a ver com a crise e com tudo o que aconteceu (Lava Jato e impeachment).
Por causa daquilo, algumas pessoas que poderiam ser candidatas saíram do partido”, disse Tatto. “O alento é que o PT está se recuperando.”
Segundo a secretária nacional de Organização do PT, Gleide Andrade, a queda do número de candidatos é localizada em São Paulo. “No resto do Brasil estamos conseguindo montar chapas fortes”, disse ela.
Convocação. Para contornar o problema, Lula convocou os movimentos ligados ao partido a lançar o máximo de candidatos. Um deles é Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), que vai disputar uma eleição pela primeira vez em 2018. Segundo o sindicalista, a CUT tem como meta lançar candidatos em todos as 27 unidades da Federação. “A direção e o Lula estão pedindo e estamos nos esforçando para atender. A representação dos trabalhadores está desnivelada. Temos hoje uns cem deputados contra 400 dos empresários”, disse Vagner.
Já outros grupos como o Movimento dos Sem Terra (MST) e a Central de Movimentos Populares (CMP) decidiram manter a estratégia de apoiar nomes com quem tenham afinidade, mas vindos de outros setores.
O líder da bancada do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP), minimizou os números. Segundo ele, daqui até julho, quando termina o prazo para inscrição de candidaturas, o PT de São Paulo vai conseguir montar uma chapa forte no maior colégio eleitoral do País e um palanque robusto para a campanha de Lula à Presidência. “O partido está fazendo uma política de organizar as candidaturas. Este número vai aumentar”, disse Zarattini.
De acordo com o deputado, um dos atrativos é convencer possíveis candidatos a prefeito nas eleições de 2020 a se colocar como candidatos a deputado agora para ganhar visibilidade. “Quem quiser ser candidato a prefeito pode sair agora, mesmo que não se eleja”, disse o deputado.
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