Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
O Tribunal Superior Eleitoral se
desmoralizou com a previsível decisão de absolver a chapa reeleitoral
Dilma/Temer de 2014. Falou mais alto a pretensa “tese” de que o Judiciário não
tem de resolver problemas dos quais o Legislativo e o Executivo abriram mão de
solucionar. O imoral placar de 4 a 3 foi a consagração da judicialização da
politicagem – que é uma conseqüência da completa anormalidade institucional
brasileira, sob domínio do Crime Organizadíssimo.
Só poderia mesmo acabar de forma
injusta e imperfeita um caso que se embromou, por dois anos, no formalismo do
TSE. O Procurador do Ministério Público Eleitoral tem o dever moral de tentar
recorrer dessa surreal decisão, apelando ao Supremo Tribunal Federal. Fará bem
para a sonhada “normalização institucional” que os 11 supremos ministros sejam
acionados para revisar um julgamento que vai entrar para “os anais” por ter
jogado no lixo da História provas criminais objetivas contra um sistema
eleitoral corrupto.
Também contribuirá muito para a
segurança jurídica que a mais alta Corte do Brasil confirme que não tem a
mínima conivência com o Crime Institucionalizado. Revisar o julgamento do TSE
será uma prova de que o STF está disposto a ir muito além da Lava Jato – que é
apenas o começo de um combate à corrupção sistêmica em um Brasil sob regime
Capimunista Rentista. O interessante é que o jogo com onze em campo supremo já
começa com o placar de 2 a 1 contra a chapa Dilma-Temer. Os votos dos ministros
Luiz Fux e Rosa Weber consagraram a derrota de Gilmar Mendes e mais três
ministros do Superior Tribunal de Justiça no ringue Septógono do TSE.
Vale repetir por 13 x 13 para dar
sorte: "A situação institucional brasileira é tão anormal, mas tão
anormal, que até o primeiro Teorema de Tiririca ("pior que está não
fica") acaba facilmente corrompido pelas diferentes e gravíssimas crises
originadas pelo nosso modelo estatal Capimunista Rentista. Os infratores da
politicagem continuam dando provas de que o crime compensa – e muito – no
Brasil. A boa novidade é que a maioria da sociedade brasileira não tolera mais
tanta safadeza, embora ainda não reaja à altura.
Tudo no Brasil precisa ser seriamente
revisto e passado a limpo. O modelo se esgotou por falência múltipla dos órgãos
institucionais. A guerra entre os poderes vai se agravar, com reflexos
negativos diretos nas crises política, econômica e ético-moral (talvez a mais
danosa de todas delas, pois realimenta o ambiente institucionalmente criminoso).
A temida Lava Jato finalmente atingirá, em breve, membros da cúpula do Judiciário.
É esperar e conferir. Tudo pode ficar
judicialmente mais assustador com a homologação das deduragens da OAS, e com as
delações de três personagens que sabem de tudo: Antônio Palocci Filho, Eduardo
Cunha e Lúcio Bolonha Funaro (o doleiro de todos). O trio tem informações para
atingir o setor financeiro e a cúpula do judiciário.
Michel Temer segue na corda-bamba.
Por ironia, ele mantém o emprego – coisa difícil para a maioria dos brasileiros
roubados por políticos corruptos e pela máquina estatal que extorque a
sociedade para se manter. Agora, depois da “vitória” temerária no TSE, quem
também fica de filme queimadíssimo é o supremo-ministro Gilmar Mendes.
Ninguém se surpreenda se algum ousado
senador entrar com um inusitado pedido de impeachment do ministro – que nos bastidores
do Conselho Nacional de Justiça é chamado de “Dart Vader do STF”...
Fábula do ladrão (de voto)
Viraliza nas redes sociais, a partir
da República de Curitiba, uma historinha que descreve bem o Brasil da
impunidade, dominado pela razão cínica do crime institucionalizado:
O ladrão é preso com um porco nas
costas ao sair do sítio da vítima.
Ele perguntou ao policial: como foi
que o senhor me prendeu tão depressa?
O policial respondeu: O vizinho
denunciou, ele viu quando você entrou no sítio da vítima.
O ladrão respondeu, no melhor estilo
advogado-do-diabo: Então eu tenho de ser solto imediatamente, porque o porco
que eu roubei ainda não estava nas minhas costas quando entrei no sítio,
portanto não era parte da denúncia quando ela foi apresentada. Então se
desconsiderarmos o porco, não temos roubo nenhum.
De saco cheio, o policial deu uma
porrada no meliante, enfiou ele no camburão e proclamou:
“Está pensando que isto aqui é o TSE,
seu merda?!!!”
“Farça” Judicial
Manifestação curta, grossa e certeira
do jurista Antônio José Ribas Paiva, presidente do Nacional Club e defensor da
Intervenção Institucional, já:
“Esses julgamentos são peças
teatrais, para fingir que as instituições estariam funcionando. Ninguém do
sistema quer perder poder, muito menos os ministros cuidadosamente escolhidos
pela classe política, para preservar o regime do crime organizado”.
Pergunta não cala...
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