Agora, recurso contra decisão do presidente do Conselho de Ética do Senado deverá ser apreciado pelo plenário do colegiado. Documento será protocolado na tarde desta terça-feira (27).
Cinco senadores que integram o Conselho de Ética assinaram um recurso,
que será protocolado na tarde desta terça-feira (27), solicitando o
desarquivamento do pedido de cassação do senador afastado Aécio Neves
(PSDB-MG) protocolado no colegiado pela Rede e pelo PSOL. São
necessárias pelo menos cinco assinaturas de senadores do conselho para
que o recurso tenha validade.
O documento é assinado pelos senadores Lasier Martins (PSD-RS), José
Pimentel (PT-CE), João Capiberibe (PSB-AP), Antonio Carlos Valadares
(PSB-SE) e Pedro Chaves (PSC-MS).
O recurso também tem o apoio das senadoras Regina Sousa (PT-PI), Ângela
Portela (PDT-RR) e Vanessa Grazziotin (PC do B-AM), que são suplentes
no Conselho de Ética.
Na última sexta (23), o presidente do Conselho de Ética, senador João Alberto (PMDB-MA), arquivou monocraticamente o pedido de cassação do parlamentar tucano.
Ao arquivar o pedido de cassação, o senador do PMDB alegou que a
representação do PSOL e da Rede contra Aécio era "improcedente".
Elaborado pelo gabinete do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o
recurso que tenta forçar a instauração do processo disciplinar ressalta
que a alegação do presidente do Conselho de Ética é “descabida”.
Próximos passos
Depois que o recurso for protocolado, caberá a João Alberto convocar
uma reunião para que os 15 titulares do colegiado analisem a
possibilidade de desarquivar o pedido de cassação.
Se a maioria dos integrantes do Conselho de Ética votar a favor do
pedido, a representação contra Aécio começará a ser debatida pelo
colegiado.
Ao arquivar a representação na última sexta, o presidente do conselho
afirmou que o documento não possuía elementos convincentes para se
processar Aécio. Na opinião de João Alberto, o tucano foi vítima de uma
“grande armação”.
Após as delações da JBS se tornarem públicas no mês passado, os partidos Rede e PSOL pediram a cassação do mandato de Aécio por quebra de decoro parlamentar.
Entenda o caso
A Procuradoria Geral da República (PGR) afirma que Aécio Neves pediu R$
2 milhões ao empresário Joesley Batista para, supostamente, pagar
despesas com advogados na Lava Jato. Em troca, acusa o Ministério
Público, atuaria em favor dos interesses da JBS.
Cabe ao Conselho de Ética analisar esse tipo de representação e, se der
prosseguimento, encaminhar um parecer ao plenário do Senado.
O tucano está afastado do mandato de senador desde 18 de maio
por determinação do Supremo Tribunal Federal. Aécio nega as acusações
dos delatores da JBS de que ele havia pedido propina e alega que apenas
pediu um empréstimo pessoal a um amigo para pagar despesas com
advogados.
Leia a nota divulgada pela assessoria de Aécio nesta terça:
A
Defesa do senador Aécio Neves reitera que as afirmações feitas por
criminosos confessos, em busca dos benefícios de uma delação, não devem
ser tratadas como prova. As investigações mostrarão que o empréstimo de 2
milhões de reais, oferecido por Joesley Batista ao senador Aecio Neves,
não envolveu recursos públicos e muito menos propina.
Não
houve, portanto, crime ou quebra de decoro parlamentar. Tais
esclarecimentos serão prestados em todas as instâncias necessárias para
confirmar a correção da conduta do senador. DO G1
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