sábado, 10 de junho de 2017

Supremo Tribunal Federal tem obrigação moral de reavaliar decisão do TSE que salvou Dilma e Temer



Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
O Tribunal Superior Eleitoral se desmoralizou com a previsível decisão de absolver a chapa reeleitoral Dilma/Temer de 2014. Falou mais alto a pretensa “tese” de que o Judiciário não tem de resolver problemas dos quais o Legislativo e o Executivo abriram mão de solucionar. O imoral placar de 4 a 3 foi a consagração da judicialização da politicagem – que é uma conseqüência da completa anormalidade institucional brasileira, sob domínio do Crime Organizadíssimo.
Só poderia mesmo acabar de forma injusta e imperfeita um caso que se embromou, por dois anos, no formalismo do TSE. O Procurador do Ministério Público Eleitoral tem o dever moral de tentar recorrer dessa surreal decisão, apelando ao Supremo Tribunal Federal. Fará bem para a sonhada “normalização institucional” que os 11 supremos ministros sejam acionados para revisar um julgamento que vai entrar para “os anais” por ter jogado no lixo da História provas criminais objetivas contra um sistema eleitoral corrupto.
Também contribuirá muito para a segurança jurídica que a mais alta Corte do Brasil confirme que não tem a mínima conivência com o Crime Institucionalizado. Revisar o julgamento do TSE será uma prova de que o STF está disposto a ir muito além da Lava Jato – que é apenas o começo de um combate à corrupção sistêmica em um Brasil sob regime Capimunista Rentista. O interessante é que o jogo com onze em campo supremo já começa com o placar de 2 a 1 contra a chapa Dilma-Temer. Os votos dos ministros Luiz Fux e Rosa Weber consagraram a derrota de Gilmar Mendes e mais três ministros do Superior Tribunal de Justiça no ringue Septógono do TSE.
Vale repetir por 13 x 13 para dar sorte: "A situação institucional brasileira é tão anormal, mas tão anormal, que até o primeiro Teorema de Tiririca ("pior que está não fica") acaba facilmente corrompido pelas diferentes e gravíssimas crises originadas pelo nosso modelo estatal Capimunista Rentista. Os infratores da politicagem continuam dando provas de que o crime compensa – e muito – no Brasil. A boa novidade é que a maioria da sociedade brasileira não tolera mais tanta safadeza, embora ainda não reaja à altura.
Tudo no Brasil precisa ser seriamente revisto e passado a limpo. O modelo se esgotou por falência múltipla dos órgãos institucionais. A guerra entre os poderes vai se agravar, com reflexos negativos diretos nas crises política, econômica e ético-moral (talvez a mais danosa de todas delas, pois realimenta o ambiente institucionalmente criminoso). A temida Lava Jato finalmente atingirá, em breve, membros da cúpula do Judiciário.
É esperar e conferir. Tudo pode ficar judicialmente mais assustador com a homologação das deduragens da OAS, e com as delações de três personagens que sabem de tudo: Antônio Palocci Filho, Eduardo Cunha e Lúcio Bolonha Funaro (o doleiro de todos). O trio tem informações para atingir o setor financeiro e a cúpula do judiciário.  
Michel Temer segue na corda-bamba. Por ironia, ele mantém o emprego – coisa difícil para a maioria dos brasileiros roubados por políticos corruptos e pela máquina estatal que extorque a sociedade para se manter. Agora, depois da “vitória” temerária no TSE, quem também fica de filme queimadíssimo é o supremo-ministro Gilmar Mendes.
Ninguém se surpreenda se algum ousado senador entrar com um inusitado pedido de impeachment do ministro – que nos bastidores do Conselho Nacional de Justiça é chamado de “Dart Vader do STF”...
Fábula do ladrão (de voto)
Viraliza nas redes sociais, a partir da República de Curitiba, uma historinha que descreve bem o Brasil da impunidade, dominado pela razão cínica do crime institucionalizado:
O ladrão é preso com um porco nas costas ao sair do sítio da vítima.
Ele perguntou ao policial: como foi que o senhor me prendeu tão depressa?
O policial respondeu: O vizinho denunciou, ele viu quando você entrou no sítio da vítima.
O ladrão respondeu, no melhor estilo advogado-do-diabo: Então eu tenho de ser solto imediatamente, porque o porco que eu roubei ainda não estava nas minhas costas quando entrei no sítio, portanto não era parte da denúncia quando ela foi apresentada. Então se desconsiderarmos o porco, não temos roubo nenhum.
De saco cheio, o policial deu uma porrada no meliante, enfiou ele no camburão e proclamou:
“Está pensando que isto aqui é o TSE, seu merda?!!!”
“Farça” Judicial
Manifestação curta, grossa e certeira do jurista Antônio José Ribas Paiva, presidente do Nacional Club e defensor da Intervenção Institucional, já:
“Esses julgamentos são peças teatrais, para fingir que as instituições estariam funcionando. Ninguém do sistema quer perder poder, muito menos os ministros cuidadosamente escolhidos pela classe política, para preservar o regime do crime organizado”.



Pergunta não cala...

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