A mulher do deputado e o filho do casal também foram condenados. Defesa afirmou que vai recorrer da decisão.
A Corte de Apelações de Paris condenou o deputado Paulo Maluf a três
anos de prisão e multa de 200 mil euros por lavagem de dinheiro em
território francês. Silvia Maluf, sua mulher, e o filho mais velho do
casal, Flávio Maluf, também foram condenados. A defesa de Maluf afirmou
que vai recorrer da decisão.
A assessoria de Maluf confirmou teor da sentença que menciona
diretamente obras do túnel Ayrton Senna e da Avenida Água Espraiada, sob
suspeita de superfaturamento. O parlamentar e seus familiares segundo a
justiça francesa, são acusados de enviar o dinheiro dos crimes para
empresas offshore e contas em bancos no exterior.
Em 2016, a 11ª Câmara do Tribunal Criminal de Paris já havia condenado
Maluf e a defesa recorreu à Corte de Apelações de Paris. Agora, o
recurso vai à Corte Suprema de Paris.
A Justiça francesa também confiscou 1,8 milhão de euros que estavam em
contas da família e valores em espécie, além de impor multas aos três
que somam 500 mil euros.
A apuração na França se baseou no compartilhamento de provas da
Procuradoria Geral da República e do Ministério Público do Estado de São
Paulo em razão de ações contra o parlamentar.
Segundo a PGR, a Justiça francesa afirmou que os três agiram para
ocultar a origem de recursos oriundos de corrupção e peculato e enviar
valores para empresas offshore (firmas criadas para fazer investimentos
no exterior) e contas em bancos no exterior. Na sentença, são citados
processos no Brasil como beneficiário de fundos no exterior.
Ações contra Maluf no Brasil
No Supremo, o deputado é alvo de ações penais que o acusam de desvios quando era prefeito de São Paulo.
Entre as obras suspeitas está a construção da Avenida Água Espraiada,
atual Avenida Jornalista Roberto Marinho. Ele é acusado do crime de
corrupção passiva e crimes contra o sistema financeiro. A suspeita é que
o prejuízo aos cofres públicos tenha seja de US$ 1 bilhão.
Segundo o Ministério Público Federal, o dinheiro desviado teria sido
entregue a um doleiro que fez remessas para uma conta de um banco em
Nova York, nos Estados Unidos. De lá, os recursos teriam sido enviados
para contas em paraísos fiscais.
O passo seguinte, segundo a acusação foi reutilizar parte do dinheiro
com a compra de ações de empresas da família Maluf no Brasil, entre 1997
e 1998. O MPF calcula que, até janeiro de 2000, os fundos supostamente
abastecidos pela família Maluf teriam movimentado mais de US$ 172
milhões. DO G1
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