Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Maria Lúcia Victor Barbosa
Mesmo estando condenado em primeira instância a nove anos e seis
meses de prisão, e sendo réu em cinco processos, Lula da Silva prossegue em
campanha, que ele diz que não é campanha. Desse modo, depois de alguns anos
anunciando que sairia em caravana, finalmente parece que tal vai acontecer no
próximo dia 17. Será a tentativa de reeditar as caravanas de 1993 e 2001,
outros tempos, outros momentos. Segundo é anunciado ele percorrerá o Nordeste e
o tour totalizará 25 cidades em 18 dias.
Conforme a Folha de S. Paulo (14/08/2017), possíveis aspirantes
à presidência da República têm também efetuado giros por alguns Estados, porém,
a atividade dos citados está longe do que Lula já fez e pretende fazer, sendo
que nenhum deles está condenado.
Aliás, Lula nunca desceu do palanque mesmo em seus dois mandatos
presidenciais, pois padece de verborragia eleitoreira aprendida nas lides
sindicais. Além da politicagem populista, suas atividades se concentravam em
viagens fabulosas, churrascos e, principalmente no primeiro mandato, nos
joguinhos de futebol na Granja do Torto. Doce vida que uma vez obtida fica
difícil abrir mão.
Segundo o dicionário Aurélio, caravana é “um grupo de pessoas
que vão juntas a algum lugar”. Também significa “uma multidão de peregrinos ou
viajantes que se reúnem para atravessar o deserto com segurança”. Lula não vai
atravessar um deserto, mas, a inclusão de “multidão” e “segurança” na
definição, define melhor sua caravana. Vejamos porque:
A multidão que deverá acompanhar aquele que foi chamado de luz
do mundo por Marilena Chauí (confusão do líder com Jesus Cristo), será composta
pelo “exército de Stédile”. Apesar de estar acostumado a viajar em confortáveis
jatinhos, certamente de propriedade de generosos amigos, fala-se que Lula viajará
ao Nordeste de ônibus. Onde chegar será escoltado por grupos de sem-terra e
membros de sindicatos rurais a bordo de motos, não tendo sido dito a marca das
potentes máquinas que abrirão alas para o chefe.
Mas, por que tal aparato? Segundo jornal já citado (12/08/2017)
“o cortejo tem dupla função: atrair a atenção e intimidar os opositores do
ex-presidente”. Ao que tudo indica, agora Lula precisa de 200 motos para chamar
atenção e, sem dúvida, está acometido de coxinhafobia, estado psicológico
caracterizado por medo de coxinhas.
A paranoia parece crescer quando se leva em conta outras medidas
de segurança, ou seja:
1º- Além das milícias dos companheiros, a segurança de Lula da
Silva ficará a cargo do GSI, (Gabinete de Segurança Institucional) da Presidência
da República.
2º - O Instituto Lula pediu as Casas Militares dos
governos estaduais do Nordeste que discutissem mais medidas de segurança,
complementares as do GSI.
3º - Márcio Macedo, um dos vice-presidentes do PT, anunciou que
“uma equipe será encarregada de vistoriar as cidades que serão visitadas por
Lula”. Afirmou que “haverá precursora política, de comunicação e de segurança,
como em todos os atos que o ex-presidente Lula participará”.
Decididamente, Lula, quem diria, está com medo do povo. Algo que
não combina com a bajulação de Macedo, que afirmou ser ele “a maior liderança
política e popular do País”. Se fosse, não teria medo de vaias, como já
aconteceu em uma de suas viagens de campanha em uma cidade do Rio Grande do
Sul.
Entre os programas do turismo-político ao Nordeste, além de
falar mal do presidente Temer, Lula fará um cruzeiro pelo Rio São Francisco.
Certamente não vai inaugurar pela enésima vez a transposição do São Francisco,
mas, quem sabe, como “luz do mundo” dirá que é o criador do próprio Rio.
Entre sua extensa comitiva, provavelmente vai figurar uma
companheira que já enviou seu desejo de acompanhar o “pobre operário” em seu
tour. Trata-se da bilionária Roberta Luchsinger, herdeira dos fundadores do
banco Credit Suisse. Ela lançou o “Bolsa Lula” com pena do metalúrgico
perseguido que teve seus bens (ou parte deles?) bloqueados pelo juiz Sérgio
Moro.
A herdeira, que é divorciada de Protógenes Queiroz, ex-delegado
e ex-deputado que teve que fugir do Brasil para não ser preso por ter violado o
sigilo da Operação Satiagraha, milita no PCdoB e quer se deputada
estadual. Ela encheu uma mala da marca Rimowa com objetos caríssimos,
inclusive, adicionou um cheque ao portador de 28 mil francos suíços
(equivalentes a R$ 91 mil), mesada que recebia do avô e a fortuna será leiloado
para ajudar seu ídolo petista.
Certamente os companheiros não terão dificuldade em arrematar os
itens luxuosos em benefício do chefe. Eles disseram que a companheira
bilionária é muito bem-vinda nesse momento em que o PT se renova (renova?).
Pudera, os companheiros empreiteiros estão na cadeia e ela chegou em boa hora.
Maria Lucia Victor Barbosa é
socióloga.
Nenhum comentário:
Postar um comentário