Decisão da Vara Única de Macaé foi publicada nesta quinta-feira (3). AGU informou que irá recorrer.
A Justiça Federal em Macaé, no interior do Rio, suspendeu o aumento das alíquotas do PIS e Cofins sobre a gasolina, o diesel e o etanol. A decisão, publicada na tarde desta quinta-feira (3), é válida para todo o território nacional e suspende os efeitos do Decreto 9.101/207, de 20 de julho, que aumentou, em média, em R$ 0,41 o preço do litro do combustível.
A Advocacia-Geral da União (AGU) informou que não foi notificada e que irá recorrer, provavelmente nesta sexta (4).
A decisão da Vara Única de Macaé ocorreu após uma ação popular movida
por um professor e advogado de Barra de São João, em Casimiro de Abreu.
"Defiro o pedido de tutela de urgência para suspender todos os efeitos
do Decreto 9.101/207. Cumpra-se com urgência", diz a decisão do juíz
Ubiratan Cruz Rodrigues.
Segundo a Justiça Federal, trata-se de uma decisão de 1º grau e, portanto, cabe recurso da União.
Ao G1,
o professor de direito tributário e advogado Décio Machado Borba Netto
informou que moveu a ação na última quinta-feira (27). Um dos argumentos
é que o reajuste deveria ser feito por lei publicada 90 dias antes de
entrar em vigor.
O decreto do governo, de 20 de julho, teve como objetivo aumentar a arrecadação da União e amenizar o déficit fiscal.
No dia 25 de julho, o Juiz Renato Borelli, da 20ª Vara Federal de Brasília, suspendeu o decreto afirmando
que as motivações do executivo para aumentar o imposto não são
suficientes para editar o decreto. No entanto, no dia 26 de julho, o presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, desembargador Hilton Queiroz, suspendeu a decisão.
Nesta terça-feira (1º), a Justiça Federal na Paraíba suspendeu a elevação da alíquota de PIS/Cofins que incide sobre a gasolina, o gás e o diesel. Mas a decisão é válida apenas para o estado do Paraíba.
A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, deu prazo de cinco dias para o presidente da República, Michel Temer, prestar esclarecimentos sobre o decreto do aumento dos combustíveis.
As informações serão usadas para a ministra preparar voto sobre ação do
PT que considera o aumento por decreto inconstitucional. Rosa Weber é
relatora da ação. O argumento central do PT é que o reajuste deveria ser
feito por lei publicada 90 dias antes de entrar em vigor.
Estamos preparados’, diz Meirelles
Antes da decisão de Macaé, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles,
foi questionado por jornalistas, após evento em São Paulo, se os
questionamentos a respeito do aumento do PIS e Cofins preocupam o
governo de alguma forma.
“Eu acho que é uma discussão normal”, respondeu o ministro, mas
reforçou o entendimento do governo de que a decisão por decreto está
dentro da legalidade. “O parecer da Advocacia Geral da União foi de que
sim, neste caso, por razões específicas, o aumento do PIS e Cofins sobre
combustíveis, especificamente, pode ser feito por decreto.” Segundo
Meirelles, “a AGU está bastante confortável e confiante com isso”.
Sobre as decisões judiciais contrárias ao aumento, Meirelles disse,
citando o caso da Paraíba, que “o questionamento é normal”. “É um
processo normal de funcionamento das instituições brasileiras, e nós
estamos preparados para isso.”
*Colaborou Economia e Brasília DO G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário