sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Panamá dá asilo a dois juízes nomeados pela Assembleia Nacional da Venezuela..

Outros magistrados indicados pela oposição estão refugiados nas embaixadas de Chile e México


CIDADE DO PANAMÁ e CARACAS - O governo panamenho concedeu na noite desta sexta-feira asilo a dois juízes venezuelanos nomeados pela Assembleia Nacional, de maioria opositora, e que não são reconhecidos pelo governo do presidente Nicolás Maduro. Segundo um comunicado, a Chancelaria panamenha aceitou os pedidos de asilo político de Gustavo Sosa Izaguirre e Manuel Antonio Espinoza Melet, dois dos 33 magistrados do Tribunal Supremo de Justiça nomeados de 21 de julho. A medida aumenta ainda mais o isolamento da Venezuela, que pode ser suspensa de forma definitiva do Mercosul amanhã.
— Estão sendo de uma forma ou outra perseguidos pelo governo da Venezuela. Em defesa da democracia, o Panamá lhes concede asilo político — disse o presidente Juan Carlos Varela.
O Panamá já começou a tramitar os salvos-condutos para que Sosa e Espinoza deixem o país. Eles estão na embaixada panamenha já há alguns dias. Outros seis magistrados do TSJ nomeados pela oposição estão refugiados na embaixada do Chile, na condição de hóspedes — não foi informado se pediram asilo. E um outro está na representação diplomática do México.
Outros países também se mobilizaram para ajudar os magistrados mirados pelo governo venezuelano. Cinco estão refugiados na embaixada do Chile em Caracas, um na embaixada do México, quatro fugiram para a Colômbia e cinco para os Estados Unidos. Segundo confirmou ao GLOBO Miguel Angel Martin, um dos coordenadores do grupo, alguns dos magistrados saíram do país por terra e outros até mesmo por mar.
No dia 22 de julho, foi detido o juiz Ángel Zerpa Aponte e apresentado a um tribunal militar que ordenou sua prisão, desencadeando uma onda de temor entre os demais.
Sosa, por sua vez, denunciou ameaças de funcionários do governo e de militantes chavistas, enquanto Espinoza alegou perseguição aos juízes e suas famílias.
O anúncio acontece no dia em que a Assembleia Constituinte, convocada pelo governo, foi instalada em meio a fortes protestos dissolvidos com gás lacrimogêneo e balas de borracha. O Panamá pediu ao governo venezuelano que “negocie uma saída política, dentro do marco da Constituição” do país.
por

Nenhum comentário:

Postar um comentário