PGR apresentou denúncia relativa aos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
terça-feira, 29 de agosto de 2017
A
2ª turma do STF começou nesta terça-feira, 29, o julgamento de
inquérito contra os parlamentares do Partido Progressista denunciados na
Lava Jato.
A denúncia é de março de 2016 e
aponta a prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Os acusados são João Alberto Pizzolatti, Mario Negromonte e Mario
Negromonte Jr., Luiz Fernando Ramos Faria, José Otávio Germano, Roberto
Pereira de Britto e Arthur Lira.
O PGR narra (são mais de 200
páginas de denúncia) que membros do PP, PMDB, PT e outros, dividiram
entre si as diretorias de abastecimento e serviços internacional da
Petrobras. O trecho relativo aos parlamentares do PP descreve quatro grupos de fatos, todos com atuação de Pizzolatti e Mario Negromonte. São eles:
-
R$ 347 mi desviados em vantagens ilícitas;
-
recebimento periódico e ordinário por Pizzolatti e Negromonte (em concurso com Negromonte Jr.)não inferior a R$ 300 mil mensais;
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recebimento episódico e extraordinário por Pizzolatti e Negromonte, em favor de outros parlamentares por meio de lavagem de dinheiro, de quantias em dinheiro e doações oficiais para reeleição de 2010, nos valores de R$ 5,5 mi e R$ 5 mi, respectivamente;
-
por fim, narra o MPF o recebimento de valores indevidos pelos parlamentares das empreiteiras envolvidas no esquema, como Andrade Gutierrez, a Odebrecht e a Queiroz Galvão.
A subprocuradora-Geral da
República Cláudia Sampaio Marques reforçou os argumentos da denúncia,
destacando que é fundamentada "em grandioso acervo probatório com
delação de vários agentes (Alberto Yousseff, Paulo Roberto Costa e
diversos empresários que integravam o cartel). Todos convergentes".
Segundo a subprocuradora, a prova testemunhal, as quebras de sigilos, os
registros de entradas dos envolvidos nos escritórios de Alberto
Yousseff corroboram as delações: "Não se pode condenar com base em delação, mas com outros documentos, é indício para recebimento da denúncia."
O relator, ministro Fachin,
adiantou que na sessão de hoje serão ouvidas as sustentações orais dos
acusados, mas o voto de S.Exa. e dos demais ministros serão apenas na
próxima sessão, do dia 5/9.
- Processo relacionado: Inq 3.980
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