Obra teatral conta história de médico odiado por comunidade ao denunciar contaminação de águas. Ministro foi voto vencido ao tentar manter presos Bumlai e Genu, condenados na Lava Jato.
aliviaram a situação de acusados na Operação Lava Jato.
Na sessão da Segunda Turma – composta também pelos ministros Gilmar
Mendes, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello – Fachin foi
derrotado ao tentar manter na cadeia o ex-tesoureiro do PP João Claudio Genu e em prisão domiciliar o pecuarista José Carlos Bumlai, ambos já condenados pelo juiz Sérgio Moro, que conduz a Lava Jato na primeira instância.
Nesta quarta, o ministro foi indagado por jornalistas se as decisões
abrem caminho para mais solturas na Lava Jato. Fachin respondeu: “Saí
daqui ontem com vontade de reler o Ibsen, ‘Um Inimigo do Povo’ e a
história do doutor Stockmann”, afirmou.
Na peça de teatro de Ibsen, o dr. Stockmann é um médico do interior da
Noruega que se torna odiado pela população local ao denunciar
contaminação das águas da cidade, rica por atrair turistas para sua
estação balneária. Apesar de lutar pela verdade, ele acaba isolado por
colocar em risco os lucros e sucesso dos seus conterrâneos.
Votos
Em seus votos, o ministro relator da Lava Jato no Supremo ponderou que,
apesar de condenados poderem recorrer em liberdade à segunda instância,
a prisão no caso de Bumlai e Genu se justificava pelos riscos à
investigação e a possibilidade de cometerem novos crimes caso ficassem
soltos.
Em outro julgamento desta terça, Fachin também defendeu a manutenção da
prisão do ex-ministro José Dirceu, que será julgada futuramente pela
Segunda Turma.
Na sessão, Fachin enfatizou no voto a “gravidade concreta” de crimes
pelos quais já foram condenados Dirceu, Bumlai e Genu. Sobre o
ex-ministro, falou da “habitualidade” com que recebia supostas propinas
mesmo após sua condenação no julgamento do mensalão.
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